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Trabalho de português

Por:   •  9/4/2018  •  2.092 Palavras (9 Páginas)  •  449 Visualizações

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Castro Alves

Conclusão: Mostra a história de um escravo que sofria de amor.

Mater Dolorosa

Meu Filho, dorme, dorme o sono eterno

No berço imenso, que se chama - o céu.

Pede às estrelas um olhar materno,

Um seio quente, como o seio meu.

Ai! borboleta, na gentil crisálida,

As asas de ouro vais além abrir.

Ai! rosa branca no matiz tão pálida,

Longe, tão longe vais de mim florir.

Meu filho, dorme Como ruge o norte

Nas folhas secas do sombrio chão!

Folha dest'alma como dar-te à sorte?

É tredo, horrível o feral tufão!

Não me maldigas... Num amor sem termo

Bebi a força de matar-te a mim

Viva eu cativa a soluçar num ermo

Filho, sê livre... Sou feliz assim...

- Ave - te espera da lufada o açoite,

- Estrela - guia-te uma luz falaz.

- Aurora minha - só te aguarda a noite,

- Pobre inocente - já maldito estás.

Perdão, meu filho... se matar-te é crime

Deus me perdoa... me perdoa já.

A fera enchente quebraria o vime...

Velem-te os anjos e te cuidem lá.

Meu filho dorme... dorme o sono eterno

No berço imenso, que se chama o céu.

Pede às estrelas um olhar materno,

Um seio quente, como o seio meu.

Castro Alves

Conclusão: Mostra a dor de uma mãe ao ter que ver seu filho partir.

As Três Irmãs do Poeta

É Noite! as sombras correm nebulosas.

Vão três pálidas virgens silenciosas

Através da procela irrequieta.

Vão três pálidas virgens... vão sombrias

Rindo colar num beijo as bocas frias...

Na fronte cismadora do Poeta:

"Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença.

Sou eu quem te sepulta a idéia imensa,

Quem no teu nome a escuridão projeta...

Fui eu que te vesti do meu sudário...

Que vais fazer tão triste e solitário?..."

- "Eu lutarei!" - responde-lhe o Poeta.

"Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome.

Sou eu quem o teu negro pão consome...

O teu mísero pão, mísero atleta!

Hoje, amanhã, depois... depois (qu'importa?)

Virei sempre sentar-me à tua porta..."

-"Eu sofrerei"-responde-lhe o Poeta.

"Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte.

Suspende em meio o hino augusto e forte.

Marquei-te a fronte, mísero profeta!

Volve ao nada! Não sentes neste enleio

Teu cântico gelar-se no meu seio?!"

-"Eu cantarei no céu" - diz-lhe o Poeta!

Castro Alves

Conclusão: Trata-se de um poema onde mostra diferentes visões das moças para com seu irmão.

Boa Noite

Boa noite, Maria! Eu vou,me embora.

A lua nas janelas bate em cheio.

Boa noite, Maria! É tarde... é tarde. .

Não me apertes assim contra teu seio.

Boa noite! ... E tu dizes - Boa noite.

Mas não digas assim por entre beijos...

Mas não mo digas descobrindo o peito,

— Mar de amor onde vagam meus desejos!

Julieta do céu! Ouve... a calhandra

já rumoreja o canto da matina.

Tu dizes que eu menti? ... pois foi mentira...

Quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela-d'alva os derradeiros raios

Derrama nos jardins do Capuleto,

Eu direi, me esquecendo d'alvorada:

"É noite ainda em teu cabelo preto..."

É noite ainda! Brilha na cambraia

— Desmanchado o roupão, a espádua nua

O globo de teu peito entre os arminhos

Como entre as névoas se balouça a lua. . .

É noite, pois! Durmamos, Julieta!

Recende a alcova ao trescalar das flores.

Fechemos sobre nós estas cortinas...

— São as asas do arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada

Lambe voluptuosa os teus contornos...

Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos

Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos

Treme

...

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