A Sociologia Geral
Por: Carolina234 • 29/10/2018 • 2.409 Palavras (10 Páginas) • 306 Visualizações
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criminologia que é vista como sendo a ciência que se ocupa do estudo científico do crime, buscando perceber aspectos tais como suas causas, as vítimas, controle social sobre o acto considerado criminoso, a personalidade criminosa e bem como as formas de ressocializar o criminoso.
A criminalidade global atinge seriamente Moçambique. De acordo com um estudo recente de Peter Gastrow e Marcelo Mosse (2002), os grupos criminosos que constituem a maior ameaça para Moçambique parece serem aqueles que estão envolvidos no tráfico de drogas e no crime organizado transnacional. Tais grupos e as suas redes não estão confinados a Moçambique, mas estende-se a outros países, incluindo Portugal, Paquistão, Brasil, os Emirados Árabes Unidos, Dubai e a Africa do Sul.
Segundo o estudo, o crime organizado em Moçambique manifesta-se de diversos modos dos outros países, por causa das suas características sociais e culturais especificas.
Entre os mais proeminentes desses grupos e redes figuram os que estão ligados a:
a) Ao tráfico de drogas;
b) A lavagem de dinheiro;
c) Ao roubo de viaturas automóveis;
d) Ao tráfico de armas; e
e) Ao tráfico de órgãos humanos.
Contudo, a teoria sociológica que explica este fenómeno é a Teoria de Desorganização Social
Teoria de Desorganização Social
Representa uma abordagem sistémica tendo como enfoque as comunidades que constituem uma rede de relações várias entre indivíduos e que contribuem para o processo de socialização dos seus membros. Assim, a organização e desorganização social contribuíam para inibir ou facilitar o controlo social. Nesta perspectiva, o crime resultaria da ocorrência de situações indesejáveis na organização das relações sociais, que podiam ser por exemplo: baixa supervisão dos adultos aos adolescentes e jovens, relações de vizinhanças fracas e dispersas, a desagregação familiar entre outros aspectos.
Os índices obtidos serviram como guia para a elaboração de políticas públicas na área de segurança pública, visando a prevenção de novos delitos.
Para descobrir a estrutura interna e dinâmica do crime o método empregado pela escola foi o de realização de inquéritos sociais (social surveys), consistente em um interrogatório directo feito por uma equipe de pesquisadores. Também houve a utilização dos estudos biográficos de casos individuais, necessários ao conhecimento das carreiras delinquentes.
A cidade não regula a interacção. Mas cria obstáculos a Ela. O recém-chegado a cidade grande será exposto a um cenário de desorganização social, com a perda dos freios pessoais. E não há mais as instâncias de controlo social informal (vizinhança, família, igreja, escola, local de trabalho). Isso fomenta a criminalidade.
A cidade se divide em áreas residenciais (habitadas pelos mais abastados) e áreas industriais (povoada pela capa mais pobre). Nas áreas periféricas da cidade, em que não há presença efectiva e prestacional do estado, gerando sentimento de anomia, surgem grupos de justiceiros, bandos armados, que substituem o estado na tarefa de controlo da ordem.
Divisão da cidade em círculos concêntricos: a área central é de comércio, indústrias, bancos, administração da cidade (loop). Depois existe uma área de transição (concentrando pessoas de menor poder aquisitivo). A terceira zona é a residencial. As demais zonas concentram a população mais abastada.
3.2.2. A Pobreza como Factor Social
A pobreza é um fenómeno que existe há já séculos em quase todas as sociedades possuindo marcas distintas ao longo dos tempos e causas igualmente diferentes. Existem vários debates a volta desta sendo que a partir daqui se faz uma distinção entre países desenvolvidos e os subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvidos, ou ainda primeiro mundo e segundo mundo. Igualmente esta tem sido visto como factor distintivo do meio urbano e o rural, ou seja, cidade e campo.
Nesta perspectiva de distinção dicotómica entre espaços físicos, notamos que esta é considera como algo específico a países considerados sub desenvolvidos ou vias de desenvolvidos, e quando a sua ocorrência se faz sentir nos ditos desenvolvidos então é um traço ou marca dos meios suburbanos, ou seja, as periferias e quando ocorre em cidades é resultado da migração da população do meio rural para as cidades.
Apesar destas distinções, a pobreza é um fenómeno que ocorre em toda e qualquer sociedade em maior ou menor amplitude, afectando negativamente cada indivíduo tomado isoladamente e a sociedade como um todo. Ela pode ter as mais variadas causas (e nunca uma única) tais como “Factores Políticos Legais: corrupção e inexistência ou mau funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de oportunidades, Factores Económicos: sistema fiscal inadequado, representando um peso excessivo sobre a economia o sendo socialmente injusto, a própria pobreza que prejudica o investimento e desenvolvimento, Factores Naturais: desastres naturais, climas ou relevos extremos, doenças. Problemas de Saúde: adição de drogas ou alcoolismo, doenças mentais, doenças da pobreza como a SIDA e a malária, deficiências físicas. Factores Históricos: colonialismo, passado de autoritarismo político. Insegurança: guerra, genocídio e crime.”
Estes e outros factores aqui destacados são responsáveis por outros factores que podemos designar por consequências lógicas da própria pobreza que geralmente tem efeitos não só ao nível da sua sociedade de origem mais também e acima de tudo em outros espaços ou contextos, interferindo ou afectando a própria estrutura social por um lado a interacção social entre os indivíduos.
A desigualdade social pode definir-se atendendo a características objectivas como o nível de vida, nível de riqueza, posições numa escala de prestígio, nível de poder, grau de escolarização, acesso ao mercado de trabalho ou a características subjectivas, como normas, valores, padrões que passou de comportamento, atitudes e opiniões, atitudes políticas. Se se analisar o Estado social em Moçambique, independentemente da região, pode-se talvez criar uma cronologia sociopolítica onde se enquadre cada um dos aspectos atrás descritos, tendo em conta que passou de um sistema socialista (marxista-leninista) de partido único até 1986, para uma democracia multipartidária a partir de 1990, cada sistema gere a sociedade de uma forma diferente, cada sociedade
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