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Conceito de informação

Por:   •  5/10/2018  •  3.057 Palavras (13 Páginas)  •  225 Visualizações

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Neste meio tão flexível, os autores nos levam a compreender informação sem simplificações, de modo não reducionista, sem restrições de domínios do saber, onde se é possível observar suas semelhanças e diferenças conceituais aplicadas a várias áreas, nos mais diversos conceitos, com perspectivas epistemológicas que demonstrem variados campos passiveis de aplicação desse conceito.

É possível observar que no decorrer da leitura os autores apresentam o termo informação em suas diferentes nuances, revelando o estudo desse conceito nos campos das ciências naturais, cognitivas e sociais. E é a partir desse pressuposto que na pesquisa se pôde verificar a informação na perspectiva das ciências naturais, que se justifica no método de explicação causal dos fenômenos naturais que só podem ser submetidos a leis universais e invariáveis, conforme o próprio Capurro observou. Sendo assim o termo informação revela uma relação com sinal ou mensagem – assim como Shannon define em sua Teoria Matemática da Comunicação e que os autores abordam também no texto – sendo, nesse sentido, algo totalmente físico que o emissor transfere ao receptor, não podendo se configurar informação propriamente, pois no contexto paradigmático da informação como é expressa nesse sentido, não são considerados os aspectos semânticos e pragmáticos, tendo apenas a mecânica como destaque na transmissão do sinal, sendo possível verificar, portanto, ser um paradigma meramente físico (PORTELLA, 2005).

Os autores se detêm a ideia de que esse paradigma está ligado à Cibernética de Wiener (1961) que é correspondente ao período em que a Ciência da Informação surgiu e que está, segundo eles, associada à Information Retrieval, ambas baseadas em uma epistemologia unicamente fisicista. Além de discutir o termo informação segundo diversos autores com uma visão puramente positivista, considerando apenas os aspectos fisicamente observáveis e mensuráveis da informação (SIQUEIRA, 2011).

A pesquisa ainda nos revela que os autores fazem uma conceituação do termo segundo as ciências humanas e sociais conforme alguns autores, que tratam a informação como algo que não se reduz às categorias clássicas, tampouco é tida como uma categoria inteiramente deferente de outra natureza, como massa e energia.

As teorias cognitivas das várias ciências foram de grande influência para que se criasse uma nova forma de se definir informação. Segundo a teoria de Popper – Teoria do Conhecimento Objetivo – vários pesquisadores desenvolveram um conceito cognitivo de informação, em substituição ao paradigma físico, ora descrito, que substitui o receptor físico por um ser cognoscente, que pensa, atribuindo, assim, um valor pessoal à informação recebida e processada mentalmente. Contudo ainda há de se ressaltar alguma relação entre os paradigmas físico e cognitivo no que se refere à necessidade de um conjunto de significados para a interpretação do conteúdo informacional da mensagem, onde cada bit de informação só é, de fato, informação quando está inserido no contexto cultural passível de interpretação (PORTELLA, 2005).

A leitura nos leva a percepção de que o conceito cognitivo da informação se relaciona com a ontologia e epistemologia de Popper, assim como aos estudos anômalos do conhecimento de Belkin, Brookes e Ingwersen, segundo os autores, Popper em seu entendimento ontológico, fraciona o mundo em três partes – a primeira formulada por objetos os estados físicos; a segunda formada por estados de consciência e psíquicos e a terceira constituída de componentes inteligíveis representando, assim, um conteúdo de informação – destacando o terceiro como tendo o papel de ‘representar’ os objetos inteligíveis dos outros mundos, logo, aproximando-se da concepção de signo peirceano (que entende signo como algo que representa alguma coisa). Ainda nessa perspectiva, a pesquisa nos leva ao entendimento da teoria do estado anômalo do conhecimento, onde a busca por informação nasce da necessidade que se manifesta quando há uma condição de dúvida, na busca pela resolução de um problema. É a partir disso que, segundo Brookes, a informação é considerada um elemento que gera transformação nas estruturas mentais do indivíduo cognoscente, sendo assim uma prática social que engloba ações de atribuição e comunicação de sentido (SIQUEIRA, 2011).

Os limites desse paradigma se dão a partir do que foi exposto, quando se considera a informação separada do usuário, e é nesse ponto que se dá o entrelaçamento do paradigma social na epistemologia da informação, pautado no processo informacional das ciências sociais, mais precisamente a Pedagogia e a Sociologia (PORTELLA, 2005).

Os autores acreditam que esse paradigma é motivado pela Hermenêutica de Heidegger (“arte da interpretação”) - que tem relação com a Ciência da informação no tocante ao conhecimento crítico que visa transformar a racionalidade da área para patamares mais éticos e sociais - e também pela concepção dos jogos de linguagem de Wittgenstein, que trata da significação da linguagem, considerando a imprevisibilidade de sua significação, de modo mais social, não cognitivo. Se diferenciando do outro paradigma, pois considera os processos sociais de produção, distribuição e intercâmbio da informação no ambiente social, enquanto que no contexto cognitivo o indivíduo é tratado isoladamente do âmbito ideal. A informação se constrói pela interposição de diversos sujeitos e pelo campo de influência que resulta de várias práticas, áreas de conhecimento e das diferentes comunidades de indivíduos.

Os autores comentam que, a informação, bem como seus mecanismos tem sido algo bem difícil de assimilar e que deve ser estudada no âmbito de uma rede de diversas disciplinas e não apenas na Ciência da Informação. A partir desse pressuposto, a pesquisa aponta, ainda, a relação do termo informação com a Biblioteconomia a Documentação, destacando seus inúmeros significados no contexto dessas áreas. Foi possível evidenciar alguns eventos considerados norteadores para a formulação do termo nestas áreas, que Alvares (2008) elencou muito bem em sua pesquisa e nos apresenta de forma sucinta.

Em 1891, Information Desk aparece como alternativa para Reference Desk. Information Bureau foi usado em 1909 para designar o local onde serviços de informação eram realizados. Em 1932 a Aslib Proceedings (Association of Special Libraries and Information Bureau) surge o termo Information Work. O termo Information Retrieval, no ano de 1950, é introduzido por Calvin N. Mooers e se torne extremamente popular nos anos 50 e 60. A chegada do termo

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