Lixo Radioativo
Por: Rodrigo.Claudino • 21/4/2018 • 1.480 Palavras (6 Páginas) • 302 Visualizações
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3. ETAPAS DE PROCESSAMENTO DO URÂNIO NA ENERGIA NUCLEAR
3.1. Extração
Em seu estado natural o urânio é encontrado como formações rochosas. O mineral é extraído, moído e empilhado, após isso ele passa por um processo químico que onde é separado do minério. Todo este processo resulta em um pó amarelo chamado Yellow cake. O Yellow Cake é transportado para o Canadá onde é transformado em gás e depois encaminhado à Europa onde é enriquecido. O processo de enriquecimento consiste na separação de isótopos indesejáveis, deixando apenas o U-235, pois este é o isótopo que permite a fissão.
Após o enriquecimento ele retorna ao Brasil e é encaminhado para fábrica de Combustível nuclear (FCN) em Resende, RJ, onde são produzidas as pastilhas de 1cm de diâmetro cada e tais pastilhas são utilizadas para montar o elemento combustível.
3.2. Utilização
O combustível é colocado em reatores onde acontece o processo de fissão. A fissão é um bombardeamento de nêutrons no núcleo do átomo que faz com que ele se rompa, liberando uma grande quantidade de calor. Esse calor é aproveitado para fazer com que a água entre em ebulição chegando a uma temperatura aproximada de 320°C, este vapor faz com que as turbinas se movimentem gerando assim energia elétrica. Após isso esse vapor passa pela água fria e se condensa e o procedimento inicia-se novamente. A figura 2 mostra todo o processo descrito acima.
Devido ao processo de fissão o urânio é capaz de libera muito mais energia se comparado a outros combustíveis como petróleo, carvão e gases. Em uma comparação com o gás metano, a energia produzida por um grama do urânio é um milhão de vezes maior que a energia produzida por um grama do gás.
Funcionamento de uma Usina Nuclear
[pic 2]
Figura 2[8]
3.3. Descarte
O processo de fissão ocorre de forma encadeada, devido a isso a radiação passa a aumentar cada vez mais até chegar um momento em que é necessário substituir a célula de combustível e fazer o resfriamento da antiga até que os níveis de radiação sejam controlados novamente.
Por isso são necessários controles rígidos no manuseio para evitar acidentes como a tragédia em Chernobyl onde um dos seus reatores explodiu e liberou material radioativo no ambiente. Mais de 300 mil pessoas num raio de 30km da usina tiveram que ser evacuadas e cerca de 600 pessoas morreram logo após o incidente. Mesmo depois de 29 anos do ocorrido a região ainda permanece desabitada e contaminada, e a população ainda sofre com os efeitos da radiação passada através das gerações.
Outro problema é que durante a fissão podem ser produzidos quaisquer outros dois elementos que somados possuam a massa do urânio, isso gera uma série de outros componentes tóxicos e indesejáveis, estes recebem o nome de rejeitos radioativos, césio, selênio, iodina e plutônio são alguns exemplos.
Não existe no mundo atualmente um método eficaz para o descarte de lixo radioativo. Os métodos utilizados hoje são o armazenamento do material em tonéis que são enterrados ou submersos em grandes piscinas dentro das próprias usinas. Métodos estes muito ineficientes umas vez que podem ocorrer vazamentos e contaminação de lençóis freáticos, solo e ar. Elementos radioativos levam milhões de anos para se decaírem totalmente e são altamente nocivos à vida.
4. RISCOS À SAÚDE
Nem toda radiação é prejudicial à saúde humana, porém a radiação gerada por usinas nucleares tem a propriedade de alterar alguns elementos das células humanas. Os danos à saúde são proporcionais ao nível e tempo de exposição à radioatividade. Os rejeitos radioativos também são perigosos à vida humana, o iodo, estrôncio e césio são alguns dos poluentes os quais aumentam o risco de todos os tipos de câncer além de diminuírem a imunidade.
Uma vez absorvidos pelo organismo, elementos radioativos não podem mais serem expelidos. As principais doenças vinculadas a esta exposição são: câncer, doença cardiovascular, doenças no sistema imunológico e endócrino, má formação fetal, doenças psicológicas e distúrbios no sistema reprodutor.
Outro risco está no fato de acontecerem contaminações nos solos e nas águas por estes materiais. Uma vez em que estes elementos radioativos entram em contato com o meio ambiente eles passam a integrá-lo e se incorporam na cadeia alimentar, gerando uma bioacumulação que atinge todos os seres vivos. Em geral os efeitos da radiação são acumulativos e podem passar de geração para geração, o que faz com que uma pequena exposição possa se tornar perigosa.
5. CONCLUSÃO
Neste trabalho foram abordados aspectos físicos e químicos do urânio. Foi explicado todo o processo para sua utilização para combustível nuclear, desde de sua extração até seu descarte, sendo este o maior problema encontrado no uso deste elemento. Devido ao processo de fissão e às suas características radioativas, se não houver um processo de descarte adequado, tais rejeitos podem entrar em contato com o ser vivo e trazer grandes problemas.
Nenhum país no mundo conseguiu encontrar maneira eficiente para lidar com os rejeitos radioativos, devido a isso as usinas nucleares não são as primeiras opções para a obtenção de energia elétrica.
THE PHYSICS IN NATURAL RESOURCES – RADIOATIVE TRASH
ABSTRACT
This article brings briefly, information about the chemical element uranium and their physical and chemical characteristics. Explains the process of extraction, enrichment, use and finally the discard, and it is at this stage that companies finds the most difficult to give a correct destination to radioactive trash. Also discusses the risk of contact of Living Beings to the radiation
Keywords: Uranium. Radiation. Discard. Radioactive trash.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Claudio Ubiratan. OLHOS VENDADOS PARA O FUTURO:A Retomada das Usinas Nucleares. Disponível em: http://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/terralivre/article/viewFile/303/286> Acesso em: 8 de outubro de 2015.
SUZIN, Giovana Moraes. O Problema do Lixo Radioativo.
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