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A HISTÓRIA DA INTERNET

Por:   •  13/7/2018  •  2.390 Palavras (10 Páginas)  •  356 Visualizações

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O começo

Segundo o dicionário Houaiss, internet é: “rede de computadores dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando um protocolo comum”. Ela nasceu na década de 60, devido ao conflito não armado entre Estados Unidos e a extinta União Soviética que ficou conhecido como “Guerra Fria”. Graças à iniciativa do Departamento de Defesa americano, que queria dispor de um sistema de comunicação militar entre seus diferentes centros. Uma rede que fosse capaz de resistir a uma destruição parcial provocada, por exemplo, por um ataque nuclear.

Para isso, o pesquisador Paul Baran concebeu um conjunto que teria como base um sistema descentralizado. Esse cientista é considerado um dos principais pioneiros da internet. Ele pensou em uma rede tecida como a teia de uma aranha (web em inglês), na qual dados se movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar” caso as vias estivessem obstruídas. Essa nova tecnologia, sobre a qual também se debruçaram outros grupos de pesquisadores americanos, foi batizada de packet switching (comutação de pacotes em português).

Em 1969, fruto de pesquisas realizadas pela Advanced Research Project Agency (ARPA), órgão ligado ao Departamento de Defesa americano, por uma equipe de pesquisadores liderada por J. C. R. Licklider surge a ARPAnet. Um dos sonhos de Licklider era uma rede de computadores que permitisse o trabalho cooperativo em grupos, mesmo que fossem integrados por pessoas geograficamente distantes, além de permitir o compartilhamento de recursos escassos, como por exemplo, o super-computador ILLIAC IV, em construção na Universidade de Illinois na época, com o patrocínio da própria ARPA. A primeira rede operacional de computadores à base de comutação de pacotes, tinha por objetivo interligar as bases militares e os departamentos de pesquisa do governo americano. A rede entrou no ar em dezembro de 1969, inicialmente com apenas 4 nós (SRI, UCLA, UCSB e UTAH) que eram interligados através de links de 50kbps, com linhas telefônicas dedicadas, adaptadas para o uso como link de dados.

Apesar de inicialmente criada com propósitos de testes, com o desafio de interligar quatro computadores de arquiteturas diferentes, a ARPAnet cresceu rapidamente e em 1973 já interligava 30 instituições. Para garantir a operação da rede, cada nó estava interligado a pelo menos dois outros, de forma que pudesse continuar funcionando mesmo com a interrupção de muitas dessas conexões, pois enquanto existisse pelo menos um caminho possível, os pacotes eram roteados até o destino.

[pic 1]

Figura 1 - ARPAnet

o surgimento do correio eletrônico e a mudança de protocolo

Em 1971, o engenheiro Ray Tomlinson começou a desenvolver o hoje indispensável e-mail. A ARPAnet já possuía alguns métodos de transmissão de mensagens, mas faltava um sistema simples que integrasse toda a rede.

Para tornar isso possível, Tomlinson combinou um aplicativo de troca de mensagens criado por ele, chamado SNDMSG com um protocolo de transferência de arquivos, o CYPNET, possibilitando a transmissão em rede. No início o e-mail tinha a função de enviar mensagens simples entre os usuários da ARPAnet, mais ou menos como o nosso SMS hoje em dia. Porém, conforme o sistema e a própria ARPAnet iam evoluindo, a possibilidade de mandar mensagens maiores foi aumentando e assim, o e-mail começou a ser visto como, de fato, um correio eletrônico. Foi então que com a intenção de separar nome do usuário de seu servidor foi incorporado o símbolo “@” que deve ser lida como “at”, o significado do termo “em”, ou seja, o usuário está “em” um determinado domínio.

Porém, quando na mesma época começaram a surgir outras redes conectando institutos de pesquisas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, surgiu a necessidade de estabelecer uma linguagem comum a todas. Foi então que, em 1974 Robert Kahnet e Vinton Cerf inventaram o protocolo padrão de dados usado até hoje: o TCP/IP (Transmission Control Protocol – Internet Protocol), que é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores baseada em um modelo em camadas, onde cada camada é responsável por um determinado grupo de tarefas, fornecendo um grupo de serviços bem específicos para a camada superior. A camada mais alta é a logicamente mais próxima do usuário (chamada camada de aplicação) e lida com os dados mais abstratos, confiando em protocolos de camadas mais baixas para tarefas de menor nível de abstração.

Pode-se dizer que a década de 1970 foi uma das mais importantes para o desenvolvimento e caracterização da internet que conhecemos hoje, pois além do surgimento do e-mail e do protocolo de comunicação utilizado, outras invenções são consideradas muito importantes para o mundo virtual como, por exemplo, o próprio surgimento do nome “internet”. Em meados de 1971, Vinton Cerf e sua equipe de cientistas (reconhecidos como os “pais da internet”) tentavam conectar três redes diferentes em um processo descrito em inglês como interneting. O termo foi abreviado e, aos poucos, imortalizado como sinônimo de toda a rede.

Mas nem todas as invenções que ocorreram nesse período foram benéficas para a web e seus usuários. Foi também em 1971 que Bob Thomas criou o que seria uma das maiores dores de cabeça dos usuários de computadores: o vírus. Batizado de “The Creeper”, a infecção invadia a máquina apenas para apresentar a mensagem “I’m the creeper, catch me If you can!” (“Eu sou assustador, pegue-me se for capaz!”, em tradução livre). No início da informática, não havia a pretensão de infectar ou roubar informações de usuários com esses aplicativos, mas apenas irritá-los com mensagens ou pequenas alterações no sistema. Além disso, a capacidade do criador era evidenciada quando sua criação obtia sucesso.

Outra invenção prejudicial foi o spam, o lixo eletrônico em forma de e-mails em massa ou de conteúdo duvidoso. O nome da pessoa que muitos desejam morto é Gary Thuerk. Ele era gerente de marketing da empresa Digital Equipment Corporation e queria fazer propaganda de uma nova linha de computadores da sua empresa. E como ele faria isso?

A lista de convites para a inauguração continha cerca de 600 pessoas, a maioria deles cientistas da computação. Gary teve a brilhante ideia de usar a ARPAnet para enviar todos os convites de uma vez, ao invés de escrever a cada pessoa individualmente, porém apenas 393 funcionários receberam seu e-mail, pois vários endereços ficaram de fora por falta

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