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ARTIGO CIENTIFICO - Manifestações no Brasil

Por:   •  3/4/2018  •  3.861 Palavras (16 Páginas)  •  398 Visualizações

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Avançando um pouco na história, é importante lembrar que em 2001, a população paranaense tomou conta da Assembleia Legislativa do Paraná para que o governo não vendesse a Copel. O Fórum Popular contra a venda da Copel reuniu 200 mil assinaturas no primeiro projeto de iniciativa popular do país, para tentar evitar a venda. O projeto de venda foi aprovado mesmo com a pressão da população. A mobilização dos movimentos sociais, trabalhadores e estudantes impediram que a companhia de energia elétrica do estado fosse vendida, pois os estudantes tomaram conta da Alep e os movimentos sociais foram às ruas.

Em suma, toda busca por direitos só é possível com a união popular, o Brasil tornou-se uma democracia após a ditadura militar que durou 20 anos, essa transição foi marcada pela eleição indireta de Tancredo Neves que não pode assumi-la por questões médicas, passando-a para seu vice José Sarney, tornando-o presidente civil do país. Isso mostra que com apenas 30 anos de democracia, o Brasil ainda tem muito que aprender sobre política, que consiste na organização, administração e direção de Estados.

Atualmente, o Brasil é governado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), tendo como representante presidencial do país Dilma Rousseff. Foi fundado em 1980, sendo um movimento de esquerda. O partido está a mais de 12 anos a frente do governo brasileiro. Trouxe muitos benefícios à população, como os projetos bolsa família; minha casa minha vida; ciências sem fronteiras. Porém, ainda não souberam como suprir as necessidades brasileiras perante a educação, transporte público, segurança e saúde. A falta de investimento nessas áreas provoca grande insatisfação populacional.

Esses motivos foram os estopins para as pessoas saírem às ruas em busca de seus direitos, algumas das manifestações atuais mais importantes serão abordadas nesse artigo – Em 2013 o povo brasileiro saiu às ruas para: impedir a realização da copa do mundo no Brasil; para votarem contra a PEC 37; e para impedir o aumento da passagem do transporte público. Em 2015, a população gera uma manifestação para o impeachment da presidente Dilma.

2. Manifestação popular

A ação de tornar público um pensamento, ideia ou expressão em conjunto é o foco da manifestação popular, que como o nome já diz, tem a participação da população. O Brasil já foi o palco de grandes manifestações populares na década de 60, onde a ideologia política tinha como objetivo derrubar o governo militar, mas sabe-se que a censura e a violência estavam sujeitas a qualquer um que fosse engajado e estivesse envolvido em atos contra o atual governo. Já na década de 90, os “Caras Pintadas” - nome dado aos manifestantes - saíram às ruas para pedir o impeachment do presidente Fernando Collor. Por fim, toda manifestação é democrática e legitima desde que atendam aos interesses de apoio, protesto, reivindicação de um grupo que as mantém.

2.1. Manifestações de 2013

Foram chamadas de Manifestações Surdas, pois foram as primeiras manifestações populares da história do Brasil que não foram organizadas com nenhum envolvimento de partidos políticos da oposição, e nasceu das redes sociais, toda movimentação foi organizada online e reuniu milhões de pessoas nas ruas brasileiras.

2.1.2. PEC 37 - “Brasil contra a Impunidade”

A Proposta da Emenda à Constituição (PEC) 37 daria poder exclusivo a policia para investigações criminais, delimitando o poder do ministério público, foi apresentada em 2011 pelo deputado Lourival Mendes do PT do B. A PEC altera o artigo 144 da Constituição Federal, essa proposta foi apresentada ao congresso para votação, contudo, a população brasileira saiu às ruas para impedir que a “PEC da impunidade”, como foi chamada, fosse aprovada, as ruas do país inteiro foram tomadas por manifestantes pedindo a derrubada da PEC, a vitória populacional foi evidente, já que a proposta da PEC 37 foi rejeitada no Plenário da Câmara por 430 votos contra 9.

2.1.3 Manifestação contra o aumento da tarifa do ônibus – “Enfia os 0,20 centavos no SUS”

Desde a época do “Fora Collor” nunca uma reunião popular foi tão grande, até que em 2013 milhões de pessoas no país inteiro saem às ruas para impedirem o aumento da passagem dos ônibus. O governo pretendia acrescentar uma taxa de 0,20 centavos no preço da tarifa dos ônibus, indignados com o preço elevado, levando em conta a situação precária dos transportes públicos brasileiros, os manifestantes passaram a lutar contra esse aumento da tarifa. O país foi à rua com cartazes e bandeiras, gritando contra o aumento e exigindo o respeito do governo perante a população brasileira.

Na cidade de São Paulo, a onda de manifestações populares teve início quando a prefeitura e o governo estadual reajustaram os preços das passagens dos ônibus e metro de R$ 3,00 para R$ 3,20. Em Porto Alegre, a tarifa subiria de 2,85 para 3,05, o mesmo caso de Curitiba. Estima-se que só na cidade de São Paulo, cerca de 1,25 milhões de pessoas foram às ruas manifestar contra o aumento da tarifa, porém dessa manifestação surgiram inúmeros problemas brasileiros que passaram a serem as principais motivos das manifestações populares.

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Manifestantes em São Paulo lutando contra o aumento da tarifa.

(Fonte: jornalismojunior.com.br)

2.1.4 Manifestações contra a Copa do Mundo de 2014 no Brasil – “O gigante acordou”

Sabe-se que a Copa do Mundo da FIFA teve como sede em 2014 o Brasil, muito antes de isso acontecer, o país vinha se preparando para receber as seleções e os milhões de turistas estrangeiros com construções dos estádios padrão FIFA e com obras nas principais rodovias e aeroportos. Mais de 83% dos gastos da copa saíram de cofres públicos, estima-se que 25,6 bilhões de reais foram gastos nas obras. 60,1% dos gastos foram com as rodovias e aeroportos, 2,6% com portos, 1,4% com telecomunicações, 7,3% com segurança pública, 0,8% com turismo e é claro que o segundo maior gasto só poderia ser com as construções dos estádios nas cidades que sediaram a copa, cerca de 27,6% dos bilhões gastos. Já era de se imaginar que a população do Brasil não gostaria nada de ver o dinheiro público sendo usado dessa forma para um evento mundial enquanto a saúde, a educação e a segurança da população continuam em segundo plano.

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