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Sinestesia e Convocações Sensoriais em Design Gráfico

Por:   •  30/11/2017  •  1.235 Palavras (5 Páginas)  •  299 Visualizações

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Com o propósito de comunicar e sensibilizar, o design gráfico pode usar diversos elementos que compõe a peça, ou seja, é o como diz o que diz através do uso da forma / espaço, tipografia, cor e textura.

A forma é o maior fator visual de identificação ao representar um ser, objeto ou lugar, compondo com maior ou menor quantidade de elementos, com maior simplicidade ou maior complexidade formal e compositiva. Os fatores de espaço/tempo influem nas interpretações e no interesse do público; algumas formas de apresentação podem tornar-se obsoletas, assim como é preciso considerar o contexto, o espaço em que determinadas figuras estão em relação a outras, se proporcionais ou não, harmonizando ou produzindo inadequação. Percebemos as imagens em seu conjunto, vemos em sua totalidade; segundo Arnheim, (1979; p. 04): “Não se percebe nenhum objeto como único ou isolado. Ver algo implica em determinar-lhe um lugar no todo: uma localização no espaço, uma posição na escala de tamanho, claridade ou distância.”

A tipografia, por sua vez, codifica visualmente o verbal em sua forma de apresentar o que diz: espaçamentos, disposição, pesos, tamanhos, estilos podem ter um poder de comunicação que ultrapassam a linguagem verbal.

A cor vem sempre associada a uma forma possibilitando diversas relações entre objetos e as sensações, sentimentos e situações cotidianas. A cor pode estar associada diretamente ao objeto que está sendo representado ou remeter aos mais diversos valores atribuídos, em distintas culturas ou/e sensações e sentimentos que remetem às memórias e experiências pessoais.

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A textura pode sensibilizar tátil e visualmente. As texturas táteis são aquelas em que há direta correspondência entre o que se vê e o que se toca; as texturas visuais são representações de texturas, porém a superfície de seus materiais não corresponde ao que se vê.

Utilizar-se de recursos visuais que remetam não apenas à visão, mas aos demais sentidos humanos, reforçam a comunicação fazendo com torne-se mais intensa, mais rica, interessante e mais eficiente. De outro lado a identidade dos objetos não está limitada somente ao plano visual. Para Júlio Plaza (2003, p. 62 e 63)::

É por demais evidente, na sua estrutura organizativa, o caráter analógico e ambíguo que confere à percepção sensorial seu aspecto de complementaridade, isto é a percepção de um acontecimento ou objeto, imaginário ou observado, está enraizado em mais de um dos sentidos. A identidade de uma flor repousa tanto no seu aroma e em sua forma como em sua cor, de modo que a experiência e a memória possam conter um ramalhete de sensações e percepções. É por isso que certos caracteres sinestésicos manifestam-se na terminologia descritiva de todas as línguas, e de maneira mais inteligível para todos. Fala-se corretamente e sem equívocos de cores quentes e frias, berrantes, violentas, agressivas, doces, brandas, duras; de sons claros, agudos, brilhantes, etc. Como compreender o acordo nas atribuições desses qualificativos, se não estivessem fundados numa analogia real de impressões?

Na apreensão e compreensão de uma mensagem há, portanto, elementos sensoriais e afetivos que favorecem ou não a memória do produto ou logomarca e sua maior aceitação.

Referências bibliográficas / sugestões para leitura:

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira, 1979.

BASBAUM, Sérgio Roclaw. Sinestesia, arte e tecnologia: fundamentos da cromossonia. São Paulo: Annablume/ Fapesp, 2002.

LANDOWSKI, Eric; DORRA, Raul; OLIVEIRA, Ana Claudia (eds). Semiótica, estesis, estética. São Paulo: EDUC/Puebla: UAP, 1999.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

PLAZA, Júlio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Persapectiva, 2003.

* KAWASAKI, Yuji. Design gráfico sinestésico: a relação da visão com os demais sentidos na comunicação. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-12052010-104245/pt-br.php Dissertação de mestrado. Acessado em: Julho de 2013.

KRUG, Rosana. Corpo-matéria: a construção do sentido no processo de criação do livro de artista com arte/educadores. Dissertação de mestrado. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/35090.

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