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CASA BANDEIRISTA BUTANTA

Por:   •  30/4/2018  •  2.781 Palavras (12 Páginas)  •  241 Visualizações

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restauração, realizada pelo arquiteto Luis Saia e nela instalando a partir de 30 de outubro de 1955, um museu evocativo da época das bandeiras, com acervo próprio, a partir do recolhimento de móveis, utensílios e outros objetos históricos no interior de São Paulo, Minas Gerais e Vale do Paraíba.

“A Casa do Butantã, mais conhecida como Casa do Bandeirante, foi restaurada em 1954-1955, pela Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O projeto de restauração e a orientação técnica ficaram sob responsabilidade de Luís Saia, chefe do distrito o IPHAN em São Paulo. Benedito Pacheco, técnico contratado pela Comissão, ficou responsável pela direção da obra. Paulo Camilher Florençano, assistente de Guilherme de Almeida, presidente da Comissão, propôs instalar no imóvel um museu dedicado ao cotidiano rural do período bandeirista e dedicou-se para viabilizar a obra e depois mobiliar a casa e seu entorno com equipamentos domésticos dos séculos XVII e XVIII, tentando reproduzir um cenário de época. Inaugurada a casa, ele foi nomeado Conservador da Casa do Bandeirante, posto em que permaneceu pelo menos até Dezembro de 1963, ocasião em que Francisco Prestes Maia ocupava a cadeira de prefeito da cidade. ”

MAYUMI, Lia. TAIPA, CANELA PRETA E CONCRETO: ESTUDO SOBRE O RESTAURO DE CASAS BANDEIRISTAS. São Paulo, Romano Guerra Editora, 2008, p. 77.

3. TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO EDIFÍCIO

Em visita realizada em 17/09/2016, nos foi informado que a casa foi invadida em 1951 por várias famílias que ocuparam a casa até o início das obras de restauração. O madeiramento correspondente à área central da casa havia sido removido, restando um pátio central que era usado como galinheiro e a casa bandeirista foi dividida ilegalmente em três outras casas para abrigo dessas famílias. É possível observar na figura 3 e 4, a base de parede erodida por respingos de chuva e lacunas preenchidas com camisas de tijolos de barro.

Fig.4 Casa do Bandeirante - Pátio formado no centro da construção, onde a cobertura fora

re¬movida, ou havia desabado. Note-se, no maciço esquerdo, sinal de parede desaparecida.

Fonte: fotografia G. Grae¬ser, março de 1954, Acervo PMSP/Museu da Cidade.

Fig.5 Casa do Butantã, no curso do seu processo de restauração. Autor desconhecido, cerca 1954

Acervo do Departamento do Patrimônio Histórico Secretaria da Cultura do Município de São Paulo

Fig.6 Casa do Bandeirante - Lacunas (“cá¬ries”), em 16-9-1954. Fonte: Caderno de Obras – Casa do Bandeirante. Acervo PMSP/ Pres.

Fig.7 Casa do Bandei¬rante - Madeiramento leve do telhado desorganizado (forro do beiral, ripas, caibros roliços), no início da obra, em 14-7-1954. Fonte: Caderno de Obras – Casa do Bandei¬rante. Acervo PMSP/Pres.

O artigo de Lia Mayumi - Luís Saia, um pioneiro na restauração de casas bandeiristas identifica s patologias mais frequentes desse tipo de edificação que estavam presentes na casa:

1. Erosão das paredes periféricas da casa, restrita à porção inferior próxima ao solo, pela parte externa, devido à água de chuva (Figura 3);

2. Lacunas (“cáries”) nas paredes, decorrentes da ação de térmitas, cabodás e desagregação localizada (Figura 6);

3. Fendas e trincas nas paredes, provocadas por desagregações localizadas dos maciços de taipa (Figuras 3 e 4);

4. Separação das paredes de taipa nos cunhais, provocada pela falta de sistema de amarração entre as paredes (ausência de malhetes) e pelo apodrecimento de parte dos frechais (Figura 6);

5. Envasaduras primitivas emparedadas com alvenaria de tijolos ou pau a pique (Figura 3);

6. Envasaduras escavadas nas paredes, onde não existiam primitivamente (Figura 3);

7. Paredes primitivas desaparecidas, e paredes não primitivas de fatura mais recente;

8. Esquadrias alteradas, ou apodrecidas, ou desaparecidas (Figuras 3 e 4);

9. Cobertura alterada, com madeiramento de material, forma (e por vezes solução construtiva) diversos do primitivo (Figura 7);

10. Revestimento ausente ou desagregado em vários pontos (Figura 3);

11. Poucas ferragens primitivas remanescentes. A maior parte estava desaparecida.

4. ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Fig.9 Casa do Butantã: reinauguração como Casa do Bandeirante Autor desconhecido cerca 1955

Da esquerda para a direita: Afonso Taunay, Washington Luís, Guilherme de Almeida e Paulo Florençano.

Fig. 3/5/9 Disponível em: http://www.casasbandeiristas.com.br/casa-do-butanta/ Acesso em: 23/09/2016

Após a reforma o estado de conservação do edifício encontra-se em geral satisfatório exceto pela presença de marcas de umidade nas paredes externas (Fig.10). A estrutura portante, cobertura, interior, instalações e serviços e salubridade encontram-se em estado satisfatório.

Fig.10 Casa do Butantã: Visita realizada em 17/09/2016. Marcas de umidade visíveis na parte inferior

das paredes.

A estrutura (restaurada) não apresenta problemas e pode ser observada por um quadro de recorte na parede (Figura 11). O piso e outros elementos como porta (Figura 12) e janelas (Figura 13) encontram-se bem conservados.

Fig.11 Casa do Butantã: Visita realizada em 17/09/2016. Recorte na parede possibilita ver a estrutura. Fig.12 Casa do Butantã: Visita realizada em 17/09/2016. Detalhe da porta com fechadura. Fig.13 Casa do Butantã: Visita realizada em 17/09/2016. Vista

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