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LINGUAGEM ACADÊMICO-CIENTÍFICA: UM ESTUDO BIBLIOMÉTRICO DOS TIPOS DE CITAÇÕES

Por:   •  12/10/2018  •  3.266 Palavras (14 Páginas)  •  291 Visualizações

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- REFERENCIAL TEÓRICO

A escrita, cujo surgimento ocorreu muito antes de 2000 a.C., tinha como objetivo primário guardar informações e acumular conhecimento, fosse este deixado em paredes de grutas e cavernas ou passado para folhas de couro ou papiro, o que foi uma das manifestações culturais mais importantes no campo da arte, a escrita também ocasionou o desenvolvimento intelectual do ser humano e grandes avanços na leitura, além da perpetuação de seu papel ideológico e político, tornando-se um meio de expressão e de comunicação, que ajudou a revolucionar a contemporaneidade por meio de novos métodos de estabelecer contato a distância e em tempo real.

Com o posterior desenvolvimento dos diferentes tipos de línguas faladas em séculos passados e do grande acúmulo de conhecimento proporcionado por elas, foi necessária a adoção de um tipo de linguagem mais complexa, voltada para pesquisadores e cientistas, com o objetivo de permitir o aprofundamento nas mais diversas áreas do conhecimento. Com decorrer de seu processo de expansão, a linguagem científica teve de ser padronizada para poder alcançar mais pessoas ao redor do mundo, passando por barreiras como os diferentes dialetos e garantindo uma exploração global de novas técnicas e meios para proporcionar o desenvolvimento de novas tecnologias.

Atualmente, existem no mundo mais de 6190 idiomas diferentes, com suas respectivas características, regras semânticas e palavras com os mais diversos significados e usos e, graças a essa padronização, a linguagem acadêmico-científica alcançou sua finalidade de analisar, comparar, sintetizar e informar dados obtidos em pesquisas e estudos com precisão e objetividade (BOTELHO, 2009), além de propiciar uma leitura mais dinâmica e eficiente.

Este tipo de linguagem possui por característica o uso de uma escrita formal, que é direta e objetiva, evitando ao máximo as ambiguidades e polissemias, e contendo unicidade comunicacional, que proporciona uma maior credibilidade e exatidão do possível problema, para que o resultado alcançado seja positivo; e conforme Santos (2000), o bom senso manda sempre evitar extremos. De acordo com Machado (2004), a escrita acadêmico-científica é considerada, por convenção, como a forma prioritária e reconhecida de expressão das pesquisas e dos estudos desenvolvidos nas universidades, nos quais estão incluídos teses, dissertações, artigos e relatórios técnico-científicos.

Este artigo foi redigido de forma a evidenciar as referências e chamadas de autoria, que são citações em uma produção textual que indicam o uso de uma informação extraída de outra fonte, com embasamento na NBR 10520 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), que estabelece normas para a elaboração de citações. De acordo com Leite (2001, p. 202) “[…] citar é reproduzir um texto ou uma fórmula de outro autor, geralmente para ilustrar ou sustentar o que se afirma, o que acarreta a obrigação, para evitar o plágio, de indicar claramente e sem equívoco a origem da informação”. Este recurso informa aos possíveis leitores os autores dos diversos fragmentos de textos utilizados na obra e lhes atribui os devidos créditos. Além disso, essa prática garante maior credibilidade e embasamento científico ao trabalho, e evita o plágio, atitude criminosa e passível de punição penal perante a lei.

Ademais é válido ressaltar alguns dos termos e expressões comumente utilizados para realizar uma chamada de autoria ou simples inferência ao autor de uma obra citada em uma produção textual. São esses: “Para…”, “De acordo com…”, “Na opinião de…”, “Segundo…”, “Conforme”, “Na visão de…”, “No dizer de…”, “Do ponto de vista de…”, “Como caracteriza...”, entre outras para realizar citações diretas e, “...alega…”, “...conceitua…”, “...caracteriza...”, para citações indiretas.

Exemplo 1:

“Segundo Ayers e Westcot (1994) e Almeida (2010), água com pH na faixa de 6,5 a 8,4 é considerada normal [...]”.

Exemplo 2:

“As coletas foram realizadas de acordo com NBR 9897 – Planejamento de amostragem de efluentes líquidos corpos receptores, e NBR 9898 – Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores, de julho de 1987 (ABNT, 1987a, 1987b)”.

Exemplo 3:

“Crepani et al. (2001), Nascimento e Dominguez (2009) e Melo e Santos (2010) promovem o cruzamento entre geologia [...]”.

Exemplo 4:

“De acordo com procedimento descrito por Kattan e Probst, (1987) para a bacia do Moselle (França), e utilizado por Probst et al. (1992) [...]”.

De acordo com Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002), dentro das chamadas de autoria existem três tipos principais: direta, indireta e citação de uma citação. A citação direta é uma transcrição direta e fiel das palavras utilizadas pelo autor em sua obra; a indireta está associada à paráfrase, que geralmente consiste em reproduzir os pensamentos do autor citado com suas próprias palavras, havendo liberdade em como fazer a transcrição do trecho, porém respeitando o sentido da ideia original; já a citação de uma citação se caracteriza pelo uso de uma citação feita anteriormente em um texto, entretanto a obra não precisa ter sido consultada para se fazer a referência (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002).

A Norma Brasileira 10520 também recomenda que “[...] nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição, responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas, e quando estiverem entre parênteses, devem ser letras maiúsculas” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002). Apesar de ser um recurso de importante uso em um artigo ou trabalho acadêmico, a quantidade de citações que podem ser utilizadas em uma obra, varia de acordo com a opinião dos corpos editoriais ou bancas avaliadoras, podendo não ser aprovado pelo uso excessivo dessas, ou até pela sua escassez, além disso, ainda existe a possibilidade do trabalho ser julgado pelo apego ao número preciso de citações, pois há avaliadores que consideram, mais do que a quantidade de citações, o uso apropriado delas, ou seja, à medida que “[...] os números parecem ser ‘objetivos’, a objetividade deles pode ser ilusória” (ADLER; EWING; TAYLOR, 2009, p. 71).

Além disso, as

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