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MINISMALISMO - Influências no design gráfico do século XX

Por:   •  5/6/2018  •  1.671 Palavras (7 Páginas)  •  360 Visualizações

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Quebrando as fronteiras conceituais desde o seu surgimento, o minimalismo, tem como referências nomes como Carl Andre (a. 1935), Donald Judd (1928-1944), Dan Flavin (1933-1996), Robert Morris (a. 1931) ou Sol LeWitt (1928-2007).

Para SCHIMIDT (2014), “as raízes do minimalismo, em especial no que diz respeito às preocupações do design gráfico, remetem às primeiras tentativas de conciliar arte e indústria”. Sob esta ótica, pode-se citar alguns movimentos artísticos, mais especificamente, à produção de design gráfico do século XX que receberam influências minimalistas em suas concepções.

3 ESTILO INTERNACIONAL

Originado em Zurique e na Basileia antes e durante a Segunda Guerra Mundial, o Estilo Internacional tornou-se mundialmente conhecido pela publicação da Revista Neue Graphik (1958/1959).

Foi durante sua “vigência” que surgiram tipografias de sucesso como a Univers (Adrian Frutiger) e Helvética (Max Meidinger), fazendo uso de informações simples, concretas e racionais, eliminando qualquer interferência visual, de modo a ser compreendida universalmente. (Figuras 1 e 2)

Outras características, além da pureza e precisão do material tipográfico, como o uso do cinza, ângulos retos, uso do sistema de grades, como também o objetivo de fazer do espaço em branco um fator de design, corroboram a presença do “espírito minimalista” no Estilo Internacional.

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Figura 1 – As relações entre pesos e estilos da Univers de Adrian Frutiger.

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

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Figura 2 – As relações entre pesos e estilos da Helvética de Max Meidinger

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

A objetividade e o racionalismo lógico de Josef Müler-Brockman (1914-1996) em seus cartazes, prova da influência da Minimal Art dentro do Estilo Internacional. Designer, ilustrador, cenógrafo, escritor e professor na escola de Arte em Zurique, Josef, imprimia em suas peças, uma linguagem direta e lógica, com formas geométricas simples e uma paleta de cores simplificada. (Figura 3).

A B

[pic 4] [pic 5]

Figura 3 – Cartazes “Anthologie de musique suisse”, 1965 (A) e “Der Film”, 1960 (B).

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

4 PLAKATSTIL

Outro movimento artístico que recebeu influências do minimalismo foi o Plakatstil (Estilo Cartaz), uma escola reducionista, de cores chapadas, que surgiu na Alemanha no início do século XX. Um relato no mínimo curioso e, que revela a essencialidade do espírito minimalista, foi descrito no processo de produção de um cartaz para um concurso patrocinado pelos fósforos Priester, de Lucian Bernhard (1883-1972), em seu projeto inicial “mostrava uma mesa redonda com uma toalha de mesa xadrez, um cinzeiro com um charuto aceso e uma caixa de fósforos. Julgando que a imagem era despojada demais, Bernhard pintou no fundo dançarinas sumariamente vestidas”.

Mais tarde naquele dia, ele decidiu que a imagem era complexa demais e eliminou as dançarinas. Quando um amigo chegou e perguntou se era um cartaz para um charuto, Bernhard eliminou o charuto. Depois, julgando que a toalha de mesa e o cinzeiro estavam destacados demais, os eliminou também da pintura, deixando um par de palitos de fósforo em uma mesa vazia. Visto que as inscrições teriam de ser postadas até a meia-noite daquele dia, Bernhard apressadamente pintou a palavra Priester em azul acima dos fósforos, embalou o cartaz e o enviou. (CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009)

Inicialmente rejeitado pelo júri, Bernhard foi conclamado pelo júri Ernst Growald – “Aqui está um gênio”, e acabou vencendo o concurso.

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Figura 4 – Cartaz para os fósforos Priester, c.1905. A cor se tornou o meio de projetar uma mensagem poderosa com informações mínimas.

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

5 DE STIJL

Lançado em 1917 na Holanda, o movimento tinha como mentor Theo van Doesburg em parceria com Piet Mondrian (1872-1944) e outros grandes nomes. O forte estilo geométrico abstrato e a busca da harmonia e equilíbrio universal, eram sua marca maior.

Arraigados ao pensamento do filósofo M. H. J. Schoenmakers que, (CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009) “definiu a horizontal e a vertical como os dois opostos fundamentais de formação de nosso mundo, e chamou o vermelho, o amarelo e o azul de as três cores essenciais”, Mondrian e Doesburg, desenvolviam, inicialmente, obras bastante semelhantes, tendo como base tal filosofia.

Numa estrutura matemática, eles buscavam transmitir a “consciência geral da época”, marcada pela Primeira Guerra Mundial.

A B

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Figura 4 – Theo van Doesburg e László Moholy-Nagy, capa de livro, 1925. (A); Piet Mondrian, Compositie met rood, geel en blauw (Composição com vermelho, amarelo e azul), 1922. (B)

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

Em 1921, Van Doesburg, desenvolveu sua teoria do elementarismo, inserindo a diagonal com um princípio composicional mais dinâmico que a composição horizontal/vertical, preferindo a tipografia sem serifa, onde o quadrado era balizador para o design de letras e a cor era tida como elemento estrutural.

Assim como os demais movimentos supracitados o De Stijl aspira aspectos minimalistas, seja pela “observação da arte pura pela arte aplicada”, racionalização de cores, formas geométricas e objetividade da mensagem sem impregnações pessoais do autor.

Um bom exemplo disso é a capa de El Lissítzki, de 1922, que raciona elementos e cores.

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Figura 5 – Capa e página de De Stijl, 1922. “Uma história de dois quadrados”.

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se perceber a popularização

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