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Metamorfose do espaço habitado

Por:   •  5/6/2018  •  2.923 Palavras (12 Páginas)  •  464 Visualizações

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Segundo Milton Santos, é necessária uma nova visão de mundo e, uma renovação nas formas de sua análises geográficas, por causa de suas constantes mudanças, pois a atual não é holística e nem nobre, pelo contrário, tende a manter status das elites corruptas que, são detentora da maior parte da renda produzida, porque favorece as grandes empresas internacionais.

Observa-se no livro a expansão da população e seu significado no espaço habitado, assim como, suas heterogeneidades, suas misturas, suas hierarquias urbanas entre cidades coabitadas, por exemplo, para melhor compreender o espaço geográfico e suas metamorfose de espaço habitado e, por conseguinte, usar conceitos categóricos da Geografia numa abordagem integradora, isto é, horizontal, ou mesmo, de ótica sistêmica, vendo as totalidades com divisões que complementam seu entendimento geral.

Santos argumenta e defende de maneira articulada que, são necessárias mudanças rápidas e contínuas com a realidade mundial e suas formas de análise geográfica, pois, daí terá engrenagens essenciais para a totalidade, isto é na visão do mundo em sistemas que, produz sensibilidade e flexibilidades com a realidade e totalidades do mundo, pois, desse modo são necessárias mudanças nobres nas atitudes sociais, para que se possam contornar os grandes problemas mundiais como as desigualdades sociais, econômicas, culturas, a fome, a perversidade do capitalismo.

O espaço precisa ser considerado como totalidade, conjunto de relações realizadas através de funções e formas apresentadas historicamente por processos tanto do passado como do presente. O espaço é resultado e condição dos processos sociais, elaboração amplamente difusa na geografia. Desse modo, o espaço, além de instância social que tende a reproduzir-se, tem uma estrutura que corresponde à organização feita pelo homem. É também uma instância subordinada à lei da totalidade, que dispõe de certa autonomia, manifestando-se por meio de leis próprias. Assim, o espaço organizado é também uma forma resultante da interação de diferentes variáveis. O espaço social corresponde ao espaço humano, lugar de vida e trabalho: morada do homem, sem definições fixas. O espaço geográfico é organizado pelo homem vivendo em sociedade e, cada sociedade, historicamente, produz seu espaço como lugar de sua própria reprodução.

Os processos sociais e tecnológicos modelam o espaço de acordo com os sistemas incorporados e estes vão dando lugar a outros sistemas que gerarão uma nova organização do espaço. Este é reconstruído histórica e constantemente. Os sistemas de fluxo também são elementos que desempenham importante papel na organização espacial e isso revela novamente a preocupação do autor com os objetos e com as ações, numa abordagem continuadamente histórica, relacional e materialista de geografia elaborada, nessa obra, a partir de reflexões do autor H. Lefebvre.

Identidade regional, que se modificava a passos vagarosos, trazia o enorme peso do passado, das tradições. Os objetos que representavam uma região, que nela se consolidavam, forneciam a impressão de algo praticamente contido em si. As regiões, que se formavam a partir da solidariedade orgânica entre os povos e seus territórios, produziam identidades consistentes ao longo do tempo e limites espaciais coesos entre elas. A solidariedade era fruto de uma organização local, econômica, social, política e cultural que satisfazia as necessidades de cada região. A diferença entre as regiões se dava pelas peculiaridades das relações internas entre os homens e a natureza, sem a presença, necessariamente, de mediação externa.

A cada nova função do espaço regional, no contexto internacional, novas forças externas de modernização entravam em contato com uma ou mais regiões e as modificavam de acordo com suas necessidades e características regionais. Essa convergência ou, muitas vezes, divergência entre as forças externas e internas na região criava certa instabilidade no espaço, causando desequilíbrios e desigualdades sociais.

A formação das regiões nos países subdesenvolvidos está conectada com os espaços dos países desenvolvidos, pois é a partir de suas modernizações e, consequentemente, de sua expansão que se entende essa fragmentação do mundo em regiões funcionais. O impacto da modernização nos espaços derivados é de fundamental importância para a compreensão da região.

A internacionalização do capital, em seu novo período técnico científico, mostrou a debilidade do antigo conceito de região. A aceleração da acumulação de capital tornou mais seletivas suas ações no espaço. O edifício regional estável e coeso dá lugar à instabilidade e às frequentes mudanças em sua forma e seu conteúdo. As relações internas estão mais condicionadas pelas demandas externas, o que não elimina a região, mas gera mudanças em seu conteúdo.

Segundo Milton Santos, ''Tudo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível aquilo que a vista abarca. É formada não apenas de volume mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.'' Logo, a paisagem é o que se pode observar, não é estática e sim dinâmica, uma interação entre homem e meio, animações e inani mações, formas naturais e artificiais. No entanto, o que se observa é que o espaço é, na maioria das vezes, conhecido, modificado e objeto de interesse do homem, logo, é difícil que ele seja natural e quanto mais o tempo passa, mas se torna artificial e também, mais detalhes e informações ocorrem na paisagem pois o tempo proporciona modificações e mais interações. Contudo, não se pode confundir Paisagem com Espaço, pois o Espaço é o todo, é mais complexo, a paisagem é apenas uma parte dele e não mostra as relações contidas no espaço, como os fixos e fluxos, configuração territorial e os sistemas de engenharia.

Os Fixos e fluxos, formam o espaço. "...Os fixos são os próprios instrumentos e trabalho e as forças produtivas em geral, incluindo a massa dos homens...'‘, ''...os fluxos são o movimento, a circulação e assim eles nos dão também a explicação dos fenômenos da distribuição do consumo.''(SANTOS, 2014, Pag. 86). Portanto, os fixos sempre resultam os fluxos, todo instrumento de trabalho provoca uma circulação resultante deste instrumento, é como se a mão de obra, a máquina provocasse o desempenho da empresa, que provocasse o desempenho econômico de um Estado, País e etc. estão interligados e o conjunto de fixos formam o sistema de engenharia que Milton Santos diz que é um ''...conjunto

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