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O analfabetismo no Alto solimões

Por:   •  14/11/2018  •  1.514 Palavras (7 Páginas)  •  229 Visualizações

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Depois de diversos eventos nesse século acerca da solução para o analfabetismo, chega o século XIX que foi marcado pelo ciclo da borracha no estado do Amazonas. A vinda de muitos imigrantes para trabalhar com as seringueiras da região, na extração de látex para fabricação da borracha, gerou um aumento na tava de analfabetismo no estado, conforme afirma Barbosa:

A primeira inserção da Amazônia na economia mundial ocorreu na última década do século XIX, provocando a hegemonia da língua portuguesa na região; não porque tenha havido uma ampliação do número de escolas, melhor qualificação dos professores ou colaboração dos nativos, mas devido à grande quantidade de imigrantes, principalmente nordestinos, que através do trabalho e do comércio nos seringais praticavam o idioma Português entre os habitantes da Amazônia (2011, p. 58).

Com o ciclo da borracha o estado do amazonas teve um enorme crescimento econômico, porém o setor da educação continuava a cair, nenhum investimento era feito nessa área e a obsessão de garantir mais dinheiro tornava-se maior. Ate final do século XIX o ensino educacional ainda estava em fase de estruturação. No auge desse ciclo o número de analfabetos é extraordinário, conforme explica Barbosa: “Acolhendo 83,8% de analfabetos no seu território, o Estado do Amazonas convivia com a riqueza da borracha e a pobreza educacional” (2011, p. 63).

A educação primaria tornou-se gratuita no estado, no entanto, essa medida não foi necessária para diminuir a taxa de analfabetos, após essa fase primária era responsabilidade da família seguir com os estudos das fases posteriores. Logo, só as famílias ricas tinham condições de bancar a educação, já que a extração do látex proporcionava grandes ganhos então o interesse pela educação para as famílias carentes não era necessário, pois o importante era ganhar dinheiro. Ao termino do ciclo da borracha, as pessoas que adquiriram muitos recursos, como os coronéis, deixaram o estado, enquanto os imigrantes ficaram com o crescente desemprego e a alta taxa de analfabetismo, que do campo seguiram para a cidade de Manaus.

A história da cidade de Fonte Boa do estado do Amazonas é ligada ao padre jesuíta Samuel Fritz, na qual fundou missões e aldeias nessa região, inclusive a que deu origem a cidade. Ele saia por essas regiões para ensinar e educar os povos indígenas que vivam nesses territórios, através do seu trabalho, o número de pessoas na aldeia que fundou a cidade cresceu, originando novas instituições para esta terra. Os habitantes precursores da cidade foram os índios Omágua, que espontaneamente aceitavam os ensinos do padre jesuíta. Esse povo indígena não tinha ciência do analfabetismo, logo não tinham interesse pela escrita e leitura, sua realidade amazônica era compreendida oralmente entre eles, em vista disso, a necessidade de alfabetizar tornou-se importante, isso se concretizou com a chegada dos espanhóis na região. Conforme é exposto no livro:

A preocupação em alfabetizar tornou-se realidade em Fonte Boa a partir da chegada dos espanhóis na segunda metade do XVII, e continuou quando a fundação das missões mantidas pelos portugueses tinha como objetivo o descimento dos índios para ocuparem os aldeamentos, onde os nativos confinados subordinavam-se ao controle dos europeus (BARBOSA, 2011, p.76).

O inicio da educação em Fonte Boa iniciou de modo geral com o padre Samuel Flitz, em 1689. Depois o seguimento desse ramo foi passado para os lideres da cidade e após isso para o governo. Desde a fundação da cidade a sua estruturação na educação ainda é fraca devido a maioria dos familiares achar que trabalhar no campo é mais compensador que estudar, forçando o interesse pelos estudos diminuírem. No final do século XIX, com o baixo crescimento econômico do estado e inicio do XX, é marcado por uma elevação nas taxas de educação da cidade, nesse período as matriculas nas escolas oscilam até 2002 e depois crescem, diminuindo também o numero de abandonos.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o analfabetismo surge a partir do momento que os colonizadores não compreendem as diversas línguas já existentes na região amazônica, para explorar os recursos desta terra os portugueses necessitavam da mão de obra dos índios, impondo assim o seu idioma para essas culturas nativas. A educação no estado iniciou com os jesuítas e depois virou responsabilidade do estado no governo de Marquez de Pombal. O ciclo da borracha na região aumentou o numero de analfabetos levando o estado a tomar diversas medidas para diminuir o problema. Fonte Boa foi à cidade que explanou melhor a visão de ensino e o objetivo de solucionar o analfabetismo, tornando a comunicação universal em um idioma.

4. REFERÊNCIA

BARBOSA, Evandro Brandão. Capítulo II: As origens e o desenvolvimento do analfabetismo no município de Fonte Boa. In: BARBOSA, Evandro Brandão. Uma viagem pelo analfabetismo do Alto Solimões. Manaus: Edições

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