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Trabalho Radiotividade

Por:   •  20/4/2018  •  13.595 Palavras (55 Páginas)  •  292 Visualizações

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Um acidente/incidente trata-se da ocorrência em si de um evento por agente QBRN, de caráter intencional ou não, podendo acarretar danos à saúde humana, ao ambiente e às instalações. Nesse tipo de evento é necessária uma resposta coordenada para reduzir e mitigar riscos à saúde humana, primeiramente pela contenção da zona quente e pela prevenção da propagação de doenças relacionadas a agentes biológicos ou à propagação de material químico, radiológico ou nuclear. Em um acidente/incidente há também a atenção permanente para o fluxo de comunicação com a população, para amenizar o nervosismo coletivo e a insegurança causados pelo evento. 4 Ameaça: evento físico, potencialmente prejudicial, fenômeno e/ou atividade humana que pode causar a morte e/ou lesões, danos materiais, interrupção de atividade social e econômica ou degradação ambiental. Isso inclui condições latentes que podem levar a futuras ameaças ou perigos. As ameaças podem ser individuais, combinadas ou sequenciais em sua origem e efeitos. Cada uma delas caracteriza-se por sua localização, magnitude ou intensidade, frequência e probabilidade (EIRD-adaptado). 16 17 Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Um desastre5 por agentes QBRN caracteriza-se por um acidente/incidente de grande magnitude que leva a perdas humanas e/ou importantes perdas materiais, econômicas ou ambientais e que se traduz numa situação de emergência em saúde pública. Nessas situações é imprescindível a atuação coordenada das três esferas de gestão para reduzir riscos e mitigar danos. Uma vez entendida as diferenças entre ameaça, acidente/incidente e desastre por agentes QBRN é preciso conhecer a definição dos limites de zonas de trabalho em um evento por estes agentes, para que a distribuição de competências e tarefas não se sobreponham e, principalmente, não exponham os profissionais envolvidos na resposta aos agentes QBRN. É importante destacar que, mediante a constatação de qualquer risco potencial e/ou perigo, o local do evento deverá ser imediatamente interditado e isolado e a vigilância em saúde não será, em momento algum, o primeiro respondedor, uma vez que ela atua apenas na zona fria, ou seja, em um ponto já fora de risco de contaminação. As zonas de trabalho são classificadas em: • Zona quente: é uma área restrita, imediatamente ao redor do acidente, que se prolonga até o ponto em que efeitos nocivos não possam mais afetar as pessoas posicionadas fora dela. Dentro desta área ocorrerão as ações de controle, sendo permitida apenas a presença de pessoal técnico qualificado (equipes de primeira resposta para produtos perigosos nos níveis local, municipal e estadual, e as equipes da Defesa para atuarem depois de esgotadas essas capacidades iniciais). • Zona morna: é uma área demarcada após a zona quente, onde ocorrerão as atividades de descontaminação de pessoas e de equipamentos, triagem, bem como suporte ao pessoal de combate direto. Nesta área será permitida somente a permanência de profissionais especializados e devidamente trajados com equipamentos de proteção individual (EPI), os quais darão apoio às ações de controle desenvolvidas dentro da zona quente. Eventuais ações de resgate são desencadeadas também a partir desta área (Equipe de Defesa QBRN do Exército, Órgão Ambiental, técnicos da Vigilância em Saúde, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Samu). • Zona fria: área destinada para outras funções de apoio, também conhecida como zona limpa. Imediatamente estabelecida após a zona morna. É o local onde estará a logística do atendimento e evacuação, o estacionamento de viaturas e equipamentos, a área de abrigo, o descanso, a alimentação entre outros. • Zona de exclusão: nesta área permanecerão as pessoas e instituições que não possuem qualquer envolvimento direto com a ocorrência, como imprensa e comunidade.

As práticas com fontes de radiação ionizantes ampliam-se a cada dia (construção civil, radiodiagnóstico, aplicações médicas, indústria nuclear etc.), aumentando, consequentemente, a probabilidade de ocorrência de acidentes envolvendo essas fontes. Acidentes radiológicos têm uma probabilidade maior de ocorrer do que acidentes nucleares. A probabilidade destes acidentes é baixa e seu impacto, em geral, afeta um número pequeno de pessoas, contudo, o impacto nessas pessoas pode ser muito sério. Em uma emergência radiológica, o atendimento aos aspectos não radiológicos deve ter prioridade sobre os radiológicos, ex.: salvar vidas, tratamento de lesões, combate a incêndio, proteção de pessoas, do meio ambiente e de propriedades. Uma vez que os aspectos não radiológicos foram estabilizados, os passos seguintes deverão ser dirigidos para minimizar os riscos radiológicos para a população, profissionais envolvidos na resposta à emergência e na proteção ao meio ambiente. A figura a seguir apresenta as formas como a radiação ionizante pode afetar o corpo humano. É preciso identificar a forma de exposição/contaminação ocorrida para definir o tratamento médico

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada no município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, conta com duas usinas em operação – Angra 1, com potência de 640 megawatts, e Angra 2, com potência de 1.350 megawatts. Para os próximos anos, está prevista a entrada em operação de Angra 3, que terá 1.405 megawatts de potência. Afora a possibilidade de acidentes na Central Nuclear de Angra, há ainda a preocupação com atentados terroristas que possam vir a afetar a estrutura e funcionamento das usinas levando a um desastre nuclear. Em um acidente/incidente nuclear há a produção, pela chamada reação em cadeia, de cerca de 30 produtos primários resultantes da fissão do urânio 235, com meias-vidas que variam de 30 segundos (ródio 106) a 30 anos (césio 137). Em um acidente/incidente nuclear outros elementos, além do césio, são alvo de preocupação pelo potencial deletério aos seres vivos, como o iodo 131, o bário 140 e o estrôncio 90 (MARQUES, 2012). O césio liberado na atmosfera pode se depositar nas lavouras contaminando por longos períodos de tempo os vegetais nelas cultivados. O césio radiativo é potencial formador de câncer nos tecidos nervosos. Da mesma forma, as emissões de estrôncio e bário radiativos são danosas, pois contaminam as pastagens, podendo ser fonte de contaminação para rebanhos, levando à fixação destes elementos no leite produzido por esses animais, contaminando toda uma cadeia alimentar. O método clássico da descontaminação do césio 137 dá-se pelo emprego, como agente quelante, de solução do azul da Prússia (MARQUES, 2012). Fonte: CGVAM/DSAST/SVS/MS. 21 Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública por Agentes

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