INTERVENÇÕES EM EDIFICAÇÕES EXISTENTES: CONCEITOS

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Cunha (2016) defende no século passado, o interesse por depoimentos de períodos e de vidas advindas, tais como culturas, civilizações e paisagens dessemelhantes das europeias. Sendo assim, a documentação das ruinas e das edificações isoladas acabaram assumindo grande valor e sua conservação e preservação inspiraram a primeira Legislação sobre Salvaguarda do Patrimônio. Esse interesse pelos chamados “monumentos históricos”, apontava a sua reconstituição, realce e proteção, traduzindo para prática em seu afastamento, esquecendo-se assim, da parte da zona envolvente, ainda que esta fosse igualmente histórica.

Neto (1992) destaca que os métodos de intervenção utilizados na Europa são distintos de acordo com o objetivo do projeto, podendo ser de conservação ou modificação, ambos relacionados aos níveis de consolidação, cuja finalidade é recuperar a eficiência estática da construção e conservação no tempo. O autor ressalta ainda que os níveis de consolidação que servem de referência são salvaguarda (proteção), reparação, reforço e reestruturação.

Referente aos níveis citados, salvaguarda e reparação, referem-se a condições de instabilidade, a primeira prevê segurança da construção em fase transitória e a segunda a restauração de maneira definitiva. Os outros dois não influenciam na existência de um dano que possa comprometer a segurança da edificação, apenas reparos necessários quando há a intenção da obra servir para uma nova finalidade, no caso de reforço ou quando há a necessidade de modificar a estrutura, no caso de restruturação. (NETO, 1992)

Lloyd (2006) lembra que a preservação cientifica é uma forma de preservação da história de um povo, afim de garantir a manutenção da história e cultura daquela sociedade. Este tipo de preservação baseia-se em dados arqueológicos e documentos históricos que permitem a intervenção na obra tombada, havendo a possibilidade de uma nova utilização, desde que o partido da edificação seja o mesmo.

Por sua vez o autor destaca que existem duas formas de intervenção arquitetônica afim de sanar o mau estado de uma edificação: conservação e reconstrução. A primeira relaciona-se estritamente a preservação da obra e pode ser definida conforme Fitch (1981 apud LLOYD, 2006) como uma intervenção física na matéria de um edifício afim de assegurar sua estética e estrutura original, com a intenção de garantir a sobrevivência física do monumento. Enquanto que reconstrução diz respeito a um resgate do passado arquitetônico degradado pelo tempo, partindo da reprodução da parte destruída, construção de réplicas ou substituição de partes furtadas, em vários casos trata-se de colocar uma cópia exata da antiga ou recriar um edifício ausente no local motivada pelo papel fundamental que a obra desempenha na composição monumental. (LLOYD, 2006)

Sobre reforço, esta ação não necessita uma situação de instabilidade estrutural, mas sim do acréscimo de capacidade, portanto, prevendo novas exigências funcionais, como novas cargas devido ao novo uso da obra, ou ambiental, em casos de edifícios em zonas sísmicas. O reforço pode ser executado com intensidade variável, dependendo da intervenção e da necessidade de melhoria. (NETO, 1992)

No I fórum do patrimônio cultural, documento do Sistema Nacional do Patrimônio cultural que define desafios, estratégias e experiências para uma nova gestão, cita que um dos desafios, tomado também como objetivo para os próximos 2 anos para a estruturação do sistema nacional é garantir a preocupação com a pesquisa arqueológica em projetos de restauração de obras históricas, tombadas ou não, bem como nas intervenções de qualquer porte em áreas consideradas de potencial arqueológico.

3. RECICLAGEM DE USO: CONCEITOS

Conforme Ribeiro (2005) o abandono dos antigos edifícios nos antigos centros das grandes cidades do Brasil, é reflexo do crescimento descontrolado da população e da especulação imobiliária. Sendo assim, sabe-se que as Cidades antigas no mundo todo, prosseguem com a dificuldade de equilibrar o seu crescimento, com o objetivo de manter a sua evolução urbana com a arquitetônica.

Portoghesi (1985) afirma que a reciclagem de uma determinada obra, é ocasionada por ações que remodelem e redefinam a sua distribuição espacial, ou até mesmo, harmonizar novas funções para o edifício. Contudo, permitem uma economia de em torno 20% do valor total da obra, além de menor tempo de execução, por conta de que muitas vezes, a demolição de uma obra antiga, torna-se mais cara do que a construção de um novo prédio. O autor afirma que o objetivo da reciclagem de uso é preservar o edifício existente, evitando o desperdício material, independentemente de sua utilização, o qual segue desde a modernização da aparência, até o proveito do valor econômico e sentimental da obra.

4. SALA DE CONCERTO – SÃO PAULO

Quem vai pesquisar sobre ela veja se encontra plantas, fachada, o que foi reformado, ano da edificação construída, ano em que mudou de função, pra que servia antes, pra que serve agora. Toda história, desde ferrovia, estação, contextualizar, quem fez, ano, antes de passar da reciclagem, toda a história, detalhe que não fala sobre a obra tira, imagens antiga

4.1. Restauro e Reciclagem de Uso

A sala São Paulo é considerada uma das mais importantes casas de consertos do Brasil, está localizada no centro da capital paulista, em um prédio histórico da antiga estrada de ferro, e hoje é sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Seu conjunto arquitetônico de 1925 se integra ao patrimônio histórico da cidade. A Sala nasceu da adequação e restauro da Estação Júlio Prestes e foi inaugurada em julho de 1999.

Depois de uma decisão de executar a sala São Paulo na Estação júlio Prestes, foi contratado o arquiteto Paulista Nelson Dupré, para elaborar o projeto. Diplomado pela universidade Mackenzie em 1973, Dupré contava com a experiência anterior do autor dos projetos de restauro do Teatro municipal de São Paulo e do teatro Dom Pedro II da cidade de Ribeirão Preto.

Segundo o arquiteto, alguns aspectos foram fundamentais nas características especificas, a intervenções sedaria em um edifício tombado com o patrimônio arquitetônico pelo condephaat (conselho de defesa do patrimônio histórico arquiológico, artístico e turístico do estado de São Paulo).

Figura 01- Sala Concerto Antes do Restauro

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