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Indentificação de sistemas produtivos

Por:   •  26/10/2018  •  3.317 Palavras (14 Páginas)  •  309 Visualizações

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Foi feito ainda, observações nos agroecossistemas presentes para distinção de cada um, e o estudo das atividades extrativistas realizadas no estabelecimento, realizadas através de conceitos predefinidos anteriormente em sala de aula e auxilio do conhecimento empírico do agricultor.

As informações obtidas foram estudadas e discutidas, formando um conjunto de dados interpretados mediante literatura especializada. Foi também utilizado dados advindo do INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria e IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Trajetória do estabelecimento agrícola: Segundo a agricultora, no estabelecimento agrícola familiar estudado, antes de realizar a compra do mesmo, o estabelecimento pertencia a outro grupo familiar que morava no local. As poucas informações que a agricultora tem antes de comprar o estabelecimento são que os antigos donos tinham plantio de espécies anuais, como o arroz e o feijão e que já havia a Floresta Primária que estava em estado de conservação com grande quantidade de espécies madeireiras lenhosas.

Por existir o agroecossistema de floresta primária, onde segundo a agricultora, havia presente diversas castanheiras (Bertholletia excelsa) e algumas plantas de açaí (Euterpe oleracea) é possível considerar que havia o extrativismo dos frutos de tais árvores. A exploração dos produtos florestais não-madeiráveis (PFNM) tem se apresentado como capaz de prover mudanças significativas na vida de algumas comunidades (STOIAN, 2004). O termo “produto florestal não madeirável” (PFNM) é um termo genérico que se refere a diferentes produtos vegetais e animais que se obtém de ambientes florestais, incluindo frutas, fibras, sementes, plantas medicinais e aromáticas, materiais para artesanato, entre outros (WONG et al., 2001).

Há ainda a possibilidade de extrativismo de animais, pois segundo relatado pela Senhora Nádia quando chegou ao lote, era facilmente encontrado grande quantidade de animais silvestres aos quais poderia servir de alimento através da caça, que é uma forma de extrativismo.

No agroecossistema floresta primária, havia presença de diversas árvores florestais madeireiras de grande porte que poderiam ser retirada para a utilização da madeira. Dessa forma pode-se concluir que os antigos moradores do estabelecimento não realizam a prática do extrativismo madeireiro, pois a floresta foi encontrada em bom estado de conservação sem indícios de grande perturbações realizada pelo homem, como derruba ou queima.

Antes da chegada ao estabelecimento 14 do assentamento, a moradora residia com o pai no Assentamento Gameleira na cidade de São Geraldo do Araguaia/PA, o estabelecimento foi adquirido em 2006 após o casamento da agricultora, a primeira filha nasceu no ano de 2005 antes de mudar-se para o Projeto de Assentamento Veneza, os outros dois filhos nasceram quando a agricultora já residia no estabelecimento agrícola. No ano de 2012 o seu esposo veio a falecer, desde então a agricultora recebe auxílio de seu irmão, que mora no lote ao lado, para a execução das atividades que requerem maior esforço físico, a familia e composta pela agricultura senhora: Nádia Gomes da Silva e filhos; Kaline da Silva Paz, Kauan da Silva Paz e Kaio da Silva Paz. Nos anos seguintes a compra do estabelecimento foram colhidos as espécies que já haviam no local, plantados novas espécies anuais, iniciado a criação de animais e realizado o extrativismo madeireiro. As principais atividade no estabelecimento realizada desde a compra do estabelecimento até os tempo atuais estão listadas no seguinte fluxo temporal: No ano de 2006 a família adquiriu estabelecimento agrícola familiar; Colheu arroz e feijão já plantado no local; Início da atividade de extrativismo madeireiro; Início da criação de animais. Nos anos de 2007 a 2008 Plantio de anuais como: feijão, milho, mandioca para consumo familiar e venda, em 2010 ouve a participação do programa de crédito PRONAF A, de 2011 a 2012 Investimento no estabelecimento com a verba adquirida do PRONAF A, em 2013 Falecimento do esposo da agricultora e paralização das principais atividades exercidas no estabelecimento e de 2014 a 2016 Venda de polpa de frutas para renda familiar .

É possível realizar a divisão de tempo do estabelecimento em dois períodos, de 2006 a 2012 quando o esposo da agricultora estava vivo e realizava diversas atividade no estabelecimento, como plantio de arroz, milho e extrativismo madeireiro. E o período de 2013 a 2016 quando houve a paralização de grande parte das atividades realizadas no estabelecimento por falta de mão de obra e retorno após algum tempo de atividades que requem um menor esforço físico.

A agricultora afirma que apesar de ter paralisado grande parte das atividades que realizava no lote, a mesma tem vontade de retoma-las para aumentar a renda da família através da venda dos produtos resultantes de plantios.

Estudo do quintal agroflorestal: Miranda et. Al (2013) define, quintal agroflorestal, também chamado de sítio ou pomar, consiste na diversidade de espécies vegetais ao redor da residência e que envolve também a criação de pequenos animais. Para Lunz (2007) quintal agroflorestal, também chamado de horto caseiro ou pomar caseiro, consiste na associação de espécies florestais, agrícolas, ornamentais e animais, ao redor da residência, com o objetivo de fornecer várias formas de bens e serviços. Desse modo, pode-se considerar quintal agroflorestal como a vegetação arbórea que rodeia a residência, assim como as espécies animais que se encontram presentes, estando ou não em um estabelecimento agrícola.

A implantação de quintais agroflorestais em unidades de produção familiar torna-se importante pelo fato de cultivar várias espécies com múltiplos usos em um determinado espaço (Maneschy et al., 2000), as plantas presentes podem servir para a complementação de alimentos assim como podem contribuir para geração de renda, pela comercialização da produção das árvores ou vendas de espécies madeireiras, entre outros recursos necessários à subsistência do agricultor.

De acordo com a agricultora, as espécies vegetais que estão localizadas no quintal agroflorestal ajudam no alimento da família, principalmente as frutíferas, São compostos por uma variedade de espécies, proporcionando uma dieta diversificada que contribui na qualidade de vida das famílias, ao fornecerem vitaminas, sais minerais para a manutenção ou melhoramento nutricional do organismo e também por ter alimentos produzidos sem uso de insumos químicos (BRITO et al., 2000). No estabelecimento agrícola

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