O Potencial fitotóxico e inseticida de espécies do gênero Piper
Por: Kleber.Oliveira • 21/12/2018 • 5.717 Palavras (23 Páginas) • 286 Visualizações
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nas respostas com as plantas tratadas com sarmentine e diuron, o que foi atribuído em parte às semelhanças estruturais destas substâncias. Dessa forma extratos vegetais e metabólitos secundários, isolados ou associados a agrotóxicos comerciais, podem retardar o desenvolvimento de agentes patogénicos resistentes e ser uma alternativa aos agrotóxicos.
Palavra-chave: GC-MS, Crescimento de plântulas, Inibição de germinação, Mimosa pudica, Piper tuberculatum, Senna obtusifolia, Sitophilus zeamais
2.4 Relevância científica, tecnológica e inovação
A relevância científica, tecnológica e inovação deste projeto ocorre no contexto do uso de agroquímicos, embora não possa ser eliminado, a sua utilização pode ser reduzido pelo uso dos conhecimentos fitotóxicos e alelopático como ferramenta de manejo de plantas daninhas, como alternativa na produção agrícola. Algumas espécies também inibem o ataque de insetos às plantas e eles podem se tornar instrumentos eficazes no controle de insentos e de plantas daninhas. Estudos de alelopatia em sistemas terrestres têm experimentado um crescimento e com esse interesse tem aumentado a descrição dos mecanismos bioquímicos responsáveis pela estruturação das comunidades de plantas, esses conhecimentos podem ser aplicados na produção agrícola e florestal e explicar os comportamentos de organismos invasores. Aleloquímicos afeta o processo fisiológico tais como alterar as funções da membrana, metabolismo da planta, fotossíntese, respiração, floração, frutificação, semeadura e, finalmente, até causar a morte dos organismos. Bioensaios de fitotoxicidade e inseticida contribuem para a identificação de fontes botânicas e compostos como potenciais agroquímicos para o controle de plantas daninhas e insetos. No entanto, é necessário ampliar os estudos investigar por experimentação in vitro de atividades fitotóxica e inseticida nas plantações economicamente importantes e compreender os mecanismos bioquímicos envolvidos nestes processos. Há vinte anos não são lançados herbicidas com novos modos de ação, contudo, o desenvolvimento de novos agroquímicos é extremamente necessário, devido ao rápido desenvolvimento da resistência aos praguicidas comerciais e o desafio da agricultura orgânica de trabalhar com a falta de produtos naturais eficazes.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Conduzir estudo de atividades fitotóxica e inseticida de extratos e frações de espécies do gênero Piper presentes na região do Alto Munim-MA.
3.2 Objetivos Específicos
- Avaliar a atividade fitotóxica in vitro dos extratos e frações sobre a germinação de sementes e também os efeitos sobre o hipocótilo e radícula de plantas invasoras (S. obtusifolia e M. pudica);
- Avaliar a atividade inseticida in vitro dos extratos e frações sobre gorgulho de milho (S. zeamais), inseto comum em grãos de armazenamento;
- Definir concentrações letais, regressão linear simples e estatística descritiva dos extratos e frações nas ações de potencial fitotóxico e inseticida;
- Montar um banco de dados com as espécies de Piper com potencial biopraguicida para futuros estudos de formulações de inseticidas e herbicidas e, também para posterior estudo de obtenção de metabólitos secundários.
4 JUSTIFICATIVA
O Brasil reconhecidamente é uma das maiores potências agrícolas do mundo, é também o campeão mundial no uso de agrotóxicos. Esse caminho começou a ser trilhado em meados da década de 1960 quando o país aderiu à chamada Revolução Verde, processo a partir do qual uma série de novas técnicas de plantio e amplo uso de produtos químicos são introduzidos na agricultura, permitindo aumento considerável na produção, especialmente nos países em desenvolvimento (LIMA e AZEVEDO, 2013; FIGUEIREDO, 2014).
O crescente aumento no consumo de agrotóxicos, como os inseticidas e herbicidas nas lavouras brasileiras motiva o rompimento desse modelo tradicional de produção agrícola (PERES et al., 2004; PERES, 2009). Os agrotóxicos têm a capacidade de se dispersar no ambiente, pode se acumular nos organismos dos trabalhadores, trazendo diversos efeitos agudos e crônicos (ARAÚJO et al., 2013; CASSAL et al., 2014), evidenciando que os riscos não se limitam ao homem do campo, atingem os mananciais de água, o solo, o ar e os animais (MASCARENHAS e PESSOA, 2013; MENDES et al., 2014).
Biopraguicida tendem a ter baixa toxicidade para mamíferos, rápida degradação e menor seletiva para a resistência (CHUNGSAMARNYART et al., 1991). Assim, esforços são realizados para isolar, selecionar e desenvolver fitoquímicos com atividades sobre organismos-alvo e que também apresentem diferentes formas de ação (MULLA e SU, 1999; SUNDRUM, 2001).
Essas características das formulações naturais têm grande apelo comercial, pois permitem o controle dos organismos indesejáveis com baixa toxicidade e menor contaminação ambiental (DIAS e DIAS, 2007). Neste sentido, este projeto de pesquisa tem sua relevância educacional, social e econômica quando busca mudanças que permeiam a promoção de alternativas ao uso dos agroquímicos. A proposta se pauta por um projeto interdisciplinar, com ênfase em Química, Biologia, Agronomia e Zootecnia. Em termos práticos, consta das seguintes etapas, confecção de exsicatas, coleta das espécies de plantas do gênero Piper (Piperaceae), obtenções de extratos e frações e avaliação do potencial inseticida sobre gorgulho de milho (inseto de grãos armazenados) e de fitotoxicidade sobre plantas invasoras.
5 INTRODUÇÃO
As plantas necessitam defender-se continuamente do ataque de agentes biológicos e de estresses do ambiente. A imobilidade e a falta de sistema imunológico, como ocorrem em animais, fizeram com que as plantas desenvolvessem mecanismos de defesa, em que cada célula possui tanto capacidade de defesa induzida, quanto pré-formada (RIZZARDI et al., 2003; WEIR; PARK e VIVANCO, 2004; ARIMURA; SHIOJIRI e KARBAN, 2010).
Pesquisa em ecologia química, em combinação com outras ciências emergentes, está levando ao desenvolvimento de novas tecnologias, como os pesticidas à base de plantas (biopesticidas); indutores químicos para aumentar a resistência das plantas; e engenharia genética de variedades de plantas (PINTO-ZEVALLOS e ZARBIN, 2013).
Os screenings biológico e químico são complementares e possibilitam rápida detecção de atividade e isolamento de novos
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