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A RELAÇÂO ENTRE PERCEPÇÃO E CRIAÇÃO MUSICAL

Por:   •  7/5/2018  •  1.305 Palavras (6 Páginas)  •  275 Visualizações

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Ao deparar-se com uma imagem, um observador pode, através de alguma análise, identificar elementos que são relativos à sua composição. O ponto, a linha e o plano foram apontados por Kandinsky (2006) como os elementos básicos da composição visual. Além destes elementos, Ostrower (2004) fala a respeito da superfície, do volume, da cor e da luz como elementos fundamentais da composição visual. (apud Oliveira 2012, p.3).

Kandinsky (2006) apud Oliveira (2012, p.3), compara o ponto geométrico ao silêncio, uma herança semântica da linguagem verbal, onde sua ocorrência no texto escrito marca uma pausa no discurso. Kandinsky (2006), diz ainda que uma linha surge do resultado da atuação de uma força aplicada em um ponto, que o empurra para alguma direção.

Dessa forma Oliveira (2012), traça algumas relações entre a percepção do ritmo visual e o ritmo sonoro, apontando Kandinsky e Paul Klee como compositores que se utilizam da percepção visual como fonte da composição musical.

Lira Filho (2001), diz que toda composição é resultado de um processo de muitas escolhas e seus caminhos são muito variados. Embora se refira à área de paisagismo, é possível aplicar o conceito à área da composição musical. Em adição, a percepção aplicada ao processo composicional também se torna um processo de formação de nossa própria linguagem criativa.

Para França (2002, p.8), composição, apreciação e performance são os processos fundamentais da música enquanto fenômeno e experiência, aqueles que exprimem sua natureza, relevância e significado.

Na perspectiva de Swanwick e França (2002, p.9), a composição musical acontece sempre que se organizam ideias musicais elaborando-se uma peça, seja uma improvisação feita por uma criança ao xilofone com total liberdade e espontaneidade ou uma obra concebida dentro de regras e princípios estilísticos.

A música, enquanto expressão artística e sonora é uma rica forma de discurso dotado de um complexo sistema de signos, com o objetivo de representar, dar forma a uma vivência humana e de compartilhar esta experiência pessoal de modo que possa alcançar e ser compreendido pelo outro. (Swanwick, 2003).

Para o professor de Teoria e Percepção, Dr. José Zula de Oliveira[2], o que diferencia um músico das pessoas que não o são é o uso do sentido da audição. Por isso é possível admitir que a manipulação de fontes sonoras e experiências musicais, leva um indivíduo a descobrir novos enlaces sonoros, ampliando as possibilidades da composição.

É interessante notar que quase todos os Métodos da primeira época da nova pedagogia musical do século XX (Dalcroze, Martenot, Orff, Kodály, Willems) expressam a preocupação em estimular e desenvolver a capacidade criativa.

Baseado nos autores referidos, podemos concluir que a percepção é fator significativo tanto para a composição quanto a improvisação musical. Desta maneira é fundamental que as experiências sonoras e visuais diversas, com intercâmbio de intervalos, timbres e ritmos variados, seja um fator estimulante de ampliação da percepção auditiva e visual, contribuindo para o desenvolvimento das possibilidades de criação, expressão e síntese musical.

Referências Bibliográficas

LANZONI, Pablo Alberto, OLIVEIRA, Lizete Dias de. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, v. 10, n. 20, jul./dez. 2011.

FRANÇA, Cecília. Composição, apreciação e performance na educação musical: teoria, pesquisa e pratica. EM PAUTA - v. 13 - n. 21 - dezembro 2002.

http://eiea.nea.fba.up.pt/eieahtml/arquivo/2010/index75f9.html?q=pt-pt/node/77

LIMA, Eduardo Henrique M. (In.) APRECIAÇÃO, PERCEPÇÃO E CRIAÇÃO NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO MUSICAL NÃO-FORMAL.

LIRA FILHO, José Augusto de; PAIVA, Haroldo Nogueira de; GONÇALVES, Wantuelfer. Paisagismo: princípios básicos. Viçosa (MG): Aprenda Fácil, 2001. v. 1.

OLIVEIRA, José Zula de. PARTE B: PERCEPÇÃO MUSICAL I – Prática. http://www.neuromusic.com.br/donwload/partebpercepcaomusical.pdf. Acesso em 23 de Abril de 2014.

OLIVEIRA, Samira Machado de. A percepção do ritmo entre possibilidades sonoras e visuais. VII Ciclo de Investigações PPGAV – UDESC, Florianópolis, 2012.

SWANWICK, K. Ensinando música musicalmente. São Paulo: Moderna, 2003.

Vaz Freixo, M.J. (2006). Teorias e Modelos de Comunicação, In M.J. Vaz Freixo, Teorias e Modelos de Comunicação (p.144). Lisboa: Instituto Piaget

BRAGA, M.A. et. aL. CURSO DE RECURSOS PAISAGÍSTICOS. São Paulo: Divisão Técnica de Desenvolvimento de Tecnologia (DEPAVE-4), Departamento de

Parques e Áreas Verde, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente,

PMSP.http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/recursos_paisagisticos_1431454341.pdf

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