COMPARAÇÃO DE MÉTODOS CONSTRUTIVOS NO ASSENTAMENTO DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO ARGAMASSA CONVENCIONAL X ARGAMASSA POLIMÉRICA
Por: YdecRupolo • 5/5/2018 • 2.347 Palavras (10 Páginas) • 537 Visualizações
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Na década de 80, o Grupo FCC começou a desenvolver uma argamassa sem adição de cimento. A inovação trata-se de uma argamassa polimérica não-cimentícia com emprego de nanotecnologia desenvolvida para o assentamento de tijolos ou blocos em alvenarias. O material proporciona uma alternativa econômica, prática e sustentável. As empresas atuantes no ramo desse novo produto garantem vantagens em desempenho técnico, aumento de produtividade e até a redução de custos totais no m² de alvenaria assentada.
A baixa produtividade e a relativa escassez de mão-de-obra qualificada serviram de motivação para o desenvolvimento deste novo produto. Um estudo da Consultoria BCG aponta que um único trabalhador americano produz o mesmo que cinco brasileiros.
Um indutor de baixa produtividade nos canteiros de obra é a predileção das empresas por sistemas construtivos artesanais, seja por força do hábito, seja pelos custos indiretos muitas vezes mais baixos. A maioria dos produtos ainda é fabricada dentro do canteiro de obras. Isso leva a um excesso de atividades que dificulta o planejamento e a programação. Os tempos de espera são muito longos, tornando a produtividade baixa.
Além disso, a criação de um produto que não utilizasse o cimento em sua composição também impulsionou a pesquisa, devido aos altos passivos ambientais que a produção do cimento proporciona. Segundo dados do CDIAC (Carbon Dioxide Information Analysis Center), a fabricação de cada 1 kg de cimento emite entre 600 e 800 gramas de gás carbônico na atmosfera (JOHN, 2000). Estas emissões se dão devido ao processo de descarbonificação das matérias primas, assim como ao consumo de energia necessário para atingir temperaturas de até 1450ºC, necessárias ao processo de fabricação (ISAIA et al., 2007).
As principais empresas que atuam na produção de argamassa polimérica já garantem, através de testes em laboratório, medições de produtividade e desperdício, que a argamassa industrializada atende aos padrões exigidos pela norma de desempenho e acelera a produção por m², porém, ainda não se vê o sistema construtivo sendo aplicado em larga escala. Por este motivo, a realização deste trabalho.
- PROBLEMA
A utilização de argamassa polimérica no assentamento de alvenaria de vedação apresenta diferenças comparada ao método de assentamento com argamassa convencional?
- OBJETIVOS
Aqui serão mencionados os objetivos gerais e específicos do presente trabalho.
- OBJETIVO GERAL
Comparar a utilização de argamassa polimérica com a convencional no assentamento de alvenaria de vedação, considerando aspectos econômicos, de execução, de sustentabilidade e propriedades mecânicas dos produtos finais.
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Levantar as principais marcas de argamassa polimérica, cimento e cal atuantes no mercado.
Detalhar o processo de fabricação dos materiais utilizados na argamassa polimérica e convencional.
Apresentar resultados relevantes para o desenvolvimento da construção civil.
- JUSTIFICATIVAS
Neste item serão abordadas as justificativas que incentivaram este trabalho.
- TECNOLÓGICAS
Uma boa produtividade no assentamento de alvenaria em uma obra é fundamental para o andamento da construção. Muitas vezes um cronograma de obras pode dar errado por um baixo rendimento na execução das alvenarias e, a escolha do material e método executivo para executar esse serviço é fundamental para aumentar a produtividade.
Quando se utiliza uma argamassa polimérica, o ganho de produtividade é claramente superior à argamassa convencional. O custo por m² pode ser de até 30% menos comparado ao método convencional, segundo principais fabricantes do produto. Essa diferença está principalmente no custo da mão de obra. Enquanto 1 profissional é necessário para aplicar a argamassa polimérica e assentar os tijolos, são necessários pelo menos 2 profissionais para produzir, transportar e aplicar a argamassa convencional. Além da logística de transporte dos materiais até a obra como também a devida locação dos mesmos no canteiro de obra apresenta diferenças significativas em seus volumes.
Segundo cálculos fornecidos no site do Grupo FCC, massa DunDun, são necessários, em quilogramas, 20 vezes mais argamassa convencional, em relação à argamassa polimérica, considerando 100 m² de alvenaria. Isso ocasiona uma diminuição do peso da alvenaria nas vigas, por consequência nos pilares e, portanto, nas fundações, acarretando um alívio nas cargas consideradas no projeto estrutural.
- ECONÔMICAS
O Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado (INCC-M) iniciou o ano em alta ao atingir, no mês de Janeiro, variação de 0,32%, ficando acima do registrado em Dezembro passado (0,12%). Houve elevações tanto no grupo de materiais, equipamentos e serviços, que subiu de 0,23% para 0,52%, quanto no índice referente à mão de obra, que passou de 0,02% para 0,15%.
Com as constantes inflações atuais nos preços dos materiais e mão de obra da construção civil, é inegável não pensar em novas alternativas para determinados serviços nos canteiros de obras.
Segundo dados da empresa VERDE FIX, o uso da argamassa polimérica, comparada ao uso da argamassa convencional, proporciona economia de até 75% no custo final do assentamento, não gasta água nem energia elétrica, não possui desperdício de material, reduz o peso estrutural da obra e gera ganhos de produtividade superiores da 75%.
- SOCIAIS
Apresentar à sociedade um sistema construtivo inovador, ágil e ecologicamente correto, pois grande parte da sociedade desconhece o sistema, podendo gerar preconceitos.
Imaginando que todas as obras no país utilizassem o sistema de assentamento de alvenarias com a argamassa polimérica, essa atitude acarretaria em uma maior produtividade dos funcionários na obra, possibilitando que esses conseguissem obter maiores benefícios econômicos, melhorando assim suas condições sociais. Um ganho salarial maior, faz com que o funcionário tenha dinheiro para sustentar sua família, investir na educação de seus filhos, investir em uma moradia própria.
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