Uma Analise Ergonômica do Trabalho
Por: Evandro.2016 • 17/1/2018 • 2.146 Palavras (9 Páginas) • 444 Visualizações
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As medições foram feitas no setor de corte de papéis onde ficam localizadas as guilhotinas que cortam e refilam os impressos prontos ou até mesmo os papéis que serão impressos através de outro processo ao qual não vamos nos deter neste artigo.
Analise de condições físicas
Para a realização e desta analise foram entrevistados dois operadores de turnos diferentes a respeito do layout aplicado no setor.
Ambos estavam satisfeitos com o posicionamento dos equipamentos que estão dispostos em linha, ou seja, um ao lado do outro, sendo que para o corte de um livro, por exemplo, cada guilhotina desenvolve uma atividade. A primeira faz o corte da lombada, a segunda faz o corte da “cabeça” e do “pé” do livro, ou seja, parte inferior e superior do livro, e uma terceira guilhotina faz o refile caso necessário.
O ambiente interno da área produtiva apresenta boa higienização, além da ausência de umidade, o que reduz os riscos de enfermidades respiratórias, entre outras. Por se tratar de um ambiente cuja temperatura deve se manter sempre estável e sem muita variação devido a manipulação de tintas e outros agentes químicos utilizados na impressão o quesito conforto térmico foi bem avaliado pelos operadores.
[pic 3](disposição física das guilhotinas no setor de produção)
Análise do posto de trabalho
O posto de trabalho se define da seguinte forma uma guilhotina com dimensões aproximadas de 2,10 X 1,60 X 0,90 X 1,85 m (Largura x Altura total x Altura bancada de trabalho x Comprimento) que esta disposta em frente a uma mesa com dimensões aproximadas de 2,60 X 0,75 X 0,92 (Comprimento X Largura X Altura) que estão distas a 0,95 m uma da outra, ou seja, o operador trabalha neste espaço de 0,95 m onde ele faz uma rotação com o corpo de 180° para pegar o papel que está em cima da mesa e transportá-lo até a bancada da guilhotina para só então efetuar o corte através de um acionamento bi-manual posicionado um pouco abaixo da bancada de trabalho do operador e ao mesmo tempo em que o operador aciona os botões ele deve acionar um pedal que libera uma válvula hidráulica que por sua vez faz descer uma espécie de peso denominado balancim sobre a resma de papel evitando com que alguma folha se movimente durante o corte e acabe cortando fora da medida especificada pela O.P(Ordem de Produção).
[pic 4][pic 5][pic 6][pic 7]
(Imagem frontal guilhotina, podemos ver o pedal e o acionamento bi-manual sendo apontados pelas flechas)
Analise das condições posturais do trabalhador
Durante a observação dos operadores nos seus postos de trabalho percebeu-se um leve desconforto com relação à postura aplicada durante a realização das suas tarefas.
Durante a sua jornada de trabalho o operador se mantém na posição ereta com os membros superiores levemente flexionados para realizar o acionamento dos botões bi-manuais e uma das pernas fica flexionada a um ângulo aproximado de 30°em cima do pedal de acionamento do balancim que fica a uma distância de 20 cm do chão. Após posicionar o papel na marca de corte o, pedal é acionado e em seqüência se aciona os bi-manuais para então descer a navalha de corte. Vale ressaltar que já se tem registros de afastamentos do setor por lesões na coluna, pernas e ombros.
Analise do aspecto psicológico do trabalhador
Por ser um processo mais “mecânico” sem muito trabalho intelectual parece ser uma atividade pouco estressante, mas muito pelo contrário além do esforço físico o operador deve se preocupar com o risco eminente de acidentes que ocorre em máquinas como esta, há muitos casos relatados como amputação de membros e esmagamento, a maioria dos casos de acidentes são ocasionados por aspectos psicológicos do trabalhador como, por exemplo, problemas pessoais, falta de atenção, jornada de trabalho excessiva sem uma pausa para descanso, falta de treinamento e capacitação ou até mesmo por negligência e autoconfiança, além da cobrança por produtividade e qualidade no trabalho. Tendo em vista todos estes fatores citados anteriormente, a atividade acaba se tornando estressante e levando o operador ao limite do stress e do cansaço emocional.
Outro fator que é levado em consideração é o ruído causado pelos equipamentos que na sua maioria das vezes quando estão todos ligados podem chegar a mais de 85 dB (a) como mostra a imagem abaixo.
[pic 8]
(imagem Sound meter app)
O que também pode ser descrito e encontra-se em um nível tanto quanto satisfatório é a luminância obtida através da medição feita com o app, como podemos ver na imagem abaixo o nível de intensidade luminosa encontra-se dentro dos padrões estipulados pela NR 17
Analise ergonômica
Para uma analise ergonômica mais detalhada, serão descritos passo a passo o processo de corte para que assim possa se analisar e chegar a um resultado mais eficiente.
- O operador faz um movimento de rotação de 180° para pegar o papel a ser cortado.
- Após o levantamento desta resma de papel com variação de 10 a 15 kg é feito outro movimento de rotação, porém desta vez no sentido contrário, largando o papel sobre a mesa da guilhotina.
- Com a devida atenção o operador programa o corte através de um sistema computadorizado que delimita automaticamente a medida do papel.
- Após o alinhamento do papel com o esquadro da máquina o operador aciona o pedal do balancim para que o mesmo desça e “segure” o papel evitando que saia da medida especificada
- Estando seguro da posição do papel, o operador aciona os botões com ambas as mãos, fazendo descer a navalha e retirando o excesso de papel e fazendo o acabamento do impresso ou retirando o excesso de papel que não será utilizado na impressão.
- Feito o corte o operador faz o devido descarte as aparas de papel e reposiciona o papel para o próximo corte e repete a atividade anterior.
- Após todos os cortes serem feitos o operador faz o transporte da resma para o setor de impressão ou para a estufa (processo de retirada de umidade do papel)
- A rotina do operador dura em torno de 6 horas/dia
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