EDUCAÇÃO - Breve relato da história da educação excludente: do início da colonização aos dias de hoje em nosso país .
Por: Lidieisa • 25/11/2018 • 1.335 Palavras (6 Páginas) • 430 Visualizações
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Em 1889, com o período republicano, iniciou-se uma valorização do estudo, com uma modernização de conteúdos, da administração e de métodos escolares. No entanto, as raras escolas que existiam, possuíam pouquíssimas vagas, que eram disputadas pela classe média, já que os filhos da elite continuavam a ser instruídos por aqueles preceptores.
Com a industrialização e a urbanização, a necessidade de capacitação foi necessária, o que acentuou a discriminação entre o ensino secundário superior e o primário profissional.
Somente em 1932, com o surgimento do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, que defendia uma educação obrigatória, pública, gratuita, laica, sem qualquer discriminação por cor, sexo ou tipo de estudo, adaptada às características regionais, como dever do Estado, a ser implantada em todo o país, procurou-se acabar com o caráter discriminatório do ensino.
Em 1937, no governo de Getúlio Vargas e com a criação do Estado Novo, “cria-se” um sistema educacional com o objetivo de “construir” o cidadão-trabalhador: a Pedagogia do Estado Novo. Essa pedagogia só viria a reforçar ainda mais a educação excludente, visto que aos pobres, se dava somente o direito de aprender para trabalhar, enquanto à classe média oferecia-se o ensino propedêutico; e, às mulheres, o direito de matrícula somente em instituições de frequência feminina.
Em 1964, com o golpe militar, implanta-se um regime de autoritarismo em todas as esferas nacionais. Na esfera educacional, foram inúmeras as reformas realizadas sem contar com a participação dos maiores interessados: diretores, professores, alunos e a população geral. Os resultados foram drásticos e a educação se estagnou.
Após o regime militar, com a supervalorização dos preços, o ensino tornou-se ainda mais elitizado, tornando cada vez mais restrita a escola de qualidade.
Atualmente, com a recessão econômica, os altos índices de desemprego, os cortes de investimentos, o aumento de impostos e a corrupção alarmante transformaram o processo educacional no Brasil, a partir de 2014, em um cenário marcado por uma série de convulsões, com impactos severos em várias áreas.
A partir daí, o país sofreu com os reveses da retração financeira e precisou se remodelar diante da falta de verbas dos governos federal, estadual e municipal.
As instituições de ensino particulares se desvinculam dos programas de financiamento governamentais, investindo qualitativamente em seus alunos, numa tentativa de reduzir os níveis de evasão escolar e inadimplência, enquanto que as instituições de ensino públicas permanecem dependentes das verbas governamentais que, quando chegam, não dão pra manter as condições mínimas de atendimento ao processo de educação e de ensino-aprendizagem.
Porém, ao se deparar com o atual contexto brasileiro, percebe-se que o ensino tem se mostrado insuficiente, no que se refere à quantidade de vagas para o atendimento dos alunos, tendo como grande desafio a melhoria de sua qualidade. E esta qualidade é perpassada por várias questões, tais como baixos salários dos professores, escolas públicas sucateadas, ensino formalista e autoritário, o que gera, consequentemente, desestímulo por parte dos professores e alunos.
Abordando ainda sobre o fracasso escolar, concluo, que este cenário atual, se configura dentro de um quadro de múltiplas negações, dentre as quais se coloca a negação da legitimidade de conhecimentos, de forma de vida, formulados à margem dos limites socialmente definidos como válidos. Tem-se, assim, a inexistência de um processo escolar que possa atender as necessidades e particularidades das classes populares, permitindo que estas possam fazer parte na construção do processo de ensino, fazendo com que, cada vez mais, o processo educacional brasileiro continue a ser um processo de educação EXCLUDENTE.
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