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RESENHA QUANDO FALA O CORAÇÃO

Por:   •  11/11/2018  •  2.162 Palavras (9 Páginas)  •  470 Visualizações

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A fase de quarto lugar é a mais importante e o intervalo de tempo pode diferenciar de caso a caso, pois ao mesmo tempo que pode acontecer rápido essa autoaceitação pode demorar anos assim como a integralização desse indivíduo de volta à sociedade. É um processo lento e contínuo, porém é necessário esse sentimento de autoaceitação diário, mútuo, uma construção de relação com ela mesmo e com a sociedade. O exemplo dessa “última” fase é trago no filme “Psicoterapia em processo: O caso da Senhora Mun”, onde a nossa protagonista pede tanto por uma interação pessoa-pessoa que acaba descobrindo que tudo que almeja ela tinha na relação cliente/paciente – terapeuta. Outro exemplo citado pelo autor é também um filme intitulado por “Saindo da escuridão” onde tematiza a interação do terapeuta com uma psicótica muda, na qual a ajuda vem implantada em um pente de cabelo, que quando é oferecido ela aceita demonstrando assim o domínio da escolha independente do medo. Para uma melhor exemplificação e explicação do que é proposto, o próprio autor também utiliza de visões antagônicas e críticas sobre determinados assuntos: como criticar o amor se nunca fui amado? O que dizer dessa experiência não vivenciada? Estas ilustrações negativas ajudam a definir os “momentos” da psicoterapia. Utiliza de metáforas, antíteses e paradoxos para construir o enlace do drama.

O autor do quinto capítulo, Carl Rogers, traz uma preocupação consistente relacionado ao processo de mudança que tanto sugere no livro, que ele mesmo, confessa ser falho, pois quando cuidamos do outro temos também que olhar seu lado místico e espiritual que muitas vezes são deixados de lado diante do seu tratamento, por não ser considerado tão “efetivo”, porém ao mesmo tempo, vemos que é essência única e está dentro da base da relação terapeuta/cliente que é a confiança, respeitar esses limites e realidades de cada um.

No início do segundo capítulo já nos remete a um conceito histórico, onde utiliza como exemplo para poder falar da constante busca de entender o ser humano, Adão e Eva que comeram o fruto proibido e assim, tiveram a essência do conhecimento, utilizando a partir do exposto alguma luz que buscasse nas visões históricas, bíblicas e poéticas, o entendimento do ser humano como um todo. Partindo desse pressuposto nota-se que o ser humano existe a partir desses três estados básicos: o aparente, o escondido e o intermediário. Para explicar, exemplificar e ilustrar ele utiliza desenhos que demonstram:

O estado escondido é baseado na subjetividade, intuição, sonhos, imaginação, fantasia. É exemplificado através de um triângulo para o céu, onde esse dá ideia de plenitudo inifinita, ilimitado.

O estado intermediário (que pelo próprio nome diz, está entre o escondido e o aparente) são considerados os momentos de liberdade, sintonia, espontaneidade, movimento, essência, unificação do que eu sinto e do que eu demonstro. E como está exemplificado como uma faixa, e dentro dessa faixa ondas que dão ideia de conexão entre as duas partes.

E por fim, o estado aparente é a razão, o intelectual, objetivo, literal, comum. E como está exemplificado através de um triângulo voltado para baixo, para o chão, dá ideia de limitação.

É interessante a visão da vida que sempre veio dividida em 3 partes, iniciando por esses estados básicos, analisando o campo científico: o átomo (elétron, nêutron e próton), o campo religioso: a Trindade Santa (Pai, Filho e Espírito Santo), o campo político e social: os três poderes públicos (executivo, legislativo e judiciário), o campo da psicologia: a análise do inconsciente (id, ego, super ego). Não tem nada justificado para existir essa conexão, mas é inevitável ver essa ligação tríade de sempre e não associar a pensamentos comuns, até fazendo uma comparação com o cérebro, os estados da matéria (sólido, líquido e gasoso) entre outros, evidencia-se o pensamento equiparativo dessas ciências. Por ser uma coincidência intrínseca, por exemplo, o cérebro precisa de todos seus lados para funcionar bem e ter visão completa, não existem partes separadas, funcionando sem a outra, isso vale para todos os exemplos já citados, ou seja para a perfeição é necessário o empenho de todos e de tudo.

Ao mesmo tempo que devemos pensar nessa perfeição intrínseca, o autor expõe uma preocupação sobre a possibilidade de confusão desse pressuposto de ligação, para que não haja um desastre de confusão entre essas ligações tríades.

Na exposição da realidade vivida pelo próprio terapeuta, ele expõe que é complicado assumir a função de professor e de terapeuta, pois além de atingir o comportamental, deve-se também tratar o intelectual, respectivamente como terapeuta e professor, mas que não é impossível conseguir essas funções com sucesso atingindo os objetivos que anteriormente foram estabelecidos.

No capítulo “A armadilha da especialização” remete-nos a ideia de o ambiente social, cultural e familiar influencia no amadurecimento e na criação da personalidade de cada indivíduo, quando o autor usa exemplo da influência dos pais nos filhos e faz uma analogia com o ditado popular “filho de peixe, peixinho é”. O autor acredita que a especialização afunila algumas personalidades deixando difícil analisar o estado escondido, e às vezes até “violando a natureza e suas leis essenciais”, ou seja, às vezes a especialização pode funcionar como uma armadilha se não souber lidar diante das diferentes situações, é necessário que use seu potencial criativo e assuma o papel da busca pela harmonia e paz.

Logo quando trata-se do processo de regulação das polaridades vemos uma sociedade que não admite viver no meio termo, temos nosso “plano cartesiano” que deve ser seguido (aquele que Descartes nos deixou como modelo), caso um saia desse plano ele não está apto, é considerado, por vezes, anormal. Há anos vivemos em uma realidade que só é bom quem está dentro dos “padrões”, ou seja, devemos desvendar essa visão de “padrões” onde cada um vive e é da sua determinada maneira, sem nunca agredir o pensamento ou o ser de cada pessoa. Assim, como hoje temos a mudança da nossa Constituição onde o termo “homem” foi trocado por “pessoa”, pois julgava-se machista e autoritária, e com a conquista cada vez mais da mulher foi considerado uma grande vitória, isso há 60 anos era considerado impossível de acontecer e hoje estamos nessa realidade. Cada polo faz parte do ser humano, assim como quando estudamos a consciência percebemos que não é só do aparente e do escondido que vive o homem, está além disso, está no ser,

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