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Fenomeno de transporte

Por:   •  11/4/2018  •  2.580 Palavras (11 Páginas)  •  322 Visualizações

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contaminando cada vez mais. Dentro de algumas horas, as pessoas que entraram em contato com esse material começaram a sentir os primeiros sintomas da contaminação radioativa, como náuseas, vômitos, tonturas e diarreia. Porém, as pessoas continuavam manipulando o material e distribuindo-o entre parentes e amigos. Devair ainda chegou a fazer um anel para a sua esposa, Maria Gabriela, com fragmentos do Césio-137 – porém, o resultado foi que ela teve que amputar o seu braço no dia seguinte, em razão da alta intensidade de raios gama. No dia 19, o irmão de Devair, chamado Ivo, levou a substância para casa e ela foi ingerida por sua filha de 6 anos, Leide das Neves. Essa criança se tornou o símbolo desse acidente em Goiânia, pois foi considerada a maior fonte de radiação humana do mundo e, ao morrer, em virtude da contaminação, precisou ser enterrada em um caixão de chumbo erguido com um guindaste. Acreditava-se que os sintomas das pessoas eram apenas uma doença infecciosa, mas, enquanto isso, a contaminação se alastrava rapidamente. Para citar um exemplo, Odesson Ferreira, outro irmão de Devair, que era

motorista de ônibus, entrou em contato com a substância e contaminou vários passageiros. Em 29 de setembro de 1987, descobriu-se que a fonte da contaminação era o material radioativo, pois a esposa de Devair suspeitou do pó e levou a cápsula para a sede da Vigilância Sanitária. Chamaram o físico Walter Mendes e ele descobriu que se tratava de uma substância radioativa. Ele chegou a tempo de impedir que os bombeiros jogassem a cápsula dentro do rio Meia Ponte, principais fonte de abastecimento da cidade. 1.3 Fukushima, Japão 2011 Fukushima é uma das províncias localizada na região de Tohoku no Japão. O estado ficou conhecido após o acidente nuclear que liberou material radioativo, contaminando toda a região. O forte terremoto de 8,9 pontos na escala Richter, ocorrido em 11 de março de 2011, gerou um tsunami que causou muitos transtornos. Casas e edifícios foram destruídos - houve mais de 16 mil mortos. Um dos principais problemas causados pelo desastre foi a danificação da planta nuclear Daiichi, que liberou uma enorme quantidade de material radioativo na região. Com isso, houve uma série de explosões nos reatores de Fukushima, o que agravou ainda mais a situação. E os efeitos desse desastre, aparentemente, são muito mais sérios do que se pensa e do que, pelo menos para alguns, o governo japonês afirma. As explosões liberaram uma quantidade de césio - um metal radioativo muito utilizado nas indústrias de energia nuclear e altamente explosivo em contato com a água fria - 168 vezes pior do que a quantidade liberada pela bomba de Hiroshima. A exposição à radiação pode levar ao câncer da tireóide e muitos habitantes das regiões próximas ao acidente foram diagnosticados com problemas na glândula, indicando envenenamento por radiação. Um dos problemas está na venda de alimentos contaminados por radiação, tendo em vista que a principal indústria de Fukushima é a agricultura. O governo permite um limite máximo de radiação de 100 bequerels por quilograma de produto, mas agricultores afirmam que já recolheram produtos com até três mil bequerels. Cerca de 250 mil toneladas de terra contaminada estão armazenadas ao redor de Fukushima.

Durante a tsunami, o sistema de refrigeração da usina foi prejudicado e toda água que era usada nesse sistema foi contaminada com material radioativo. Aproximadamente 400 toneladas de água radioativa são retiradas por dia e armazenadas em tanques, que agora rodeiam a planta da usina, já que ninguém sabe como descartá-las. O perigo está no fato de que foram verificados vazamentos desses tanques e toneladas dessa água contaminada infiltram-se direto na terra, seguindo para o Oceano Pacífico, o que coloca Fukushima em estado de emergência. Os órgãos governamentais do Japão negam essa informação e se recusam a falar sobre o assunto, mas o que parecia ter sido um acidente nuclear menor se transformou em um dos maiores desastres da humanidade. 2. POSICIONAMENTO ATUAL DA MATRIZ ENERGÉTICA NUCLEAR NO BRASIL Posicionamento de complementaridade. Não deve existir competição entre as fontes energéticas disponíveis. Dificilmente haverá uma fonte de energia que represente solução única de forma sustentável para um país. O próprio exemplo brasileiro, cujo sistema elétrico integrado foi por muito tempo baseado essencialmente na fonte hídrica e que hoje passa por uma transformação no sentido de se tornar um sistema hidrotérmico, reforça essa tese. O caráter largamente majoritário da hidroeletricidade torna o Brasil um caso único, com uma importante vantagem competitiva em nível global. A operação do sistema, entretanto, vai depender de quanto e onde chove no país, ou seja, da natureza. Um sistema hídrico que se autorregule para enfrentar um ano seco como, por exemplo, o de 2001, necessita, no mínimo, de cinco meses de energia hídrica armazenada. No entanto, as usinas hidroelétricas que deverão entrar em operação, de agora em diante, tenderão a apresentar uma razão entre a capacidade de armazenamento de água e a produção de energia elétrica da ordem de dois meses. Grandes reservatórios na Amazônia, região onde se encontra a maior parte do potencial hidroelétrico disponível para aproveitamento, são inviáveis dos pontos de vista social e ambiental.

Portanto, a geração de eletricidade no Brasil por meio de centrais térmicas, em médio prazo, não é motivada pelo esgotamento do potencial hídrico, mas para fazer frente aos riscos hidrológicos. Nesse contexto, as usinas termoelétricas passam a ser provenientes da necessidade de regulação do sistema. A expansão da contribuição de outras fontes renováveis – eólica, solar, biomassa – deverá ser a máxima possível. Porém elas não reduzirão a necessidade da complementação térmica. Todas as fontes renováveis dependem dos ciclos da natureza e requerem complementação térmica para os períodos em que não estão plenamente disponíveis. O país está passando por um “divisor de águas”. A situação atual de virtual “monopólio” da hidroeletricidade no Sistema Integrado Nacional apresenta tendência de evolução para uma situação em que a componente hidroelétrica continuará a predominar e ter precedência. Porém, ao lado de uma importante componente termoelétrica necessária para garantir o funcionamento seguro do sistema. Nesse contexto, o Brasil tem uma situação privilegiada, pois dispõe, em seu território, de diversas alternativas de geração térmica: urânio, carvão, biomassa, gás natural e petróleo. O que determinará a contribuição relativa de cada uma para a complementação térmica serão os fatores de utilização, abundância em território nacional, segurança de abastecimento,

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