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A Responsabilidade Social

Por:   •  24/11/2018  •  6.908 Palavras (28 Páginas)  •  265 Visualizações

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em projetos sociais ou apoio a eles por meio de doações. No entanto, a questão da responsabilidade social abrange muito mais do que simples doações financeiras ou materiais. De acordo com Grajew (1999), trata-se “da relação ética, da relação socialmente responsável da empresa em todas as suas ações, em todas as suas políticas, em todas as suas práticas, em todas as suas relações”, sejam elas com o seu público interno ou externo.

A doação, muito confundida com a prática socialmente responsável, nada mais é do que uma prática filantrópica. De acordo com Silva (2001), “filantropia significa amizade do homem para com outro homem”. Já para o senso comum, filantropia designa ajuda e possui um caráter assistencialista. A ação filantropia é uma ação social externa à empresa, tendo como beneficiário a comunidade. Além disso, ela acaba tornando-se um paliativo para a greve conjuntura social, pois não busca a continuidade das ações e se concentra em ações esporádicas, como, por exemplo, a campanha do agasalho no inverno e a arrecadação de brinquedos na época do natal.

No âmbito empresarial, uma ação é considerada de caráter filantrópico quando a empresa faz doações financeiras a instituições, fundações, associações comunitárias etc.

É uma ajuda, a ela ocorre eventualmente. Já quando se fala em responsabilidade social, a empresa age de forma estratégica, ou seja, são traçadas metas para atender as necessidades sociais, de forma que o lucro da empresa seja garantido, assim como a satisfação do cliente e o bem-estar social. Há um envolvimento, um comprometimento, que são duradouros.

O fenômeno da globalização e os avanços tecnológicos apresentam grandes desafio sãos empresários, que dizem respeito à conquista de níveis cada vez maiores de competitividade e produtividade, além da preocupação crescente com a legitimidade social de sua atuação. Para Formentini Oliveira (2003) “o atual ambiente empresarial aponta para dois pontos extremos: o aumento da produtividade, em função das tecnologias e da difusão de novos conhecimentos, que leva as empresas a investirem mais em novos processos de gestão, buscando a competitividade. Ao mesmo tempo temos um aumento nas disparidades e desigualdade da nossa sociedade que obrigam a repensar os sistemas econômicos, sociais e ambientais”.

O que adianta ser a primeira empresa no ranking do seu negócio, deter as melhores máquinas e tecnologias, e não poder contar com uma sociedade que compartilhe das mesmas perspectivas? Tanto o seu sucesso quanto o seu fracasso estão intrinsecamente ligados ao desempenho das pessoas, tornando a empresa co-responsável e agente de transformação social.

Durante muito tempo as empresas foram pressionadas a se preocupar somente com a qualidade dos produtos, com o preço competitivo e com a maximização do lucro. Nos tempos atuais uma nova visão do mundo organizacional chama a atenção para questões como a subjetividade, a ética, a transparência, a diversidade de aspectos socioculturais, econômicos e maior respeito e garantia aos direitos humanos como sendo indispensáveis na atuação responsável. A responsabilidade social surge como uma atividade que não está dissociada do negócio da empresa. e uma nova forma de gestão empresarial, que, segundo Grajew (1999), envolve uma atitude estratégica focada na ética, na qualidade das relações com os stakeholders e na geração de valor. Como consequência disso, temos a “valorização da imagem institucional e da marca, maior capacidade, maior capacidade de recrutar e reter talentos, flexibilidade e capacidade de adaptação e longevidade”.

A responsabilidade social surge como resgate da função social da empresa, cujo objetivo principal é promover o desenvolvimento humano sustentável, que atualmente transcende o aspecto ambiental e se estende por outras áreas (social, cultural, econômica, política), e tentar superar seu papel e a forma de conduzir seus negócios. No cenário atual, impera a concepção de que a responsabilidade empresarial está muito além de manter o lucro de seus acionista e dirigentes. Ela passou a ser responsável pelo desenvolvimento da sociedade onde está inserida, adotando ações que influenciam o bem-estar comum.

O conceito de responsabilidade social empresarial foi lançado no conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em 1998, na Holanda. De acordo com Silva (2001), tal conceito diz que a “responsabilidade social corporativa é o comprometimento permanente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo”.

A responsabilidade social vem se mostrando um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das empresas. Cresce a conscientização, por parte da sociedade, do papel imprescindível que as grandes organizações têm diante das questões sociais, assim como a cobrança por uma atuação responsável e uma postura que explique a preocupação com tais questões. Hoje o consumidor prefere produtos de empresas que não tem envolvimento em corrupção, que são transparentes nos seus negócios, que respeitam o meio ambiente e a comunidade. Além disso, os profissionais mais qualificados preferem trabalhar em empresas que valorizam a qualidade de vida de seus funcionários e respeitam seus direitos. A enorme desigualdade social do país ressalta ainda mais o tema, fazendo que a responsabilidade social surja como uma nova forma de pensar o social, transformando as empresas em agentes de uma nova cultura e unindo diferentes atores sociais em torno de uma única questão - o bem-estar social.

PACTO GLOBAL

Segundo Barbieri, José Carlos (2009), Pacto Global nasceu de uma iniciativa de Kofi Annan, na época secretário-geral das Nações Unidas, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, com o objetivo de reforçar os princípios associados aos direitos humanos, do trabalho, e aos aspectos ambientais nas práticas de gestão das organizações. No início eram nove princípios. Posteriormente foi adicionado o combate à corrupção. Esse pacto é promovido por uma rede de instituições intergovernamentais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o programa o perdas Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNDOC) e o Escritório de Alto Comissariado de Direitos Humanos (OHCHR).

O Pacto Global foi concebido como um fórum aberto à participação de empresas e demais organizações. Aquela que quiser se engajar no Pacto Global

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