Distribuição e exibição de cinema Faap
Por: Hugo.bassi • 21/10/2018 • 1.574 Palavras (7 Páginas) • 322 Visualizações
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O sistema DCI conta com três matrizes principais geradas a partir do filme finalizado. O DSM (Digital Source Master) é a matriz principal, equivalente ao negativo montado do filme, da qual são extraídas as outras duas, a DCDM (Digital Cinema Distribution Master), que serve de base para a transferência das imagens, do áudio e das legendas para exibição nos cinemas antes de serem realizadas a compressão, a criptografia e o empacotamento, este último que gera a matriz final, a DCP (Digital Cinema Package, daí empacotamento), que é quem recebe a compressão e a criptografia, e é empacotada para ser exibida no cinema. Para converter esse pacote na imagem e no som efetivamente vistos na tela, há uma unidade operacional chamada Media Block, que pode estar incorporada ao projetor ou ser ligada ao mesmo externamente (no início apenas o servidor central continha o Media Block, porém hoje há projetores com o mesmo já integrado). Uma chave de acesso libera a projeção naquela determinada sala, e um sistema de gerenciamento permite a programação do conteúdo exibido na mesma. Esse sistema individual de cada sala é controlado por sua vez por um sistema geral que controla todas as salas do complexo.
Tudo isso é muito complexo e exige que todos os funcionários se adaptem. Porém, seguindo um formato padronizado, como o DCP, seria mais fácil. O problema no Brasil é que, mesmo o DCI sendo adotado em algumas salas e em grande eventos como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, há empresas que não seguem esse padrão, como a Mobz ou a Auwe.
A Mobz é pioneira na exibição digital de eventos como óperas e filmes que têm sua exibição possibilitada pela mobilização do público, porém como muitos desses utilizam a transmissão por satélite, ela projeta em HD. Isso, além de complicar a transição, compromete a qualidade da imagem, uma vez que o formato DCP nasceu com o comprometimento de manter uma qualidade similar a da película, reproduzindo imagens em 2k (duas mil linhas de resolução) e 4k (quatro mil linhas), utilizando o formato de compressão JPEG-2000, que mantém a qualidade melhor ao reduzir o espaço de memória ocupado por cada fotograma, ao invés de comprimir a área entre fotogramas com apropriação parcial dos mesmos, como ocorre nos outros formatos de compressão (MPEG-2 e MPEG-4).
Na realidade, originalmente era quisto que a projeção digital ocorresse sem compressão, de modo quase artesanal. Porém hoje ainda não é possível fabricar equipamentos em escala industrial que possibilitem isso, devido a espaço, transporte, qualidade, custo benefício, entre outros pontos relevantes do ponto de vista financeiro e da logística, então a compressão é um “mal necessário”.
Mesmo que se criasse um padrão único para o mercado de distribuição dos filmes nacionais, os filmes estrangeiros ainda seguiriam o padrão DCP, então o que ocorre é que acaba sendo desvantajoso o fato de haver empresas que não sigam esse padrão, pois não apenas prejudicam o filme brasileiro, que codificado em outro formato se restringe ao mercado interno, e fica sem um padrão a ser seguido, como pode prejudicar o mercado também ao dificultar a exibição dos filmes estrangeiros. Nesse caso, o melhor a se fazer é examente o que sempre fazemos, nos adaptamos ao sistema de veiculação que os Estados Unidos ditam.
Portanto, como podemos ver, o Brasil infelizmente está atrasado no processo de digitalização do mercado exibidor. Enquanto presume-se que nos Estados Unidos todo o parque esteja digitalizado até 2015 (inclusive pelo fato de os estúdios estarem abandonando a película, e desta já ser de fato um material fadado à extinção) no Brasil, ainda nem prevemos uma possível data. Atingir uma meta como essa nesse período é algo impossível se não houver uma mobilização conjunta de produtores, distribuidores, exibidores e obviamente do governo, para nos subsidiarmos e arcar com as maiores despesas. Deve-se criar um padrão e desenvolver a transição a partir dele, evitando que os filmes nacionais sejam prejudicados e também que os exibidores não tenham custos adicionais como por exemplo, projetores que não sejam adaptáveis a futuras modificações.
O sistema brasileiro já é muito burocrático e confuso; se não houver uma união afim da padronização, a digitalização de todas as salas exibidoras continuará sendo um futuro distante, nos tornando obsoletos em relação ao resto do mundo, e, portanto, prejudicando não só o nosso mercado cinematográfico, como também todos os espectadores.
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