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História do café no Brasil e sua influência na cidade de Macaé

Por:   •  2/11/2018  •  1.683 Palavras (7 Páginas)  •  304 Visualizações

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As técnicas usadas para a produção de café eram simples, primeiramente desmatavam as terras onde era era necessario expandir as áres agricultáeis para que fosse possível colocar as mudas da planta. Segundo Martins (1999, p.09) “Desde o início, o café foi mal plantado. Os agricultores adotaram a técnica primitiva, herdada da lavoura colonial, de derrubar a mata e queimar a roça. Com esse procedimento o solo se esgotava rapidamente e o pé de café tinha curta duração, obtendo-se apenas vinte anos, no máximo, de produção, após o que se devia partir para novas terras. Por isso seu caráter de cultura itinerante, sempre em busca de terras virgens.”

Para a conservação das plantas, eram necessarias apenas enxadas e foices, a colheita era feita de forma manual pelos escravos, que após essa tarefa colocavam os grãos para secar. Uma vez seco, o café era manipulado por monjolos, máquinas de madeira formadas por pilões que socavam os grãos. Ao fim deste processo, o café era transportado em lombos de mulas para o porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado.

Figura 2[pic 2]

Embarque do café no Porto de Santos, em fotografia de 1880 feita por Marc Ferrez (1843-1923)

Com o aumento da obtenção de lucros, foi dado início ao processo de modernização da economia e da sociedade brasileira. Um dos marcos dessa modernização foi a construção de ferrovias que facilitavam os transporte, aumentando a velocidade e otimizando o processo de exportação.

Surgiram ainda os chamados comissários do café, homens que exerciam a função de intermediários entre os latifundiários e os exportadores. Além de controlarem a venda do produto, garantiam aos latifundiários acesso a créditos para a expansão da produção e também viabilizavam a compra de produtos importados.

O café foi, dessa forma, um dos principais esteios da sociedade brasileira do século XIX e início do XX. Garantiu o acúmulo de capitais para a urbanização de algumas localidades do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e cidades do interior paulista, além de prover inicialmente os capitais necessários ao processo de industrialização do país e criar as condições para o desenvolvimento do sistema bancário.

Porém, essa modernização aconteceu apenas nos grandes centros urbano, principalmente nas cidades movidas pela produção de café, enquanto outras pequenas cidades permaneciam sobrevivendo de forma atrasada. De acordo com Martins, (1999, p. 18 e 19) “Enquanto os núcleos urbanos atrelados à demanda mundial se modernizaram, o restante do país permaneceu atrasado, ainda mergulhado numa existência precária, submetido a uma estrutura rural arcaica. Os contrastes entre cidades que se aparelhavam e progrediam e vilas estagnadas e com poucos recursos ocorreram mesmo no interior da província de São Paulo, considerada então a mais poderosa do Império.”

Macaé cafeeira.

Macaé foi fundada no século XVII e a pesca foi a primeira atividade ecônomica da cidade, seguida da agricultura e da pecuária. Realizadas na fazenda de Sant’Ana, essas atividades alastraram-se para locais próximos como o Frade e o Sana, possibilitando que Macaé fosse reconhecida como vila por causa de seu crescimento econômico e passou a chamar-se Vila de São João Batista de Macaé.

A atividade agrícola da cidade era voltada para a produção de açúcar, cereais, fuma, feijão e arroz, no entanto, apenas em meiados do século XIX que o cultivo de café foi iniciado, o que alavancou significativamente a economia do município.

Macaé era uma das cidades que mais produzia cereais no estado do Rio, logo, o governo estadual achou necessário melhorar o processo de transporte criando o canal Macaé-Campos, inaugurado no ano de 1848, uma via alternativa que otimizava o tempo, preço e a capacidade, podendo transportar até três vezes a quantidade de sacas por um valor menor. Futuramente, no início do século XX, esse canal facilitava o transporte de café, que se tornou o produto mais produzido do município.

Após o investimento da cidade no cultivo de café, esta se tornou uma das maiores fornecedoras do Rio de Janeiro, chegando a produzir mais café do que açúcar, que até então, era o produto carro chefe da economia da cidade.

Figura 3

[pic 3]

Antiga foto do Canal Campos-Macaé no ano de 1890, autor desconhecido.

Durante o século XX, o cultivo de café ganhou força no ano de 1920 e na cidade de Macaé, foi inaugurada a Agência do Banco do Brasil e fundada a Associação Comercial e Industrial de Macaé. No entanto, no ano de 1929, Getúlio Vargas ordenou a queima de milhões de sacas de café devido a a quebra da bolsa de valores de Nova York e Macaé perdeu mais de dois terços de seu cafezais.

Crise do café.

A crise no ano de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, que dependia da exportação de um único produto, o café. A quebra nos mercados de ações do mundo provocou uma forte queda nos preços dos produtos de exportação. Segundo Colistete, professor de História Econômica da USP, “ O Brasi era fortmente dependente das exportações de café, e tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas.”

Houve uma drástica diminuição na renda e no consumo de todo o mundo, além da queda nos preços, o que prejudicou significativamente as vendas de café. O produto chegou a ser exportado por US$ 445 milhões em 1929, caindo para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca caiu quase 90% no mercado internacional apenas

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