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O pedagogo frente à diversidade

Por:   •  25/3/2018  •  2.139 Palavras (9 Páginas)  •  276 Visualizações

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que pesquisa num recorte de sua especialidade, entretanto na dimensão dos meios escolares os saberes próprios da profissão docente e pedagógica lhes são alheios. Neste sentido é difícil imaginar que possam fazer rupturas e correr riscos de desenvolver uma pedagogia que se afaste de sua trajetória estudantil. É comum no meio acadêmico de que para ser um bom professor o mais importante é ser um bom pesquisador, visto ter o maior conhecimento científico.

O problema do pedagogo na prática de sala de aula é didático, metodológico. Nunca aprenderam nos meios estudantis de como lidar com os alunos suas características e suas diversidades. Aprendem observando alguém fazendo, nunca questionaram um autor de livro didático.

Abaixo analisaremos algumas imagens que abordam a diversidade:

1. Diversidade histórica:

O evento da chegada da civilização ocidental na América (como na gravura expressa abaixo) já contém traços de dominação do homem branco sobre o nativo que se perpetua ao longo do período histórico. Não podemos falar de diversidade no aspecto amplo da palavra, sem analisarmos a indústria cultural ou os meios de comunicação de massa, os quais tem um papel predominantemente alienante com objetivo hegemônico a serviço da classe social que detém o poder. A história é contada pelos donos dos meios de comunicação usados para dominação e aniquilação cultural. Nesta visão criam-se estereótipos onde se enquadram a diversidade e o diferente se reduz á conceitos pré-estabelecidos conforme convém a cultura dominante. Diante disto a chegada dos povos europeus ao continente americano é visto como descobrimento e não invasão e aniquilação dos povos que aqui viviam. A cultura das civilizações pré-colombianas na visão dominante tratada de indígena ao longo do tempo foi reduzida a espaços territoriais de preservação governamental e tão somente ali teimam em sobreviver e lembradas em data especifica pela cultura ocidental ora dominante no dia do índio. Cabe lembrar que as sociedades indígenas - territorializadas no espaço que os europeus denominaram de Brasil – foram considerados analfabetos pelos colonizadores por não saberem escrever. Contudo essas sociedades possuíam (e ainda possuem) linguagens próprias para transmitir. A mais forte e conhecida é a oralidade, perpetuando a herança imaterial de geração a geração. A história do Brasil registra o que hoje ninguém desconhece: a construção histórica do país começa com o cimento da pluralidade de povos representada esquematicamente pelas populações indígenas, pelos brancos, predominantemente portugueses, pelos negros escravizados na África desde o século XVI até o século XIX. A pluralidade somente deixou de ser trinária para se tornar complexa com a vinda de imigrantes brancos de várias procedências e com a chegada dos japoneses.

http://www.faintvisa.com.br/noticia/Aulas-da-especializacao-em-Historia-do-Brasil-sao-iniciadas

2. Diversidade linguística:

Quando se estuda linguística se percebe que não existe uma língua melhor que a outra, pois cada língua com suas variedades atende as necessidades de uma determinada comunidade de falantes de se comunicar e de pensar, já que entre estes existe uma concessão social que lhe permite o uso da linguagem que na verdade é o que interessa. Portanto devemos tomar cuidado com o preconceito linguístico, afirmando que esta ou aquela língua é melhor que a outra é sem dúvida um meio de discriminação e que só serve aos interesses da elite dominante, detentora dos meios de comunicação de massa que procura a todo custo se perpetuar no poder fazendo com que sua cultura predomine sobre as demais. Existem várias formas de variações linguísticas, estas diferenças são percebidas principalmente no léxico e no sotaque fazendo surgir dialetos marcantes.

"A produção das ideias, representações da consciência está a princípio diretamente entrelaçada com a atividade material e o intercâmbio material dos homens, linguagem da vida real (...). Os homens são os produtores das suas representações, ideias, etc., mas os homens reais, os homens que realizam, tais como se encontram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do intercâmbio que a estas correspondem até às suas formações mais avançadas.” (MARX E ENGELS, 2002 p.22).

Além de comunicar, a linguagem tem o papel primordial de entender e retratar o conhecimento socialmente construído pela humanidade. No entanto não há neutralidade nesta área, ao contrário, é um campo de descobertas e acumulação de um saber competente e seu poder correspondente. Ao emitir o som da fala como na gravura, se transmite mais que uma mensagem, é a identidade do falante que se revela. No entanto numa sociedade de classes, onde os trabalhadores são vistos como mercadoria a serviço da burguesia, trazer na fala, entonação ou sotaque, as raízes de sua cultura e origem social é por vezes penoso, pois passa a ser mais um instrumento usado para excluir e discriminar os falantes emergentes de classe social e economicamente desvalorizadas.

http://compartilhandoacaminhada.blogspot.com.br/2012/03/o-ensino-de-lingua-materna-e.html

3. Diversidade cultural:

A diversidade cultural é um fator muito importante de ser analisado no sistema de ensino, pois é a forma de mostrar aos alunos que existem muitas culturas além da que eles estão acostumados a ver. Também devido ao fato de proporcionar uma formação mais ampla aos alunos, no sentido de fazer com que eles interajam com a realidade se auto-descobrindo e descobrindo coisas novas, pois muitas vezes o aluno desconhece a sua própria cultura. Hoje o trabalho desenvolvido nas escolas deve estar voltado para atender todo tipo de diferença, tendo em vista o processo de mudança que vem ocorrendo na sociedade. O “diferente” torna-se muito mais presente no nosso dia a dia, visto que a cada lugar que frequentamos, encontramos alguém diferente, seja com um visual, aparência, sexo, deficiência, cultura, etnia entre outros. Assim, acredita-se que desde a Educação Infantil, os programas educacionais devem estar direcionados à diversidade, para que a criança aprenda a respeitar, viver e se construir nesse contexto.

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