Mobilidade Urbana
Por: Rodrigo.Claudino • 13/12/2017 • 2.193 Palavras (9 Páginas) • 593 Visualizações
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O nascimento das primeiras habitações muito precárias no centro, o morro do café, o morro rebenta rabicho, esses lugares que voa nascer estão articulados a essas pessoas que trabalhavam no café, que trabalhavam na agricultura e que não tiveram, dentro desse contexto, oportunidade de morar na parte mais equipada da cidade (década de 50).
A Lei de terras marca uma ruptura com a doação de terras, a terra não vai ser mais doada, a relação com a terra passa a ser mercantil. Os ricos estão mais capitalizados, os pobres estão mais capitalizados, então quem obtém a terra são os grandes fazendeiros.
Essas fazendas são passadas para os seus herdeiros e no final da década de 50, muitas delas estão abandonadas, isso acontece em Nova Viçosa, em Amoras, muitas dessas fazendas vão ser vendidas para os novos loteadores da cidade. No período de 60 e 70 então, a cidade vai passando de um aspecto mais agrário para um mais urbano. Essa passagem é feita com a compra desses pedaços de fazenda por esses novos loteadores. O mais marcante deles é o Antonio Chequer. As imobiliárias, as empresas de construção civil e as primeiras agenciam bancarias nascem para atender o novo mercado.
Processo de auto-segregação aparece na década de 70 e 80 por grupos sociais que tinham mais recursos, portanto a idéia de um isolamento que de uma certa forma, marca esse processo de autos-segregação. Grupos que até então poderiam lutar por moradias e condições melhores dentro da cidade e que por questões pessoais resolvem se afastar da cidade. Paralelamente a esse conjunto, nasce nova Viçosa.
Segregação imposta – conceito do Lobato - revela esse processo cruel de produção da cidade, essa produção se transforma no objeto de propaganda para favorecer determinadas figuras, determinados políticos como foi o caso de Antonio Chequer.
O centro da cidade por conta da Universidade se torna mais valorizada de maneira a abrigar certos grupos. Uma das soluções encontradas na época por Antonio Chequer para abrigar essa nova população descapitalizada, foi doar metade das terras para essas pessoas e vender a outra parte correspondente para as pessoas que tinham algum recurso. O que revela esse processo primeiramente é que Nova Viçosa, é uma área isolada fisicamente, bem afastada da cidade. Na década de 70 o Brasil deixa de ser rural, ampliação do processo de segregação a partir da falta de habitação para os pobres. A maior parte dos moradores de Nova Viçosa nessa época eram migrantes. Essas pessoas vinham para Viçosa com o intuito de dar uma vida melhor as suas famílias já que aqui tinha mais oferta de emprego. Chegam aqui e se deparam com problemas. Emprego mal remunerado e condições desfavoráveis de trabalho. Essa condição de precariedade acaba por tornar uma população baixa renda.
Nesse bairro, as infraestruturas eram precárias, sem meio de transporte, posto de saúde, saneamento básico, tendo as pessoas que carregar baldes de água para abastecer a sua residência, falta da energia elétrica, sem as necessidades básicas para a saúde e integração da população com a cidade.
O caso de Nova Viçosa é exemplar no surgimento das periferias, como elas são esquecidas da ordem do Estado e é deixada de lado de toda política publica. A periferia como aspecto geográfico, a questão do estar longe não só na questão geográfica, mas também na questão social e, sobretudo a questão do acesso. Quando pensamos em periferia, pensamos em pobreza, falta de acesso, mas também como essas pessoas vão criando laços e meios para sobreviver no local, driblar as dificuldades do dia-a-dia. A produção dessas periferias, desses loteamentos periféricos, não são áreas legais a partir da visão da urbanística e de leis que legalizam um loteamento
Mobilidade urbana
A mobilidade urbana faz referencia às condições de deslocamento da população no espaço geográfico das cidades, levando em consideração o transito de veículos e pedestres, seja através do transporte individual (carros, motos, etc.), seja através do uso de transportes coletivos (ônibus, metrôs, etc.).
Nas últimas décadas, a questão vem sendo postas em evidencia no Brasil, acirrando cada vez mais a luta por este direito, tendo em vista que a maior parte das cidades do país encontram dificuldades em desenvolver politicas publicas capazes contribuir para uma diminuição dos congestionamentos ao longo do dia e o excesso de pedestres em áreas centrais dos espaços urbanos.
Tal tema vai muito além, pois se trata ainda de uma questão ambiental, pois o aumento da frota e excesso de veículos nas ruas, gera mais poluição, com a liberação de gazes nocivos a vida humana, animal e florestal, interferindo no clima local principalmente, indo para escalas maiores, um bom exemplo que encontramos, e o caso das ilhas de calor que vem ocorrendo com frequência em varias cidades do pais e do mundo.
O processo de expansão da rede urbana no Brasil ocorreu e ainda ocorre de forma acelerada em varias cidades, isso se faz com serviços precários reordenem a circulação no território. As cidades passam por um processo de verticalização atraído por empreendimentos dos diversos setores da economia, estes são capazes de alterar as dinâmicas espaciais urbanas, por atrair cada vez mais um maior numero de pessoas e consequentemente de veículos.
Podemos apontar algumas das principais causas dos problemas de mobilidade urbana no Brasil esta se relaciona com o aumento do uso de transportes individuais em detrimento da utilização de transportes coletivos, embora esses últimos também encontrem dificuldades estruturais como a superlotação e má qualidade na prestação do serviço.
O aumento do uso de veículos individuais como carros e motos no país deve-se principalmente à má qualidade do transporte público prestado a população, ao aumento da renda média do brasileiro nos últimos anos, à redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos industrializados, o que inclui os veículos, à concessão de mais crédito ao consumidor, somados a condicionante da herança histórica de politicas rodoviáristas, que vem desde os tempos de Getúlio Vargas.
Temos como consequências uma política urbana deficiente, e de uma quase ausência de medidas de planejamento urbano que ordene as atividades de uso do solo articulando com os sistemas de transportes e de circulação, são inúmeras e todas elas comprometem a mobilidade, a acessibilidade e a sustentabilidade urbana. Sendo, portanto, de fundamental importância que se elaborem políticas públicas atuantes de forma conjunta entre o planejamento
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