Ética e Comunicação - Relação entre os conceitos

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O Jornalismo, em função de sua natureza histórica e por ser legitimado socialmente, perpetra-se como um mediador fundamental do espaço público, circulando informações sobre assuntos considerados relevantes para a população e para a vida democrática. Assim, adquire o Jornalismo papel fundamental no processo comunicacional, visto que sua função é informar a sociedade, para a construção da democracia e da cidadania. (OLIVEIRA, 2014).

Contudo, tal função social “tende a ficar comprometida à medida que empresas jornalísticas e jornalistas se submetem a outros interesses – privados (políticos ou econômicos) – que não os relativos ao interesse público”. (OLIVEIRA, 2014). Se deve o Jornalismo prezar pela liberdade de expressão e também pelo direito à informação, deve basear-se em critérios de verdade e de objetividade, ou seja, em princípios que alicerçam sua atividade e que deveriam ser o norte para o exercício profissional.

Importante destacar também que existe uma questão, nos dias atuais, que pode estar provocando a perda do tradicional controle que o Jornalismo exercia, sobre o que deveria ou poderia ser tornado público, questão essa que é composta pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Tais novas formas estão produzindo intensas transformações no processo comunicativo jornalístico, o que acaba gerando problemas éticos nunca vistos para a sociedade. (OLIVEIRA, 2014).

3. A Era das informações instantâneas e múltiplas

Hoje a comunicação não se limita à transferência de informações, mas sim transfere conhecimento e contexto sociocultural. Da mesma forma, a linguagem usada no processo comunicacional se abrange de acordo com a cultura a qual é integrada no qual confere toda a atividade do homem tanto para si como para os outros. (OLIVEIRA, 2014).

Vive-se no século da modernidade, onde a comunicação se tornou um problema. O desenvolvimento das práticas, juntamente com os meios de comunicação e dos espaços acadêmicos, motivou o homem a conhecer melhor esse objeto, e a partir disso estudos estão cada vez mais desenvolvidos nessa temática, tanto para complementar a formação, quanto para refletir e entender as transformações que ocorrem na sociedade. (OLIVEIRA, 2014).

Não há dúvidas de que os meios de comunicação mais recentes na contemporaneidade são as novas tecnologias digitais de comunicação, sendo que o maior debate reside no ponto de vista ético dos modernos dispositivos tecnológicos de atividade comunicacional. Entre esses meios de comunicação está inserida a Internet, o grande ponto de controle da comunicação. O interesse da pesquisa e o uso da terminologia no campo da informática deu-se pela revolucionária globalização, fator que derrubou fronteiras nos vários campos do universo de conhecimento cultural, social e histórico, fazendo com que a sociedade hoje se torne escrava da tecnologia de comunicação. (OLIVEIRA, 2014).

A atual inovação tecnológica e o surgimento das redes sociais vêm deixando cada vez mais a população alienada de diversas maneiras, como no seu modo de pensar e de comunicar e na maneira que esta informação é passada para outras pessoas dentro da sociedade. A internet foi uma inovação de grande valor, trazendo consigo rapidez no compartilhamento de informações, porém trouxe desvantagens que aparecem no cotidiano e que muitas vezes nem são percebidas.

O controle do fluxo de informações em uma sociedade atua diretamente na forma dos indivíduos e nos grupos sociais controlando as suas relações e condições que estão expostos, sendo esta informação um elemento fundamental e construtor de pessoas e da vida humana estruturando a sociedade, na qual muitas vezes a comunicação torna instrumento de poder. (OLIVEIRA, 2014).

Conforme Vinicius Paula Figueira (2017), graduado em Comunicação Social, se está vivenciando o tempo das redes sociais - tempo útil e produtivo e ao mesmo tempo ameaçador. Sendo um espaço virtual em que, por definição, o contato físico não existe, e tratando-se de um lugar onde é fácil cada um inventar uma personagem ou uma personalidade, todo o cuidado é pouco.

Esta é uma geração que está crescendo na era da informação, com um volume enorme de dados gerados em minutos. Com um “click” ou um toque de dedo é possível passar informações a um número extraordinário de pessoas pelo mundo a fora, dentre as 3,2 bilhões (43% do planeta) que possuem acesso à internet. Esta globalização traz consigo a pergunta se a população sabe, realmente, lidar com esta quantidade de informação gerada, distinguindo o certo do errado, o necessário do desnecessário, e sabendo armazenar de forma correta todos os dados. (SILVA, 2017).

Segundo Lusergio Lima (2017), pós-graduando em Psicopedagogia, a superficialidade e instantaneidade das informações dificultam a apreensão dos conteúdos e, por conseguinte, não levam à aprendizagem e nem ao conhecimento. Isso decorre da impossibilidade de aprofundamento através da vivência. Tudo é transitório e corrido, ficando impossível para alguns jovens saber em que deve se aprofundar como forma de apreensão de conteúdos.

Conforme pesquisa divulgada nos Estados Unidos, conduzida pela Universidade da Califórnia, os americanos consomem 34 Gigabytes de informações por dia. Analisou-se os hábitos dos americanos, com o intuito de quantificar o volume de dados recebidos de várias formas. Segundo a pesquisa, os americanos consomem informação durante 12 horas de seus dias. O curioso é que 60% das horas são gastas nos chamados meios tradicionais, como TV e rádio. Por outro lado, as pessoas passam, em média, duas horas na internet. O cérebro do ser humano é capaz de absorver um pequeno número de informações em um determinado espaço de tempo, mas com o atual mundo do trabalho, o homem muitas vezes precisa ultrapassar estes limites, indo além do que consegue dar conta. (SANCHES, 2017).

Portanto é preciso lembrar que a comunicação e as novas tecnologias de comunicação e informação produzem intensas transformações no meio comunicacional em uma nova realidade a partir da qual são gerados problemas éticos para a sociedade. Acrescentar inovações tecnológicas e digitais facilitam a procura de informações de uma forma jamais vistas pelo público, ampliando acesso a fontes de informação e divulgação de conteúdos e, nesse ponto, a comunicação tem muito a contribuir nos meios éticos da sociedade. (OLIVEIRA, 2014).

4. A Ética como meio de alcance da qualidade jornalística que informa a população

Levando em consideração