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Literatura infanto juvenil - Os contos de fadas na formação das crianças – Importância da leitura dos contos na educação.

Por:   •  14/6/2018  •  2.138 Palavras (9 Páginas)  •  483 Visualizações

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Mais uma vez, Bettelheim, um dos grandes nomes da Literatura Infanto-juvenil, enfatiza a seriedade da utilização dos contos na educação, pois a fantasia facilita a compreensão das crianças, pois se aproxima mais da maneira como veem o mundo, já que ainda são incapazes de compreender respostas realistas. Não esqueçamos que as crianças dão vida a tudo. Para elas, o sol é vivo, a lua é viva, assim como todos os outros elementos do mundo, da natureza e da vida. Acreditam em monstros, fadas, duendes e em todos os seres que os adultos inventam para elas. Se contarmos a ela que a empregada entrou voando pela janela, montada em um cavalo branco, as crianças acreditarão e serão capazes de fazer o mesmo.

Podemos observar o conto dos Três Porquinhos, um conto do século XVIII contado por Joseph Jacobs em meados de 1853. A História relata, três irmãos porcos, que um dia decidiram sair da casa de sua mãe, durante a aventura de conhecer o mundo, os porquinhos se cansaram e resolveram construir cada qual sua casa para descansar. O primeiro porquinho, preguiçoso, resolveu construir sua casa de palhas e lama. O segundo, construiu de madeiras que havia encontrado em seu caminho, porém não usou pregos para a fixação de suas madeiras. E o Ultimo, escolheu tijolos, ferro, vidro e cimento. Determinado dia, O lobo que adorava carne de porco, e que habitava as redondezas onde os porquinhos se instalaram, bateu na casa do primeiro porquinho, a casa de palha, o porquinho recusou abrir e com um sopro, derrubou a casinha de palha a, o porquinho correu para a casinha de madeira, a casa do segundo porquinho, depois de um tempo, o lobo também apareceu por lá, pediu para entrar, e eles se recusaram, o lobo tornou assoprar e as madeiras voaram, destruindo a casinha de madeira que não estava corretamente fixada. Os dois, desesperados fugiram para a casa do terceiro porquinho, a de tijolos, que novamente o lobo foi bater e sua porta. Os três disseram que ele, o lobo, não iria entrar, e o lobo nervoso, soprou, soprou, e com toda sua força soprou, mas a casinha não desmanchou, pois era bem reforçada e segura...

Esse clássico literário mencionado, tem sua ludicidade e magia, é um conto pois trata de uma passagem curta, que ocorrem em alguns dias, mas, característicos dos contos, não percebemos essa passagem de tempo.

Podemos usar esse conto para trabalhar com as crianças devido aos ensinamentos que ele aborda através das ações e consequências dos Porquinhos. Um dos fatores que pode ser utilizado com desdobramento de temas é a preguiça e a responsabilidade por fazer nossos serviços de maneira responsável e cuidadosa, que em nossa sociedade, tudo que conseguimos é através do trabalho e de nossos esforços.

”Os Três Porquinhos ensinam à criança (...), da maneira mais dramática e agradável, que não devemos ser preguiçosos nem levar tudo despreocupadamente, porque, se fizermos assim, podemos ser liquidados. ”

(Bruno Bettelheim - Psicanálise dos Contos de Fadas).

Além deste tema, podemos adentrar na personagem do Lobo Mau, por destacarmos a persistência do Lobo em querer os Porquinhos, como mostrar aos alunos que sempre em nosso caminho surgiram problemas e conflitos que muitas vezes se repetem ao longo da vida, ou aquelas pessoas que irão tentar nos derrubar e nos prejudicar. Contudo esse tema é de suma importância para a preparação da vida adulta, para que possamos estar prontos para esses problemas e saber solucionar de maneira correta e responsável.

“O lobo, selvagem e destrutivo, significa as forças associais, inconscientes e devoradoras contra as quais temos de aprender a defender-nos, podendo derrota-las pela força do nosso ego. ” (Bettelheim).

OS CONTOS RECONTADOS PELA CONTEMPORANEIDADE

Atualmente, os grandes clássicos da literatura infantil vêm ganhando novas releituras e até espaço nas grandes telas de cinema por todo mundo. Com o avanço das tecnologias, essas superproduções ganham milhões de seguidores de todas as idades. Essas releituras se dá, por conta do avanço de nossa sociedade, as crianças que nascem “chipadas” já não se interessam tanto por aqueles contos antigos. E a utilização dos recursos de cinema esses clássicos ficam mais atrativos e repletos de efeitos especiais que impressionam quem assiste.

Como educadores, não podemos deixar de lado esse fator da releitura, seja em livros ou cinema. Podemos levar aos alunos o grande sucesso que foi o filme A Malévola, direção de Robert Stromberg, e comparar com a obra de origem A Bela Adormecida dos famosos Irmãos Grimm, destacar as mudanças necessárias para o filme, a troca de personalidade das personagens e diversos fatores comparativos.

Há um infinito cardápio de readaptações como por exemplo: a releitura de Tim Burton em Alice no País das Maravilhas e Frankenweneeie. Cinderela, que ganhou um filme feito com pessoas reais. Deu a Louca na Chapeuzinho de Cory Edwards e Todd Edwards. O seriado Sitio do Pica Pau Amarelo, com várias versões apresentados na teve nacional, que é uma mistura dos contos de Monteiro Lobato. E recentemente a Serie americana Once Upon a Time que abrange todos os clássicos de fadas, desde Irmãos Grimm aos contos das Disney. Enfim, uma diversidade de releituras que podemos utilizar tanto para atrair os novos olhares tecnológicos das crianças como trabalhar a analise destes contos.

Readaptação: Os três porquinhos e o lobo-guará (Angelo Machado)

Angelo Machado é um ambientalista e escritor. Atualmente, trabalha como professor do departamento de zoologia da universidade federal de Minas Gerais. Há anos vem trabalhando pela proteção do meio ambiente no Brasil, especialmente por meio do teatro infantil. Recebeu muitos prêmios por trabalhar essa temática com o público infantil.

Selecionamos o conto dos Três Porquinhos e o Lobo-Guará, uma releitura feita por Angelo Machado.

O conto, inicialmente não é diferente do clássico, os três porquinhos saem de casa em busca de uma vida livre. Cansados resolvem cada um construir sua casinha, o primeiro usa palha, o segundo; madeiras e o terceiro alvenaria. Eis, que surge um lobo, o Lobo Guará, que pede abrigo ao primeiro porquinho na casa de palha. O Porco temeroso não deixa entrar, e o Lobo-Guará explica que ele está fugindo do caçador, e que o lobo que come porquinhos cansou do Brasil e voltou para Europa. Então o porquinho da casa de palha deixa o Lobo-Guará entrar e eles viram amigos. Porém chega o Vento, e começa a assoprar na casa de palha que voa. Sem abrigo, o porquinho e seu

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