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Uma Vivência no Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e outras Drogas – CAPS-AD

Por:   •  19/12/2018  •  2.584 Palavras (11 Páginas)  •  357 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A relevância da abordagem psicossocial centrada no contexto da Saúde Mental abrange conexões das esferas sociais e psíquicas, desta forma configurando o indivíduo em suas vastas dimensões tendendo o desenvolvimento de suas competências.

A ação clínica, em um entendimento psicossocial se tenta compreender a complexidade do ser humano em suas maneiras de troca e no desenvolvimento de ligações firmadas nas experiências estabelecidas. A legitimação desse método demanda a consideração do permanente intercâmbio das áreas social e psíquica na construção da subjetividade. De acordo com tal concepção, entende-se o mundo objetivo não como motivo de influência para atestar a subjetividade, mas como congruente a sua construção. Dessa maneira, acredita-se, o ser humano como sendo ininterruptamente afetado pelas histórias que o firmam como sujeito no mundo, histórias que transpassam suas ações e relações, causando modos de subjetivação e de sofrimentos.

Conforme Safra (2004, p.25)

o ser humano é a singularização de toda história da humanidade. Cada pessoa é única e múltipla, pois, ao mesmo tempo em que se individualiza, o faz presentificando seus ancestrais e aqueles com quem compartilha a sua existência.

A Reforma Psiquiátrica, a qual teve sua origem na década de 80, vem garantindo práticas de intervenção e ações voltadas para a saúde mental. Tendo a mesma como ênfase a desinstitucionalização que tende a composição da rede de saúde mental e atenção primária a saúde. Conquanto, o valor da organização da rede de atenção em saúde mental, que na mesma proporção que promove a autonomia dos usuários em saúde mental, por conseguinte, os incluem na sua subjetividade e no serviço de sua cidadania.

A atividade do psicólogo no serviço da saúde mental pretende além da erradicação da opressão e da marginalização do indivíduo, integrá-lo em serviços assistenciais de promoção e manutenção da saúde, bem como a prevenção, identificação e diagnóstico de doenças com o suporte de uma equipe multiprofissional habilitada dentro do regulamento do Código de Ética Profissional.

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2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

2.1 Histórico do CAPS-AD

O Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas, em São Luís/MA, teve início em dezembro de 2008, situado num contexto estadual coordenado pelo Sistema Interinstitucional de Ação Antidrogas - SIAD, criado pelo Dr. Rui Palhano, sendo que este sistema, criado há mais de 10 anos, teve o intuito de criar quatro ambulatórios em quatro distritos distintos com o apoio de uma equipe multidisciplinar: psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, dentre outros. O primeiro funcionou no SESC, o segundo no Hospital Presidente Vargas, o terceiro no antigo bairro “Pan Diamante” e o último no Hospital Universitário.

O funcionamento do SIAD, na época, atuava juntamente sob o governo da Secretaria do Estado da Saúde e a Secretaria Extraordinária dos Direitos Humanos e o PRESUD – Programa de Reinserção do Usuário de Drogas. Esse programa era associado aos ambulatórios do SIAD, em que o usuário recebia atendimento pela equipe e, caso precisasse de um atendimento de internação, seria encaminhado à Clínica do Dr. Rui Palhano.

Com a alternância de Governo e a extinção da Secretaria Extraordinária dos Direitos Humanos, houve a necessidade de implementar o CAPS-AD em São Luís. Então, com o auxílio de um subprojeto da Sousândrade, nos quatro primeiros meses de criação, e com a manutenção da Rede de Saúde, vincularam-se todos os serviços de saúde pela Secretaria do Estado da Saúde, favorecendo uma maior descentralização e autonomia nas gestões, fazendo com que operassem apenas por solicitações e autenticações de notas e ampliação dos serviços laboratoriais e atendimentos clínicos.

Em seguida, foi implementada a Unidade de Acolhimento Transitório, atualmente denominada Unidade de Atendimento - UA, situada no bairro da Cohab, de acordo com as ordenações de políticas de saúde mental que visam o acolhimento individual noturno aos fins de semana, sendo que durante o dia, os usuários recebem atendimento no Centro de Atenção Psicossocial AD e a posterior criação de projetos articulados com o CAPS.

Um dos projetos desenvolvidos, com o apoio da Polícia Civil, ficou conhecido como “CAPS: Operações Resgates”, que tinha como objetivo resgatar pessoas em situações de risco nas regiões periféricas de São Luís, uma vez que o serviço oferecido não se dava de maneira obrigatória e/ou coercitiva, a fim de encaminhá-las ao tratamento. Existem também os albergues e os Centros de População de Rua, política da assistência social, que exerce parceria como CAPS, a fim de abrigar os usuários que estão, temporariamente, desalojados ou deslocados do seu meio social e/ou familiar no turno noturno.

Ainda em termos de parcerias, a Fazenda Esperança, nas cidades de Caxias, Coroatá e Balsas, é tida como uma comunidade terapêutica, com fins de ressocialização e reabilitação do indivíduo, sendo que os usuários deverão atender a um perfil para que possam receber tratamento na comunidade terapêutica. São considerados alguns parâmetros no fornecimento da reabilitação pela comunidade, tais como aqueles que não possuam transtornos mentais ou aqueles que não se adaptarem à nenhuma das alternativas de tratamento em saúde mental como o CAPS-AD, Unidades de Acolhimento, internação ou os que vivem em situações familiares conflitantes, receberão tratamento por doze meses.

A falta da Rede de Saúde Mental ligada à atenção básica resulta numa carência de descentralização dos serviços prestados ao CAPS-AD.

A realização de uma Assembleia reúne os usuários e a equipe multidisciplinar a fim de avaliar as principais demandas dentro da Instituição para possíveis ajustamentos e aprimoramentos dos serviços oferecidos.

Em relação ao trabalho dos psicólogos no CAPS-AD, ocorre o acompanhamento das ações pelos médicos psiquiátricos em dois momentos, no qual, o primeiro é realizado por meio de grupos específicos, com acompanhamento de um psiquiatra para cada grupo, com reuniões de até uma vez por semana. Já o segundo é realizado por meio dos

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