Dimensionamento humano e design do objeto
Por: SonSolimar • 2/10/2018 • 12.556 Palavras (51 Páginas) • 444 Visualizações
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PERCENTIS
Percentis “indicam a percentagem de pessoas dentro da população que tem uma dimensão corporal de um certo tamanho (ou menor)”.
A maior parte dos dados antropométricos é frequentemente expressa em percentis. Para fins de estudo, a população é dividida em 100 categorias percentuais da maior parte para a menor em relação a algum tipo especifico de medida corporal. O primeiro percentil de estatura ou altura, por exemplo, indica que 99% da população estudada teriam alturas maiores. Da mesma forma o percentil 95 indicaria que somente 5% da população estudada teriam alturas maiores e que 95% dessa população teriam a mesma altura ou menores.
Na realidade, os seres humanos não são uniformemente distribuídos em todas as dimensões corporais, uma pessoa com uma estatura no percentil 50 pode muito bem ter um percentil 55 no alcance lateral de braço.
- DADOS ANTROPOMÉTRICOS APLICAÇÃO
Devido ás muitas variáveis existentes, é essencial que os dados selecionados sejam adequados ao usuário do espaço ou mobiliário a ser projetado. Portanto, é fundamental uma definição correta da população usuária em termos de idade, sexo, ocupação e etnia. Se o usuário é uma pessoa, ou um pequeno grupo, em algumas situações o arquiteto terá que conseguir obter os próprios dados antropométricos principais e determinadas medidas corporais.
Um erro muito sério na aplicação de dados é pressupor que uma dimensão de percentil 50 represente as medidas de um “homem médio” e criar um projeto para acomodar os dados desse percentil, nesse caso, 50% desse grupo podem sofrer as conseqüências de um mau projeto. O chamado “homem médio” simplesmente não existe. Dependendo da natureza do problema de projeto, ele poderia ser concebido para acomodar o percentil 5 ou o 95, de modo que a maior parte da população seja atendida.
A seleção de dados antropométricos adequados baseia-se no problema específico de cada projeto. Para fixar dimensões onde o alcance for o fator determinante, devem ser utilizados os menores percentis ou os dados de pessoas com menores dimensões corporais. Para fixar as dimensões de espaço livre, os percentis mais altos devem ser utilizados ou dados de pessoas com maiores dimensões corporais.
Em outras situações, pode ser necessário definir um projeto com capacidade intrínseca de regulagem ou ajuste, como certos tipos de cadeiras, prateleiras, etc. Sempre que possível, entretanto, é recomendável atender a maior parte da população usuária.
AS DIMENSÕES OCULTAS
Ao acomodar o corpo ao ambiente, os fatores aí envolvidos não podem se limitar ás medidas e distancias, no sentido absoluto de significado destes termos.
Conforme Hal sugere, há certas “dimensões ocultas”. Aceitar que os limites das pessoas começam e terminam com a pele é “não entender o significado dos diversos elementos que contribuem para o sentido espacial do homem”. Através de exemplos, Hall argumenta que as pessoas atuam dentro de quatro zonas de “distância”, sendo que cada uma delas tem uma fase “próxima” e uma fase “distante”, A zona selecionada em qualquer desses tempos é baseada na natureza da atividade ou interação social em progresso.
PESSOAS EM MOVIMENTO
Como sugere Kaplan, as pessoas estão constantemente em movimento. Mesmo quando não envolvidos em atividade ou tarefa particular, o corpo humano nunca está totalmente imóvel ou em descanso.
Entretanto, grande parte dos dados antropométricos são disponíveis baseados em medidas estáticas. A natureza estática da maior parte dos dados geralmente relaciona-se mais com as posições do corpo, no término de uma tarefa, do que com o fluxo de movimentos até chegar àquelas posições finais.
Contudo, na aplicação dos dados antropométricos, o designer ou arquiteto deve de alguma maneira, conciliar a natureza estática dos dados com a realidade dinâmica dos movimentos corporais. No mínimo ele deve estar atento para as limitações inerentes aos dados.
NÍVEIS DE ARTICULAÇÃO MOTORA
É obvio que o grau de abertura ou de rotação das articulações terá um grande impacto na interface das pessoas com o ambiente físico. É bastante útil, portanto, e até mesmo essencial, que o designer tenha algum conhecimento sobre a variação dos movimentos das articulações.
As articulações móveis são dividas em três tipos gerais. O primeiro envolve um único plano de liberdade de movimento em uma direção, a partir da posição inicial. São chamadas articulações em dobradiça, sendo exemplos o cotovelo e o joelho. O segundo tipo, articulação em pivô, envolve movimento em dois planos a partir de uma posição zero. Este tipo de movimento é típica do pulso. O terceiro tipo de articulação, chamada esferoidal, permite movimentos tridimensionais ou rotações, como o ombro ou o quadril.
Os tipos de movimentos que interessam ao designer e ao arquiteto são flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral, pronação e supinação. Vários fatores podem afetar a amplitude do movimento, como o sexo do individuo, que é um fator significativo.
É importante alertar o designer ou arquiteto para não encarar os dados antropométricos apresentados como informações tão precisas e “cientificamente corretos”, a ponto de serem considerados infalíveis. A antropometria em seu estado atual não é uma ciência tão exata. Portanto, os dados devem ser visualizados como uma das inúmeras fontes de informações ou ferramentas disponíveis para o projeto.
- IDOSOS E PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
Os dados antropométricos para a população de idosos são ainda mais raros.
O grande problema com a maior parte dos dados disponíveis é o pequeno numero do grupo estudado. Por exemplo, os dados sobre “antropometria funcional de homens idoso”, preparados pó Damon e Stoudt e a “antropometria funcional de mulheres mais velhas” preparado por D.F. Roberts foram baseados respectivamente em 133 e 78 indivíduos. Talvez os dados mais acessíveis, em forma de percentis, como solicitado por designers, sejam os do Levantamento Nacional de Saúde, que inclui dados até a idade de 79 anos.
É grande também o problema dos deficientes físicos em relação ao ambiente construído.
Não
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