HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL BOX HOUSE – Yuri Vital HABITAT ’67 – Moshe Safdie
Por: kamys17 • 27/11/2018 • 3.688 Palavras (15 Páginas) • 662 Visualizações
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Palavras-chave: Habitação Social. Minha Casa Minha Vida. Edificações.
1 INTRODUÇÃO
Assim como a alimentação, a moradia deve ser considerada como uma necessidade básica do ser humano. Na história de diversos países do mundo, a industrialização tem se associado com a concentração da população proximos aos grandes centros. Com o desenvolvimento das cidades, o homem passou a se alojar proximos dos grandes centros, gerando assim um dos problemas mais dificeis de solucionar nas cidades, a criação da moradia alternativa.
Destinada à população com um nível de renda mais baixa, as habitações de interesse social, buscam atender a necessidade da população quanto à moradia e como consequência diminuir o déficit habitacional. O projeto tem se desenvolvido por diversos programas governamentais que visam à construção de unidades habitacionais em grande escala.
No decorrer do trabalho, iremos descrever as medidas adotadas por arquitetos para tentar proporcionar moradia um baixo custo, mas com qualidade funcional e estética.
PROJETO DE HABITAÇÃO SOCIAL – BOX HOUSE
Arquiteto Yuri Vital
2 DADOS DO PROJETO
Arquiteto: Yuri Vital
Local: Av. Itaberada, 3336, Brasilandia
São Paulo - Brasil
Ano de conclusão da obra: 2008
Área total construída: 1.011 m²
Área construída por unidade: 47 m²
Unidades: 17
Segundo dados da Caixa Econômica Federal, 2008, o custo total da obra foi em torno de 1 milhão e 100 mil reais. Por ser um projeto popular, as unidades também foram vendidas no Feirão da Caixa de 2008 por R$ 90 mil reais, valorizados ainda mais com o passar do tempo. Hoje o valor de cada casa gira em torno de R$ 135 mil.
A variação de público-alvo também foi considerada desde o início do projeto. Cujo foi planejado para atender jovens solteiros, recém-casados, casais com filhos, casais de meia idade, mas todos pertencentes às classes C e D.
3 HISTÓRICO DA EDIFICAÇÃO
Quando Vital começou a idealizar as Box Houses, optou por criar um meio nível abaixo do perfil do terreno e outro meio nível acima, criando assim, uma residência de dois pavimentos e uma garagem privativa, abaixo da casa. Ao todo, são 17 casas, com 47 m² cada uma, dispostas em duas fileiras separadas por uma rua particular.
O Projeto teve uma matéria na Revista Projeto & Design - Numero 348 – Fevereiro 2009 – por sua Premiação IAB-SP 2008. Vencedor na categoria habitação de interesse social – produção privada. O Programa Minha Casa, Minha Vida constitui, acima de tudo, uma chance de atuação para à construção de uma sociedade melhor.
“Vejo o arquiteto como planejador do conforto, da segurança e da beleza, sendo esta a nossa forma de atuar pela população. Quanto mais democratizada for a arquitetura, mais visível será a nossa contribuição para a sociedade”(VITAL, 2008)
Com objetivos imediatos de atender à demanda por imóveis de baixo custo e de movimentar o setor da construção, a qualidade do projeto não pode ficar em um segundo plano.
“O que tem acontecido com muita frequência é que não se valoriza o projeto, mas as obras, os prazos e os resultados”, (VITAL, 2008).
4 CONCEITO DO PROJETO
O partido adotado por Vital foi a simplicidade. Ele fez uso da tecnologia do bloco estrutural, o que gerou uma economia de aproximadamente 30%.
Segundo Vital, o Box House é o início de uma “democracia da arquitetura”. Ele enfatiza que este é o público que mais necessita de bons projetos. “Todos desejam desfrutar de uma moradia digna, funcional e bela. É importante desmistificar a ideia de que estes aspectos são apenas acessíveis para as classes mais elevadas, pois é possível construir com qualidade técnica e padrões estéticos inclusive com baixo custo. Cabe ao arquiteto buscar a beleza na simplicidade e na pureza”, ressalta o profissional.
“Com o objetivo de quebrar os paradigmas ingênuos de nossa sociedade preconceituosa, este projeto de habitação popular de baixo custo pode ter qualidade funcional e estética sem custos extras”. (YURI VITAL, 2008).
Imagem 01: Box House
5 IMPLANTAÇÃO
O conjunto foi implantado em um terreno de 1011m² no bairro de Brasilândia, na zona norte da cidade de São Paulo. Antigamente, a região era formada por pequenas chácaras e vilas, que deram lugar a lotes habitacionais e residências construídas pelos próprios moradores, onde um vizinho era ajudado pelo demais e, assim, o lugarejo foi crescendo. Essa falta de planejamento e estruturação urbana influenciou o arquiteto Yuri Vital a fazer algo diferente no local: um condomínio de casas de baixo custo, mas com qualidade funcional e estética.
Localizado em um terreno alto com um grande declive, o projeto previu uma rua interna cuja finalidade foi ligar as unidades habitacionais do condomínio. Cada casa esta disposta em duas fileiras separadas por uma rua particular. Segundo Vital, “é ainda uma qualidade do projeto o resgate da implantação em “vila inglesa”, tipologia habitacional em desuso no Brasil, mas que garante uma boa densidade aliada ao baixo impacto do conjunto construído.” Opção que permite sua adequação às cotas do terreno que, aliada a uma volumetria definida por sólidos regulares e por planos de cores, traduz uma estética moderna, além de propiciar um cotidiano comunitário, afastando-se dos modelos de pobreza utilizada pelo poder público.
Imagem 02: Corte mostrando a declividade e disposição da Box House.
No sentido geral, trata-se também de uma novidade para a época, no contexto brasileiro aonde impera a atuação exclusiva do poder público em habitação de interesse social, marcando o retorno da iniciativa privada na construção e comercialização de habitação de baixo custo.
Imagem 03: Implantação
6 ASPECTOS DA EDIFICAÇÃO
A opção de projetar casa modulares reduziu o planejamento
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