A ANÁLISE ERGONÔMICA
Por: Rodrigo.Claudino • 25/12/2018 • 3.018 Palavras (13 Páginas) • 454 Visualizações
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A ergonomia possui um caráter interdisciplinar, pois reúne e integra conhecimentos de diversas áreas cientificas e apresenta uma natureza aplicada, pelo fato de objetivar a adaptação do posto de trabalho e do ambiente às necessidades do ser humano (Dul; Weerdmeester, 2004). Tendo o objetivo de transformar o posto de trabalho, em suas diferentes dimensões, adaptando-os às características e aos limites do ser humano.
Entre diversos fatores que auxiliam nas questões de motivação de funcionários, está a ergonomia, que proporciona uma melhora na relação do homem com seu ambiente de trabalho, otimizando os processos e interferindo diretamente na qualidade e produtividade em geral. Coerentemente, a ergonomia necessita de uma abordagem holística de todo o campo, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos, como sociais, organizacionais e ambientes (Turella et al. 2011).
A ergonomia tem como alvo o estudo do homem, da máquina, do ambiente, da informação, a organização, consequências do trabalho. A ergonomia busca a segurança, satisfação e o bem estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. Dessa forma, os domínios de especialização da ergonomia são classificados em:
Ergonomia cognitiva – Analisa os processos mentais, como percepções, memória, raciocínio, resposta motora, compreensão, lógica, compatibilização de repertórios e informações, significado de mensagens, complexidade da tarefa, dentre outras tarefas que atrapalham a seleção de informações, comprometendo a autonomia na resolução de problemas e tomada de decisões.
Deste modo, trata do fato de como do processamento de informações nos âmbitos do trabalho e sua capacidade de abstração e raciocínio mediante a pressão do cotidiano. A dificuldade de percepção, absorção e retenção de informações se decorrem da carga mental, estresse, pressão psicológica, o âmbito social dentre outros fatores.
Ergonomia Operacional – Caracteriza-se por estudar a anatomia humana, antropometria, fisiologia, biomecânica com as atividades físicas. Também se relaciona com o ritmo intenso das atividades, a repetitividade e a monotonia inerente ao processo produtivo, bem como a pressão por prazos de produção e de controle (Moraes e Mont’Alvão 2003).
Uma das causas do da sobrecarga cognitiva, é a alocação insuficiente de equipe para atender a demanda, prejudicando o ritmo, forçando a implementação de pausas necessárias e afetando na qualidade do serviço.
Conforme a analise do posto de trabalho, visa tratar dos fatores ligados a sobrecarga adequando a demanda da produção de forma humanizada e produtiva, sem o comprometimento da saúde física ou mental dos colaboradores.
Ergonomia Organizacional – Está relacionado com a otimização dos sistemas sócio-técnicos, incluindo sua estrutura organizacional, politicas e processos, para que esses viabilizem a a objetividade, responsabilidade, autonomia e participação dos colaboradores envolvidos no processo produtivo.
É responsável pelo trato dos níveis gerenciais hierárquicos, da comunicação da empresa, na participação dos trabalhadores e na organização do trabalho.
- Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
Em qualquer situação em que se faz necessário uma análise do trabalho humano, é importante o uso de métodos adequados para que se consiga atingir os objetivos esperados, tendo em vista que há diversos fatores afetando o trabalho.
A análise ergonômica do trabalho (AET) visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho. Ela foi desenvolvida por pesquisadores franceses e se constitui em um exemplo de ergonomia de correção (Lida, 2005). O método AET desdobra-se em cinco etapas: análise da demanda; análise da tarefa; análise da atividade; diagnóstico; e recomendações (Guérin et al., 2001). As três primeiras constituem a fase de análise e permitem realizar o diagnóstico para formular as recomendações ergonômicas.
a) análise da demanda: consiste na descrição de um problema ou situação problemática, que justifica a necessidade de uma ação ergonômica. Pode ser solicitado pela direção da empresa; pelos trabalhadores e suas organizações sindicais;
b) análise da tarefa: trata-se de um conjunto de objetivos prescritos, que os trabalhadores devem cumprir. A AET analisa a discrepância entre a tarefa que é prescrita (descrição de cargos) e a que é executada;
c) análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador na realização de uma tarefa. A atividade é influenciada por fatores internos e externos. Os fatores internos estão relacionados ao próprio trabalhador, caracterizado pelas suas experiências, idade, sexo, motivação, sono e fadiga. Já os fatores externos referemse às condições em que a atividade é executada: i) conteúdo do trabalho (objetivos, regras e normas); ii) organização do trabalho (constituição de equipes, horários, turnos); iii) meios técnicos (máquinas, equipamentos, posto de trabalho, iluminação, ambiente térmico);
d) diagnóstico: o diagnóstico procura descobrir as causas que provocaram o problema descrito na demanda. Podendo ser vários fatores: absenteísmo (faltas ou atrasos); rotatividade (pode ser devido ao treinamento insuficiente ou elevada carga de estresse no ambiente); acidentes (pode ocorrer por falta de manutenção nas máquinas, sinalização mal interpretada, pisos molhados, entre outros); baixa qualidade: pode ser por consequências de erros de dimensionamento do posto de trabalho, ou pela sequência inadequada de tarefas;
e) recomendações ergonômicas: as recomendações ergonômicas referem-se às providências que deverão ser tomadas para resolver o problema diagnosticado. Devem-se prescrever todas as etapas necessárias para resolver o problema.
- Engenharia de Métodos
A Engenharia de Métodos, no campo dos processos produtivos de determinada atividade, tem como objetivo estudar e analisar um trabalho de maneira detalhada, obtendo como resultado o desenvolvimento de métodos práticos e mais eficientes para a execução de uma tarefa, estabelecendo assim, padrões de relação (NEGREIROS; LIMA, 2011).
Certamente são inúmeras as vantagens que a Engenharia de Métodos traz para o sistema produtivo da organização, pois seleciona os melhores métodos para a organização e distribuição do trabalho eliminando movimentos desnecessários, reduzindo o tempo na realização de uma atividade e automatizando alguns processos.
Dentro
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