Aprendizado-Síntese de Conceitos

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RRD: Paulo, depois de 20 anos de experiência, ensinando matemática no Ensino Médio, como o senhor avalia o seu papel como educador?

Paulo: Durante muito tempo a escola onde trabalho seguia uma linha de ensino tradicional, então a minha função é preparar os alunos para serem aprovados no vestibular. Por isso, continuo acreditando que o mais importante é cumprir o programa. No entanto, cabe fazer algumas reflexões sobre este método de ensino, pois me vejo como um mero transmissor do conhecimento que determina o conteúdo a ser trabalhado sem levar em conta as necessidades que surgem em sala de aula.

RRD: E como você pode descrever a atuação do aluno nesta sua visão?

Paulo: Bom, o aluno, passivo é um receptáculo do conhecimento descontextualizado. Não sabe porquê e para que estuda determinados conteúdo.

RRD: fale um pouco sobre movimento de renovação que a escola onde você atua está fazendo e qual a relação desta mudança com o novo paradigma educacional.

Paulo: A escola está buscando a superação de elementos vinculados à visão de velhos paradigmas que ainda rondam o processo de ensino-aprendizagem.

Está se alinhando ao novo paradigma educacional que propõe a incorporação e desenvolvimento, notadamente em sala de aula, de outros elementos vinculados a ele. O professor deve atuar como facilitador da aprendizagem do aluno, facilitador da construção de sentidos, gerenciador da informação e reflexivo. Eu tenho me sentido pressionado pelos coordenadores e por alguns colegas a avaliar e ressignificar minha prática pedagógica. Tenho feito algumas mudanças nos recursos e materiais que utilizo, fazendo com o livro seja um entre vários recursos didáticos (jornais, revistas, vídeos, computador, cd-rooms).

RRD: Você continua acreditando que o mais importante é cumprir o programa?

Paulo: Sim. Por que entendo que o processo de avaliação para acesso a uma vaga na universidade focaliza conteúdos curriculares eleitos como os mais adequados e dificulta o conhecimento do nível de crescimento dos indivíduos, de forma que ficam desconhecidos seus limites.

RRD: Como a equipe da sua escola está projetando o processo de avaliação para a escola do futuro?

Paulo: Avaliar não é punir, nem premiar, mas coletar subsídios visando o aperfeiçoamento dos processos; focar, prioritariamente, experiências, vivências, conhecimentos extracurriculares para sua vinculação às práticas educativas; permitir o crescimento dos indivíduos, e apontar limites da ação e descoberta de novas ações.

RRD: Obrigada Paulo!

- Segunda entrevista- Professora Marlene

RRD: Marlene, como você define a educação e no seu ponto de vista qual a sua principal função?

Marlene: Educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo. Uma de suas principais funções e a de “Equalização das desigualdades sociais”, onde a educação é entendida como um fato social que ajudaria a diminuir as desigualdades sociais presentes na sociedade.

RRD: Marlene, você é conhecida como uma professora que busca constantemente inovar o seu trabalho. Como você pode descrever suas atividades hoje e no futuro?

Marlene: Sim, eu gostaria de poder conduzir o processo de aprendizagem de maneira mais flexível. Meu grande sonho é trabalhar por projetos. A escola onde trabalho é muito centrada no cumprimento dos programas das diversas disciplinas. São atividades rotineiras que favorecem a padronização da resolução. A pesquisa se faz por meio de cópias. Tais atividades estão vinculadas ao velho paradigma da educação.

Meu sonho se desenvolve no novo paradigma educacional, onde as atividades são centradas em projetos de trabalho e na resolução de problemas para desenvolver competências. A pesquisa envolve a busca de informações em várias fontes para a resolução de uma determinada situação-problema.

RRD: Obrigada Marlene!

- Terceira entrevista- Professor Carlos

RRD: Carlos, como você define a educação sob o ângulo de sua principal função?

Carlos: Como uma prática histórica, a educação configura-se como um processo decorrente das relações que os homens estabelecem entre si. Entendo que sua principal função é a “Transformação e emancipação social”, que tem uma visão crítica da educação como prática social que contribui para a transformação social e emancipação dos indivíduos, permitindo o esclarecimento a respeito de sua própria condição na sociedade.

A escola tem como função principal promover o aprendizado do aluno. No entanto, precisa ser um espaço de sociabilidade que possibilite a construção e a socialização do conhecimento produzido.

RRD: Carlos, descreva qual a importância do planejamento do ensino, no âmbito do seu trabalho.

Carlos: Me ressinto de recursos e materiais que poderiam enriquecer o meu trabalho, pois como você sabe a escola pública é muito deficitária no nosso pais. Não obstante estas dificuldades, continuo insistindo em planejar e desenvolver suas aulas de maneira criativa.

No planejamento de ensino, os professores devem prever situações didáticas por meio das quais seja possível dar o retorno ao aluno acerca dos conteúdos dominados, bem como da natureza e das razões dos erros que ele cometeu.

Ao planejar o trabalho de sala de aula é importante que os docentes identifiquem os modos pelos quais cada aluno se apropria do conhecimento. Eles devem adotar várias abordagens no desenvolvimento dos conteúdos, visando a atender o modo como o aluno conhece.

RRD: Carlos, que resultados se pode observar no aluno, quando o ensino é planejado?

Carlos: A aprendizagem do aluno melhora quando o seu estilo cognitivo é conhecido por ele e pelos professores. “Aprender a aprender” implica, por parte da escola e do planejamento dos professore reconhecer o aluno como sujeito do processo de aprendizagem e, portanto, participante desse mesmo processo. Para tanto, é fundamental que o aluno seja levado a se reconhecer como capaz de aprender, e continuar aprendendo