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A DEFICIÊNCIA VISUAL: BRINCAR PARA INCLUIR

Por:   •  1/12/2018  •  4.024 Palavras (17 Páginas)  •  257 Visualizações

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A ludicidade é um instrumento formidável no processo de aprendizagem, em especial das crianças, pois elas vivem num mundo de encantamento, sonhos e fantasias, elas transformam o conto em realidade, o que favorece a utilização do pensamento e sua construção.

Através do brinquedo, a criança conquista o seu mundo, ela traz para sua realidade algumas situações do seu universo imaginário, ato de brincar lhe possibilita desenvolver a motricidade, a afetividade, a inteligência, dentre outros. O brinquedo contribui para que ela exteriorize sua criatividade.

O presente trabalho aborda conceitos de Piaget, Winnicott, Vygotsky e outros, objetivando compreender o lúdico e sua influência no processo de ensino-aprendizagem para crianças deficientes visuais.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: no primeiro momento constitui-se a introdução, trazendo informações, sequência e a estrutura do mesmo. O segundo aborda o lúdico na história, dando ênfase a importância do brincar, além de explicar os termos mais empregados de para nomear o ato de brincar. Em seguida, o terceiro destaca o lúdico na educação infantil.

Logo após no quarto momento, apresentam-se a metodologia e os procedimentos metodológicos.

- ARTICULANDO SOBRE O LÚDICO

2.1 HISTÓRIA DO LÚDICO

O termo lúdico origina-se na palavra latina “ludus” que significa jogo. Considerando apenas sua origem, o termo ficaria restrito ao jogar, ao brincar. Contudo, o lúdico é atualmente reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. Antunes (2005, p. 33) enfatiza que “as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo”.

Na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é essencialmente pedagógica. “A criança e mesmo o jovem opõem uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma ser prazerosa” (NEVES, 2009 p. 45).

O lúdico se faz presente em variados períodos da história, desde a Grécia clássica, Roma antiga, Idade Média e Renascimento. Sua concepção foi mudando conforme as sociedades (ANTUNES, 2005, p. 34).

Desde a época primitiva o lúdico se expressa na dança, pesca, lutas, dentre outros. Platão na Grécia Antiga enfatizava que a criança deveria ocupar-se de jogos em seus primeiros anos de vida. Tal concepção perdeu valor com o cristianismo, voltando a ser valorizada pelos humanistas a partir do século XVI (ANTUNES, 2005, p.58).

Ainda no século XVI alguns teóricos destacaram o valor do lúdico na educação das crianças. Estudiosos da Educação como o norte-americano Dewey também se preocuparam com a temática, para ele o jogo pode filiar-se à vida, ser seu ambiente natural, onde a criança aprende a viver. “O jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as referências abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança.” (ANTUNES, 2005, p. 25).

Os brinquedos e jogos estão presentes na vida do ser humano desde a antiguidade. De acordo com Wajskop (2007), a brincadeira, desde os tempos mais remotos, era usada como uma ferramenta de ensino, porém, somente após o rompimento do pensamento romântico é que ela passou a ser valorizada.

2.2 A RELEVÂNCIA DO BRINCAR

O lúdico é essencial na Educação Infantil, por meio dele a criança desenvolve habilidades para que o aprendizado seja de fato efetivo. De acordo com o dicionário Ferreira (2003), brincar é entreter-se, divertir-se, distrair-se, recrear-se, bem como, pode ser “alegrar-se com jogos infantis”.

Brincar não visa somente à busca de distração, está ligado também aos aspectos do desenvolvimento físico, que abrange as habilidades motoras e sensoriais que a criança precisa desenvolver para sobreviver e se adaptar.

Brincar segundo Vygotsky está associado à constituição do pensamento infantil, brincando a criança revela seu estado cognitivo, auditivo, motor, visual, tátil, além de sua maneira de aprender e entrar numa relação cognitiva com pessoas, coisas ou símbolos.

Através do faz de conta às crianças experimentam os diferentes papeis existentes na sociedade. O brincar está presente em diferentes tempos e lugares, de acordo com o contexto social e histórico de cada uma.

Afinal o que a criança precisa para ser feliz? Para ser feliz ela não precisa de muita coisa, mas principalmente de:

[pic 3]

Figura 01 – O que a criança precisa para ser feliz

Fonte: muitomaiseduca

Durante a prática lúdica, a criança exercita sua capacidade de relacionamento, aprende a ganhar, a perder e pode expressar suas vontades e desejos, compreendendo que não é um ser único e precisa viver em grupo.

O brincar é natural na vida das crianças, é espontâneo e sem comprometimento, a brincadeira desafia a criança a atingir níveis de realização acima do que poderia conseguir. A ação de brincar faz parte da vida do ser humano desde o ventre materno.

Segundo Machado (2005) a mãe também brinca com seu bebê antes de ele nascer, fica imaginando como será ser mãe e associa lembranças de quando brincava de boneca, ao nascer o bebê já tem uma ligação com sua mãe, pois reconhece sua voz.

Brincar é essencial para a evolução infantil; brincadeiras, brinquedos e jogos aparecem gradativamente na vida das crianças, desde os funcionais até os regidos por regras. Percebe-se que as brincadeiras e os brinquedos são fontes inesgotáveis de interação lúdica.

Atualmente os estudiosos tem se preocupado em observar a infância e suas brincadeiras para compreender as formas de socializar da criança. A brincadeira é uma das linguagens que se destaca na infância, a criança significa o mundo brincando, vencendo seus limites e vivenciando experiências que vão além da sua idade e realidade.

É sabido que brincar é um direito da criança como apontam alguns documentos internacionais, como por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959):

"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". (Declaração universal dos direitos da criança,

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