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As Funções da Linguagem

Por:   •  23/5/2018  •  1.736 Palavras (7 Páginas)  •  282 Visualizações

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Para exemplificar de uma forma mais clara, a Figura 2 mostra a letra da canção “Detalhes” do Roberto Carlos e Erasmo Carlos que apresenta alto teor emotivo. A mensagem organiza-se, centralmente, na posição do emissor, marcado pelo traço inicial do pronome em 1ª pessoa, ao mesmo tempo que envia suas lembranças, expressões e confissões a uma 2ª pessoa, aqui apontada pelo “você”, a amada.

[pic 4]

Figura 2 - Letra da música "Detalhes" Roberto Carlos e Erasmo Carlos

A função emotiva, portanto, tem seu auge no emissor que deixa transparente as intenções do seu dizer, marcando-se em 1ª pessoa; comparece também numa fala marcada pela interjeição e adjetivos, que apontam o ponto de vista do emissor, daquele que fala. A função emotiva implica, sempre, uma marca subjetiva de quem fala, no modo como fala.

As novelas, em sua maioria, traçam as ações das personagens na expressão dramática de sentimentos, afetos, emoções, cuja finalidade é comover o espectador. As pinturas, principalmente as expressionistas como as de Van Gogh, escorre interjeição emotiva tanto no traço angustiado, na cor forte, na deformação do objeto quanto no modo como esses elementos limitam-se, comprimidos, no espaço da tela e da moldura e/ou buscam libertar-se do espaço da tela (Figura 3).

[pic 5]

Figura 3 - Pintura expressionista "O Grito" de Van Gogh

4. FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA

Esse tipo de função tem como foco o receptor, procurando sempre chamar sua atenção, persuadi-lo ou influenciá-lo de alguma forma, isto é, fazer com que ele atenda aos interesse do emissor. A palavra “conativa” tem origem no termo latim conatum, que significa tentar influenciar alguém através de um esforço, e esclarece qualquer dúvida em relação ao termo. Utiliza bastante o modo imperativo dos verbos (ordem, chamamento, saudação ou súplica) e quase sempre é desenvolvido na segunda pessoa. Como tem um poder persuasivo muito grande, é o discurso mais utilizado nas campanhas publicitárias, políticas e qualquer outro tipo de texto que queria chamar o receptor para fazer alguma coisa.

Para a linguagem da propaganda, por exemplo, as mensagens construídas visam essencialmente atingir o receptor. Possuem, no seu ato de configuração dos signos, características de função poética, visando sensibilizar o público pela beleza da argumentação. Por trás da mensagem publicitária há sempre o imperativo do consumo da mercadoria apresentada, diferentemente da função estética da arte, que não intenciona persuadir para fins de consumo, como visto na Figura 4. A publicidade apropria-se dos níveis gráfico, visual e sonoro, conforme o canal que medeia a informação: outdoor, revista, televisão, rádio e outros.

[pic 6]

Figura 4 - Anúncio publicitário da SKOL utilizando da persuasão

5. FUNÇÃO FÁTICA

É a função que tem como foco o canal, o contato ou o suporte físico, e normalmente é usada quando o emissor testa o funcionamento do canal, prolonga, interrompe ou reafirma a comunicação, não no sentido de, efetivamente, informar significados. Nesta função, a linguagem é empregada com a intenção de, primeiramente, despertar a atenção do seu destinatário e depois, manter contato com ele. Pode-se apresentar de diferentes formas: ruídos, falar alto, repetição, música, recursos gráficos tais como, tamanho da fonte e cores. Podem também ser repetições, quase ruídos, balbucios, gagueiras, cacoetes de comunicação, testando assim, a própria comunicação. Certos “tiques” da fala caracterizar-se como fáticos: “certo?, entende?, não é?, tipo assim”, são conectores entre uma expressão e outra e dão a ilusão de que emissor e receptor comunicam-se.

Como a maior dificuldade do emissor é conseguir despertar a atenção do receptor, torna-se uma função muito utilizada em textos da comunicação de massa como, por exemplo, a Figura 5.

[pic 7]

Figura 5 - Capa de abertura da Revista Realidade, 1967

6. FUNÇÃO POÉTICA

É o emprego da linguagem concentrada na mensagem. Isto é, a intenção é apresentar o conteúdo por meio de uma forma que atraía o destinatário. Por isso, ela também recebe o nome de função estética. Caracteriza-se por ser expressa na própria estrutura da mensagem, seja em letras, ritmo, melodia, tonalidade etc. As rimas são um bom exemplo de função poética e muitos poemas usam desta função, mas não são as únicas formas de comunicação que a utilizam. A função poética também costuma acontecer em campanhas publicitárias. O texto jornalístico recorre com frequência a esta função como forma de causar um certo estranhamento sobre o receptor, com títulos, chamadas de telejornal, seleção e arranjo das imagens.

É uma função ampla, pois qualquer sistema de sinal, no sentido de sua organização, pode carregar em si a concentração poética, ainda que não predominantemente. Uma foto pode estar contaminada de traços poéticos, uma roupa pode coordenar, na sua montagem, o equilíbrio de cor, corte e textura do tecido; um prato de comida pode desenhar, sensualmente, a forma e cheiro do cardápio; uma arquitetura pode exibir relações de sentido entre o espaço e a construção, a prosa pode aspirar à poeticidade, mas é claro, na poesia ela é fundamental.

7. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

O código se destaca nesta função, pois o referente da mensagem se volta para seu próprio código. É uma função que não pode ser identificada apenas por aspectos da forma de expressão, mas sim por seu referente direcionado ao próprio código. O conceito abrange noções do campo da linguística, da teoria, da informação, da teoria da comunicação: é um sistema de símbolos com significação fixada, convencional, para representar e transmitir a organização dos seus sinais na mensagem, circulando pelo canal entre a emissão e a recepção.

Uma língua é um código, os sinais de trânsito também, mais artificial, no sentido de tecnicamente construído. Já a língua pressupõe certo desenvolvimento, uma história entre o individual e o social, ambos interagindo, para a transformação do código língua.

O exemplo mais evidente dessa função é o dicionário. Mas

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