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Literatura e os Direitos Humanos

Por:   •  5/4/2018  •  892 Palavras (4 Páginas)  •  277 Visualizações

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Lembrando que essa absorção de informações para ser plena deve haver o questionamento sobre as visões tradicionais e a própria vida em sociedade, modificando assim nossa visão de mundo e nossa postura em relação a ele. Como bem representado na figura do professor John Keating (Robin Williams), no filme A Sociedade dos Poetas Mortos.

Segundo Candido, a literatura tem papel crucial nessa evolução, já que “desenvolve em nós a quota de humanidade na medida que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante” (CANDIDO, 2004, P 180). O ensino da literatura, como agente transformador, precisa promover a reflexão e incitar o leitor a interagir com o texto e a reconstruílo levando-o assim a ser coautor.

O sociólogo apresenta três aspectos que ele considera serem funções humanizadoras da

Literatura:

1) Caráter estético: a obra como construção

A forma é condição para que o conteúdo da obra atue sobre o leitor. O escritor transforma o repertório de sua linguagem numa construção dotada de ordem, e essa ordem, por sua vez, organiza a mente do leitor. Essa é a primeira função humanizadora da Literatura, promovendo em nós as habilidades que nos ajudam a organizar os pensamentos.

2) Caráter subjetivo: a obra como tradutora de sentimento

A obra expressa através de sua forma uma subjetividade universal que é decodificada pelo autor de maneira organizada e acessível, evidenciando aos diversos leitores a expansão de certos sentimentos.

3) Caráter informativo: a obra como transmissora de conhecimento

O conteúdo explicitamente veiculado ou informações incorporadas ao texto de forma difusa e inconsciente

Essas faces se encontram no processo de produções literárias, permitindo assim ao homem se apoderar da organização das palavras ordenando o melhor da sua mente e seus sentimentos e, consequentemente organizando melhor sua visão de mundo (Candido, 2004, p 176).

No processo de ensino da leitura, são usadas obras que influenciam nosso conhecimento e sentimentos, e por isso, pode desempenhar um papel importante na formação de caráter de quem está lendo.

É o que explica Antonio Candido, quando cita Castro Alves e seus títulos “Navio Negreiro” e “Os Escravos” em contraponto a Bernado Guimarães e “Escrava Isaura”.

Ambos autores se expõem e defendem o abolicionismo em suas obras, porém Guimarães não faz com que o leitor atinja uma visão crítica social com a mesma eficiência que Castro Alves.

Sendo assim, a característica de uma boa leitura é permitir a participação do leitor quando esse ativa sua criatividade e capacidade de reflexão, e não o repasse unilateral de uma determinada informação.

E foi assim por muito tempo, a arte e a literatura caminharam em diferentes níveis na sociedade, sendo visível que a cultura não era igual para todos. Limitando-se assim deturpada doutrina ou ideologia, com repasse de informações parciais e tendenciosas.

Exemplificando autores que evidenciaram questões sociais de suas épocas, apontando as péssimas condições no trabalho industrial, o desgaste moral das famílias em condições de miséria extrema ou ainda para a condição desfavorecida da mulher (vista como um bem negociável), Candido cita Engels, Vitor Hugo, Eugéne Sue.

Conclusão

Logo, quando apontamos a literatura como sendo um agente transformador e formador de caráter, percebemos a sua necessidade básica.

Entendemos

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