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- Manutenção e Vistoria de Fundação em Pontes Submersas

Por:   •  29/3/2018  •  3.375 Palavras (14 Páginas)  •  447 Visualizações

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Existem muitos cuidados que devem ser tomados na execução desse tipo de obra. Uma das primeiras precauções é a análise do solo submerso, realizada através de sondagens à percussão (solos moles) ou rotativas (solos rochosos). (TÉCHNE, 2006)

As estruturas são construídas de tubos metálicos inseridos na região a ser escavada. Para a construção em regiões submersas utiliza-se a técnica do tubulão à ar comprimido, que faz com que a pressão do ar expulse a água, permitindo a remoção do material. Sua concretagem é realizada in loco, podendo ser por concreto armado ou não, dependendo das especificações técnicas do projeto. Para que o concreto seja depositado e atinja uma uniformidade em seu esboço, é comum a utilização de uma “camisa” metálica que molda o pilar a ser construída, podendo ela ser retirada depois ou não, já que essa fôrma pode servir para ajudar a manter as características da estrutura. Esses tipos de moldes são chamados de “fôrma perdida”, conforme Anexo A. (SANTOS, 2015)

3.2 Análise Dos Principais Motivos De Danos Às Estruturas Submersas

As estruturas de concreto, quando submersas, sofrem mais danos do que as estruturas expostas a outros meios. Dentre eles:

- Degradação: a desagregação do concreto é uma patologia caracterizada sempre quando ocorre a desintegração do concreto, quando o mesmo está em meios onde há a presença de sulfatos, que é o caso da água do mar. (AGUIAR, s.d.)

[pic 1]

Figura 1 – Desagregação do Concreto

Fonte - MEDEIROS, 2010

- Eflorescência: Causada pelo processo de lixiviação, também é uma das patologias do concreto exposto à água. Ela se caracteriza pela formação de depósitos salinos na superfície do concreto. A eflorescência por si só não representa risco para a estrutura, só altera sua aparência. Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação profunda. Quimicamente, a eflorescência é constituída principalmente de sais metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-terrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou parcialmente solúveis em água). Pela ação da água, estes sais são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na formação de depósitos salinos. (STORTE, s.d.)

[pic 2]

Figura 2 – Eflorescência do concreto

Fonte - STORTE, s.d.

- Lixiviação: A lixiviação é um processo patológico que ocorre nas estruturas devido à infiltração de água, removendo os sólidos do concreto e reduzindo a resistência mecânica do material, abrindo, assim, caminho para a entrada de gases e água. Uma vez no concreto, a água entra em contato com o aço presente na estrutura e o corrói, causando a baixa na resistência mecânica daquela peça, colocando em risco toda a estrutura. Através dela, dá-se a eflorescência. (THOMAZ, 1989)

[pic 3]

Figura 4 – Lixiviação em uma estrutura de concreto

Fonte - HERING, s.d.

3.3 Processos de Vistorias e Inspeções

O objetivo de uma vistoria é o de identificar a necessidade de manutenção estrutural, estabelecer a reabilitação ou a substituição da estrutura, bem como fornecer guias e metodologias para que os engenheiros tomem decisões racionais quanto à manutenção ou reabilitação da ponte e de outras estruturas rodoviárias. (PAIVA, s.d.)

[pic 4]

Figura 5 – Armadura exposta e oxidada em travessas entre tubulões

Fonte - SIQUEIRA, s.d.

Para essas vistorias existe a NBR 9452/1986. Esta norma fixa as condições exigíveis na realização de vistorias em pontes, de acordo com o Anexo B. Esta NBR determina três tipos de vistoria:

- Vistoria Cadastral: É a primeira inspeção realizada na ponte, logo após sua construção. Trata-se de uma inspeção com muitos documentos, que servirá de referência para as próximas. Sempre que houver importantes modificações na configuração estrutural da ponte, deverá ser realizada uma nova inspeção cadastral.

- Vistoria Rotineira: São inspeções periódicas, habitualmente realizadas a cada dois anos e serve para verificar visualmente a evolução de falhas detectadas na inspeção anterior. As inspeções rotineiras registram defeitos visualizados no exterior das estruturas.

- Vistoria Especial: São inspeções realizadas em intervalos não superiores a cinco anos e comandadas por inspetor sênior; este tipo de vistoria requer a utilização de instrumentos de precisão e também lunetas, andaimes e veículos especiais dotados de lanças ou gôndolas. (NORMA DNIT 010/2014)

[pic 5]

Figura 6 – Vistoria submersa do eixo 77 da ponte Rio-Niterói, para averiguação do estado da camisa metálico do tubulão.

Fonte - SIQUEIRA, s.d.

Porém, no entendimento de Carlos Henrique Siqueira, secretário da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE), a NBR 9452/1986, da ABNT, na forma atual, não atende a plenitude que se deseja para uma vistoria satisfatória, visto que não aborda itens capitais constantes das pontes e viadutos e, por isso, restringe e empobrece a inspeção. (MILANI, 2010)

A Norma DNIT 010/2004 acrescenta, além das três inspeções citadas, duas inspeções: a extraordinária e a intermediária:

- Inspeção Extraordinária: É um tipo de inspeção não programada, solicitada para avaliar um dano estrutural excepcional, causado pelo homem ou pela natureza.

- Inspeção Intermediária: É recomendada para monitorar uma deficiência suspeitada ou já detectada, tal como um pequeno recalque da fundação, o estado de um determinado elemento estrutural, etc.

Segundo a norma do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte –, 010/2014, a inspeção de uma ponte deve ser conduzida de forma sistemática e organizada, de modo a garantir que todo o elemento estrutural seja inspecionado. Um documento fotográfico com, no mínimo, seis fotos deve ser elaborado a fim de salientar toda e qualquer deformidade encontrada na estrutura. Havendo

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