A CONCEITO DE CONTEMPORANEIDADE
Por: Rodrigo.Claudino • 20/8/2018 • 1.412 Palavras (6 Páginas) • 414 Visualizações
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maior objetividade, ou a desqualificação das fontes orais, consideradas subjetivas e distorcidas rompendo com a concepção que defendia a necessidade do distanciamento para a realização da análise histórica. Assim, a falta de distância, ao invés de um inconveniente, pode ser um instrumento de auxílio importante para um maior entendimento da realidade estudada. (p.10).
Surge então uma preocupação de caráter necessariamente pedagógico com o intuito de mudar a situação onde a prática real dos fatos fugia dos modelos históricos científicos. Então, um grupo de republicanos envolvidos na pesquisa de refazer uma nova história pregava que o período contemporâneo abordava situações em que a política era de fundamental importância nesse processo. Sua principal finalidade era produzir novas explicações e interpretações críticas da história contemporânea vinculada na política.
Ferreira (2000) afirma que:
A resposta fornecida era que tratava-se de obras de vulgarização produzidas para o ensino secundário, que tinham caráter pedagógico e deviam formar cidadãos. Seu objetivo não era produzir fatos novos, mas divulgar interpretações novas de fatos já conhecidos. A esse argumento acrescentavam ainda esses autores que a história contemporânea, essencialmente política, se baseava em fontes oficiais. Como essas fontes eram consideradas autênticas, a crítica das fontes, própria do método histórico aplicado ao passado, podia ser dispensável Como essas fontes eram consideradas.
Embora, o principal interesse de alguns historiadores fossem embasar as questões teóricas e metodológicas nessa ciência, sua produção tinha resquícios de reinventar uma nova história com o intuito de valorizar e enaltecer republicanos europeus. Mas o que autênticas, a crítica das fontes, própria do método histórico aplicado ao passado, podia ser dispensável (p. 4). Predominou foi uma teoria embasada na concepção de história como estudo do passado com o intuito de interagir o presente relacionando os métodos históricos. Porém, essa tentativa não foi tão aceita, pois ao tentar escrever, a história contemporânea referia-se à uma disciplina sem nexo e sem sentido. E toda essa problemática fomentou uma grande discussão entre historiadores e sociólogos da época, gerando críticas a esse modelo de matéria, era necessário em algo que garantisse a objetividade da história reacionada ao tempo atual.
A afirmação da concepção da história como uma disciplina que possuía um método de estudo de textos que lhe era próprio, que tinha uma prática regular de decifrar documentos, implicou a concepção da objetividade como uma tomada de distância em relação aos problemas do presente. Assim, só o recuo no tempo poderia garantir uma distância crítica. Se acreditava que a competência do historiador devia-se ao fato de que somente ele podia interpretar os traços materiais do passado, seu trabalho não podia começar verdadeiramente senão quando não mais existissem testemunhos vivos dos mundos Estudados. Para que os traços pudessem ser interpretados, era necessário que tivessem sido arquivados. Desde que um evento era produzido ele pertencia a história, mas, para que se tornasse um elemento do conhecimento histórico erudito, era necessário esperar vários anos, para que os traços do passado pudessem ser arquivados e catalogados. (FERRREIRA, 2000, P 4).
Essa nova maneira de fazer história não alterou, contudo a postura anterior no que diz respeito ao período de interesse e às fontes. As incorporações, hoje, do tempo presente e dos testemunhos ao campo da pesquisa histórica recoloca, no entanto alguns problemas do começo do século.
CONCLUSÃO
Conclui-se que A novidade da situação atual é que esta história é não somente reconhecida enquanto tal, independentemente da qualidade de sua produção, desigual como qualquer outra, como é também fortemente solicitada [...]. A definição de história do tempo presente é a de ser a história de um passado que não está morto, de um passado que ainda está vivo na palavra e na experiência dos indivíduos, portanto, ligado a uma memória ativa e singularmente atuante [...]. Esta história é um diálogo entre vivos e mortos, como toda narrativa histórica, mas ela repousa igualmente em um diálogo entre vivos, entre contemporâneos, sobre um passado que ainda não passou inteiramente, mas que já deixou de ser atual. (ROUSSO1998, p. 50, 57-8 e 63).
FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente: desafios. Cultura Vozes, Petrópolis, v.94, nº 3, p.111-124, maio/jun., 2000.
ROUSSO, Henry. La hantisse du passé. Paris: Éditions Textuel, 1998,
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