AVA - Gestão de Operações em Serviços

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Corrêa e Corrêa (2004) citam da seguinte forma:

Quanto pedir: Também citadas por alguns autores de decisões de volume de ressuprimento, visam decidir o volume dos pedidos de reabastecimento;

Quando pedir ou decisões de momento de reposição: Objetiva determinar o momento, ou em que nível de estoque, deverá ser inserido o novo pedido de reabastecimento;

Como controlar o sistema: São decisões em envolvem a forma de armazenagem dos estoques, que implantam procedimentos de controle e rotinas, e atribuem distintas prioridades de tratamento aos diferentes produtos do estoque.

Os primeiros dois tipos de decisões estão ligados com as atividades de planejamento de estoque e visam determinar os pontos de pedido dos produtos e as datas de entrada e saída dos itens do estoque, decisões que estabelecerão os gastos que o estoque terá no decorrer do tempo.

O terceiro tipo de decisão abrange as atividades de controle de estoque e visa coletar e analisar as informações retroalimentadas sobre o papel efetivo de um certo conjunto de processos ou funções. Monitorando e disparando sistematicamente ações corretivas caso ocorram negligencias significativas entre dados reais e dados de planejamento, que são constantemente alterados pelo dinamismo do sistema.

A gestão de estoque possui inter-relação e troca informações com a maioria dos setores da empresa, tais como o departamento financeiro, de produção e com as áreas de vendas e compras, buscando conciliar de melhor forma os objetivos de cada departamento. Desta forma, para o setor financeiro a minimização do estoque é sua principal meta, pois implica na diminuição no capital investido. Quanto ao setor de produção, os estoques têm um caráter de suporte para manter os processos de 26 produção em funcionamento. O setor de vendas deseja que os níveis de estoques sejam elevados para que os clientes possam ser atendidos imediatamente (SOUZA, 2007).

Como os objetivos e interesses das áreas organizacionais são bastante distintos, Dias (2008) apresenta através da Tabela 1 a seguinte análise.

Matéria- prima

(alto estoque)

DEPTO. DE COMPRAS

Desconto sobre as quantidades a serem compradas.

DEPTO. FINANCEIRO

Capital investido

Perda financeira.

Material em processo (alto estoque)

DEPTO. DE PRODUÇÃO

Nenhum risco de falta de material. Grandes lotes de fabricação.

DEPTO. FINANCEIRO

Maior risco de perdas por obsolescência. Aumento do custo de armazenagem.

Produtos acabados

(alto estoque)

DEPTO. DE VENDAS

Estratégias rápidas.

Boa imagem, melhores vendas.

DEPTO. FINANCEIRO

Capital de custo investido.

Maior capital de armazenagem.

Tabela 1 - Conflitos interdepartamentais relacionados aos estoques

Fonte: Dias (1993)

Neste sentido, a gestão de estoques deve ser operacionalizada administrando os conflitos de interesses entre os departamentos, determinando assim as quantidades de estoques a serem supridas mais próximas da realidade da empresa. Dias (2008), apresenta que o objetivo de se controlar o estoque é tornar mais eficiente a utilização dos meios internos da empresa, não tornando indispensável o investimento de capital. O autor profere ainda que o gerente de produção deve ser o responsável pelo controle do estoque, podendo assim atingir sua meta principal que é a produção.

Vendrame (2008) conclui que a gestão de estoque visa, portanto, preservar os recursos ociosos expressos pelo inventário em equilíbrio constante que estão relacionados ao ótimo nível econômico dos investimentos. Pode-se entender ainda como certa quantidade de itens conservados em constante disponibilidade e 27 restaurados, permanentemente, para que assim possam produzir lucros e serviços.

3 Definindo a Curva ABC

A Curva ABC, chamada também de princípio de Pareto, surgiu na Itália, por volta do ano de 1987. Foi criada por Vilfredo Pareto depois de constantes estudos a respeito da divisão de renda e fortuna dos cidadãos locais. Nesse estudo, Pareto notou que a renda total se centralizava, em grande número, nas mãos da minoria da população, em uma proporção aproximada de 80% e 20% respectivamente, ou seja, 20% da população comandava 80% da fortuna (POZO, 2007).

Como o passar dos anos, esse estudo, foi ampliado para outras atividades, transformando-se em uma ferramenta de gestão de grande utilidade para os administradores. É muito usada em diferentes setores que precisam tomar medidas, como por exemplo, na administração dos estoques (FERNANDES, 1984).

Esse método classifica os materiais de acordo com sua importância e custo maior. Dias (2009, p. 82) descreve que “a Curva ABC é um importante instrumento para o administrador: ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. ”

Com a ideia de acrescentar a importância da Curva ABC, Pozo (2007) destaca que “sua utilização é extremamente vantajosa, porque se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela controla mais rigidamente os itens da classe A, e mais superficialmente, os de classe C.”

De acordo com Francischini e Gurgel (2002), normalmente, as organizações conservam um elevado número de produtos em estoque, mas pequenos são classificados como sendo mais significativos e que requerem uma preocupação especial. O controle do estoque pela Curva ABC, possibilita um aprofundamento mais elevado da análise e contendo uma mínima diferença de erro.

Pareto relata que, existem três categorias e são classificados em A, B e C. Na Tabela 2, tem-se essa classificação.