Projeto Educação Infantil

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REFERÊNCIAS

JUNQUEIRA FILHO, G. Conteúdos-linguagens e linguagens geradoras. In____. Linguagens geradoras. Seleção e articulação de conteúdos em educação infantil. 2. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2006. P.11-30.

DOURADO, Ione Collado Pacheco e PRANDINI, Regina Célia Almeida Rego. Henri Wallon: Psicologia e Educação. Tese de Doutorado. Acessado em: 06 de junho de 2012. WWW.anped.org.br/reunioes/24/t2071149960279 doc.

PROJETO: APRENDENDO ATRAVÉS DAS EMOÇÕES

PÚBLICO ALVO: PRÉ–ESCOLA I IDADE: 4 ANOS

JUSTIFICATIVA:

Tenho conhecimento de que a escola é o primeiro espaço socializador fora do círculo familiar da criança, sendo este caracterizado como a base da aprendizagem.

Um espaço onde o profissional da Educação Infantil desempenhará o papel de torná-lo agradável, seguro, onde possam ser atendidas todas as necessidades da criança, logo, o processo de ensino aprendizagem deve ser pensado e planejado para criança e não para o educador.

Quando me refiro ao atendimento das necessidades, não me detenho somente às necessidades físicas, mas a todos os aspectos do desenvolvimento humano, como num todo, ou seja, no aspecto afetivo, cognitivo, social e psicomotor.

Precisamos, portanto, compreender que estes aspectos não se separam, são trabalhados conjuntamente e de forma contínua, respeitando sempre o ritmo de cada criança.

Ao falarmos do desenvolvimento e da aprendizagem, precisamos saber que não será a idade cronológica o determinante para um ou outro, mas a proporção em que as condições, os estímulos, são oferecidos as crianças.

Para realizarmos ou até mesmo buscarmos melhores ações de trabalho junto às crianças, devemos assumir a postura de pesquisadores, ter fundamentos, para proporcionarmos um trabalho mais próximo possível da qualidade que tanto idealizamos.

Um trabalho que nos atentem para as diferentes linguagens, que servirão quase sempre como guia ao nosso trabalho como profissionais da Educação Infantil, dizendo “o que as crianças querem e porque precisam”(Junqueira Filho,(2006).

De acordo com as autoras Dourado e Prandini(GT 20- anped ) amparadas pelo referencial teórico Walloniano em sua teoria do desenvolvimento humano, o qual tem início na relação do organismo do bebê recém nascido, ou seja, seus reflexos e movimentos são impulsivos, e os adultos é quem interpretam estes reflexos.

Sendo assim, não são casuais, mas sociais, pois, a partir destas interpretações que o bebê se torna capaz de garantir sua sobrevivência, Um exemplo disso é quando chora e logo a mãe ou o cuidador, o pega no colo lhe dando alimento, ou lhe troca a fralda entre outras ações.

Desta forma será a dimensão motora que dará condições para o desenvolvimento da dimensão afetiva. Onde as autoras Dourado e Prandini (GT 20- anped), vão dizer que a criança primeiramente atua ao ambiente humano e não ao meio físico, pois, no ambiente humano a mobilização do outro se faz pela emoção.

Diante desta perspectiva teórica é que faço a escolha da temática do meu projeto, como forma de compreender o desenvolvimento da criança de uma maneira completa, e principalmente da importância que a escola tem na construção do sujeito.

Tendo como conhecimento da grande influência do aspecto afetivo sobre o desenvolvimento intelectual da criança, sendo que este pode ser um processo lento ou acelerado, trabalhar este tema, me ajudará a conhecer um pouco mais sobre os caminhos apontados pelas crianças através das diferentes linguagens, estando estas também ligadas as várias dimensões do aspecto afetivo, os quais inclui sentimentos ( amor, raiva) e expressões ( sorrisos, gritos, lágrimas).

Quando a criança entra em contato com este novo horizonte, que é o espaço da Educação Infantil (Creche e Pré-escola), a criança deve ser bem recebida pelos profissionais docentes, já que nesta ocasião dá-se um rompimento iniciando uma nova experiência.

Para saber lidar com estes desafios, o profissional da Educação Infantil deve primeiramente se sentir como parte deste processo, já que sua maneira de ser, atuar e falar é bastante significativa na formação do sujeito histórico, do ser completo que é a criança.

Junqueira Filho (2006) traz como contribuição os caminhos que a criança indica através da diferentes linguagens “umas previsíveis e outras nem tanto”. Caminhos estes que nos apontam desejos e necessidades das crianças, “aqueles que as crianças querem porque precisam”.

Entre uma interação e outra, são perceptíveis os diferentes sentimentos e expressões que as crianças indicam sua necessidade, o qual o autor referenciado logo acima destaca como “conteúdos-linguagens”, por exemplo: choros, mordidas, disputas por objetos e lugares, risos, correria, recusa entre outros.

Ou seja, quando o professor consegue captar estes fragmentos, é que se consegue encaminhar para uma direção repleta de sentido e significado a cada uma das crianças.

Partindo do paradigma sócio- interacionista para explicar o desenvolvimento da pessoa, é necessário que se considere além das condições próprias do ser humano, a relação do sujeito com o meio que o circunda.

Nesta perspectiva, a contribuição de Pacheco e Prandini (GT 20- anped) apoiadas na teoria de Wallon, traz a importância da relação do eu – outro no desenvolvimento da pessoa completa. Para Wallon, em qualquer momento, ou fase do desenvolvimento, a pessoa é sempre uma pessoa completa.

A teoria das emoções é de grande importância na obra de Wallon, segundo a contribuição das autoras Dourado e Prandini (GT20 anped) , onde segundo o autor, a emoção é a exteriorização da afetividade e ao mesmo tempo, um comportamento social na função de adaptar o ser humano ao seu meio.

Sendo assim:

As emoções, são a exteriorização da afetividade (...) Nelas se assentam os exercícios gregários, que são uma forma primitiva de comunhão e de comunidade. As relações que elas tornam possíveis afirmam os seus meios os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializado. (WALLON, 1995 apud DOURADO; PRANDINI, GT20 Anped).

O que vale destacar que antes mesmo da linguagem, a emoção é o primeiro meio utilizado pelas crianças, para estabelecer relação com o meio. Mesmo que de início sejam expressões