O FAZ-DE-CONTA NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

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Para resolver essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. (Vygotsky, 2007, p.108)

A participação da família é fundamental neste processo, pois possibilita o entrosamento com seu meio. Temos dois autores que destacam formas significativas a brincadeiras no período infantil, Vygotsky pesquisa os processos que ocorrem onde aprofunda uma busca dentro da psicologia.

Piaget procura formas lúdicas dentro da psicologia da inteligência. O mesmo também mostra que o jogo é fundamental para crianças, pois no jogo elas percebem a importância que possui no meio social.

Nesse período a criança desenvolve a fase sensório motor, sendo que o jogo é a peça chave para que ela possa ir se descobrindo e utilizando o brincar para compreender o mundo a sua volta. A criança que brinca sozinha, não tem noção da utilização de regras.

A escolha dessa criança foi baseada na forma como ela se comportava com o brinquedo. A observação foi realizada na Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, situada na 906 Asa Sul, Brasília /DF. A instituição proporciona às crianças uma atividade lúdica denominada “ Dia do brinquedo e da fantasia”, onde as mesmas levam o seu próprio brinquedo e fantasia ao seu gosto. O brincar é realizado em um espaço denominado “Mundo dos brinquedos”, onde as crianças têm a liberdade de expressar sua imaginação e socializar-se com as outras crianças.

A estudiosa Kishimoto ressalta “ao prover situação imaginativa por meio de uma atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras socais. ” (Kishimoto,2003,.43)

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(Foto do espaço).

A escolha de Lucas (nome fictício) 5 anos, buscou-se pela maneira em que realizava a atividade.

Detalha-se que Lucas gosta muito de um super-herói, cujo seus materiais e pertences são deste personagem, o que influência em suas escolhas. No dia da observação, Lucas portava um brinquedo e fantasia do Homem-Aranha, seu super-herói favorito. A criança foi questionada sobre o porquê da escolha do brinquedo. Esta afirma que sempre assistiu aos filmes e desenhos.

Lucas recusava-se a interagir com as crianças que permaneciam no mesmo espaço que ele. Este por sua vez, estabelecia um vínculo com seu brinquedo, explorando o ambiente propicio reproduzindo os movimentos que seu personagem realizava nos filmes.

“No sonho, na fantasia, na brincadeira de faz-de-conta desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados. ” (Bom Tempo, 2001, p.30).

Durante a observação podemos perceber que Lucas finge ser outra pessoa, buscando uma aproximação com o mundo imaginário, sons feitos por ele com a própria boca, representam os mesmos que o super-herói faz em seus filmes.

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(foto da criança brincando )

As crianças adoram brincar de faz de conta, elas amam imitar situações do dia-a-dia de um adulto e sem saberem aprendem muito com essa brincadeira. Os heróis e personagens fictícios ganham vida no mundo imaginário das crianças que passam a ser o próprio personagem. Essas fantasias leva a criança para um mundo imaginário, onde a regra é não ter regra, onde são livres para ser quem quiser ser.

É de extrema importância que nós adultos possamos estimular as crianças a brincarem de faz de conta, pois além de ser uma brincadeira de aprendizagem é também uma brincadeira que desenvolve o “EU”. Na faixa etária dos 3 a 7 anos de idade que o faz de conta desperta ainda mais interesse.

E como podemos ajudar os nossos pequenos imaginários?

É fácil. Você só precisa colocar à disposição da criança objetos, roupas, maquiagem e ter utensílios que representam o dia-a-dia de um adulto, tudo isso ajuda a construir esse mundo imaginário. Brincar junto com elas é de extrema importância, pois a criança adora a participação dos pais nas ações praticadas. Você apenas precisa autorizar ser conduzido por elas.

Uma das diversas vantagens que o faz-de-conta traz, é prepararmos a crianças para situações que elas têm medo ou que em uma situação próxima vão ter que passar. Vejamos uma delas, a ida ao dentista para algumas crianças é aterrorizante, porém se na brincadeira recriarmos o que se passará na consulta a criança não terá medo.

Somente no faz de conta a criança vive e revive situações que lhe causaram alegria, medo, tristeza e ansiedades, dando-lhe a oportunidade de expressar e trabalhar de forma mágica estes sentimentos e emoções tão difíceis de suportar, podendo compreendê-los e reorganizá-los.

CONCLUSÃO

Ao longo desse trabalho foi possível observar vários aspectos que existem nas crianças. Tais como a inocência, a imaginação e o modo que elas se comunicam com o mundo. O Faz de conta nos leva a compreender esse mundo no qual podem ser criados valores de vida e de comunidade através da brincadeira.

Esse trabalho foi muito importante para o nosso amadurecimento e formação como pedagogos. Devido ao contato com a criança, tivemos a oportunidade de entende-la em seu mundo, um mundo, na qual ela criou a partir do faz-de-conta, e com isso, encerramos com uma frase de Anísio Teixeira, como resultado do que aprendemos.

“Educar é crescer. Crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra. ”Anísio Teixeira