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ECONOMIA SOLIDÁRIA, UM NOVO CAMPO DE TRABALHO AOS ASSISTENTES SOCIAIS

Por:   •  4/11/2018  •  3.470 Palavras (14 Páginas)  •  388 Visualizações

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(Bauman,2009, p.08-09) entende que:

(...) O capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.

Sabe-se que o capitalismo se consolida e propaga aceleradamente, conquistando novos hospedeiros sempre que os explorados anteriormente se tornam escassos ou extintos.

Nestas condições de exploração forma-se o “mercado de trabalho”, o trabalho então, transformou-se em uma mercadoria como as outras, onde, o valor da força de trabalho é determinado como o de qualquer outra mercadoria, isto é, pelo tempo de trabalho socialmente necessário para sua produção, incluindo a sua reprodução. O lucro e a exploração são sinônimos numa sociedade capitalista. Marx apresenta o lucro como um “sobretrabalho” (mais valia), que os capitalistas se apoderam, o lucro nada mais é que a outra face da exploração operária.

A diminuição do capital variável é, assim, compensável por um aumento proporcional no grau de exploração da força de trabalho, ou, em outras palavras, a diminuição no número de trabalhadores empregados é compensável por um prolongamento proporcional da jornada de trabalho. Dentro de certos limites, a oferta de trabalho que o capital pode explorar se torna, pois, independente da oferta de trabalhadores. Por outro lado, uma queda na taxa de mais-valor deixa inalterada a massa do mais-valor produzido toda vez que a grandeza do capital variável ou o número dos trabalhadores empregados aumente na mesma proporção. No entanto, a compensação do número de trabalhadores empregados ou da grandeza do capital variável por meio de um aumento da taxa de mais-valor ou do prolongamento da jornada de trabalho tem limites insuperáveis. (1988,p.469-470)

Se analisarmos a sociedade contemporânea, percebe-se que a lógica do lucro é o que rege quase todas as instituições da atualidade e por consequência tem-se a exclusão social, a má distribuição de renda, a exploração do trabalho, desemprego, fome, falta de habitação, etc.

Contudo tendo presente as considerações aqui apontadas, tem-se claro que a lógica do capitalismo é de uma sociedade a favor de poucos, estes que usufruem de qualidade de vida, os demais disputam por um espaço como cidadãos. Portanto, considera-se o capitalismo uma organização social que visa lucro, concretizado no acúmulo capitalista e que assim condiciona uma divisão de classes sociais, entre capitalistas burgueses (classe dos proprietários dos meios de produção) e proletariado (classe dos assalariados que vende a força de trabalho para sobreviver

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O MUNDO DO TRABALHO E A ECONOMIA SOLIDÁRIA

O capitalismo tornou-se a economia dominante a tanto tempo que o temos como natural e cremos como normal a competitividade no mundo do trabalho, onde cada emprego deve ser disputado por numerosos concorrentes. A competição é boa vista de pontos antagônicos: Primeiro é possível que o consumidor escolha o melhor produto, pelo menor preço, porém, isso leva o crescimento para algumas empresas e falência para outras. Aí fazemos a seguinte pergunta: o que acontece com os empresários e empregados das empresas que falem? Estes juntam-se a grande massa de desempregados, visto que não conseguem facilmente crédito em bancos para reerguer suas empresas e quanto mais tempo ficarem sem conseguir emprego mais difícil será se inserir novamente no mercado de trabalho, este mesmo problema é enfrentado por idosos e pessoas com baixo nível de escolaridade.

De acordo com Singer (2002), tudo isso explica porque o capitalismo produz desigualdades crescente, verdadeira polarização entre ganhadores e perdedores.

De acordo com (Iamamoto,2002, p.32)

As tendências do mercado de trabalho, apontadas por inúmeros estudiosos, indicam uma classe trabalhadora polarizada, com uma pequena parcela com emprego estável, dotada de força de trabalho altamente qualificada e com acesso a direitos trabalhistas e sociais e uma larga parcela da população com trabalhos precários, temporários, subcontratados etc. Surge, neste contexto, o trabalhador polivalente, aquele que é chamado a exercer várias funções, no mesmo tempo de trabalho e com o mesmo salário, como consequência do enxugamento do quadro de pessoal das empresas.

Diante das situações acima relatadas e do advento da terceira revolução industrial, onde radicais mudanças tecnológicas causam uma ampla expulsão da população trabalhadora de seus postos de trabalhos, uma das consequências dessa nova modernização e racionalização nos processos de trabalho, é a redução de diferença entre profissionais que eram tidos como mais qualificados (como por exemplo, os engenheiros), com os profissionais vistos como menos qualificados (técnicos e operários). Isto ocorre devido ao avançado nível de aperfeiçoamento tecnológico e robótico, no qual a mão-de-obra pode ser dispensada e simplesmente substituída pela máquina.

A mais-valia relativa realizada a partir do uso do capital para maior investimento em compra de maquinas, do que em contratação da força de trabalho, gera uma redução nos custos de produção e no tempo socialmente necessário à fabricação de uma mercadoria, sem alterar a duração da jornada de trabalho, ocasionando intensa acumulação de capital. Neste sentido, as maquinarias aumentam a produção, reduzindo a quantidade de trabalhadores contratados, elevando o desemprego. Com o desenvolvimento tecnológico, robótico e de automação, intensificam-se a mais-valia relativa, que é responsável por um grande aumento da produtividade nos processos de trabalho. Fazendo com que o mercado requisite constantemente um profissional mais qualificado e polivalente, porém, este receberá o mesmo salário para desempenhar diferentes funções. O desemprego por sua vez, pode ser, para os proprietários dos meios de produção, um proveito, pois os mesmos terão à sua disposição, uma grande massa de desempregados. Esse excesso de trabalhadores disponíveis, permite aos capitalistas escolherem a mão-de-obra de acordo com as suas necessidades de produção. O desemprego, longe de ser um fenômeno natural é, na realidade, um fenômeno agregado ao sistema capitalista e das suas próprias contradições.

As transformações que ocorrem no mundo

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