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Trabalho Bioética em Saúde

Por:   •  2/11/2017  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  386 Visualizações

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Assim como a citação de Kierkegaard, o dilema não se resume em escolher o bem ou o mal. Ele designa a escolha pela qual se exclui ou se escolhe o bem o mal. Ou seja, independente da escolha, críticas e julgamentos devem ser deixados a parte, pois muitas vezes “ o que se faz por amor vai além do caráter bem ou mal”.

.Como Kant dizia, é preciso utilizar a filosofia transcedental para olhar para o homem visando a liberdade, tendo em vista que o dever obriga moralmente a consciencia livre, e a vontade verdadeiramente boa, justificando as atitudes e o modo de pensar, por mais que para fazer o bem tenhamos que passar pelo caminho do que é considerado mal.

O conceito acima consegue, de uma maneira simples, explicar o consentimento familiar na escolha de Nicklinson de resumir seu sofrimento usando-se da eutanasia. E, atraves do imperativo categorico de Kant, podemos dizer que sua ética individualista e unica foi encorporada, ingerida, pelos membros familiares, tornando-se, assim, parte do fundamento ético deles tambem.

Usando o direito de Tony de recorrer a eutanasia podemos chegar em um dilema ético por parte do medico que possivelmente realizará o procedimento.

Porem, antes de entrarmos nessa discussão, seria apropriado uma breve apresentação sobre o juramento de Hipócrates, feito pelo corpo medico em sua formação. Podemos dizer que o juramento é, basicamente, uma declaraçao solene onde diz que a vida é um dom sagrado, sobre o qual o medico nao pode ser juiz, nao podendo decidir sobre a hora de sua morte. Sendo assim o medico deve conservar o paciente em estado vital ate que “sua hora chegue”.

Partindo deste juramento, qualquer medico que tire a vide de um paciente, esteja ele em estado terminal ou nao, estara indo estritamente contra o fundamento etico de sua profissao, podendo inclusive ser acusado de homicidio devido ao fato de que essa prática é ilegal em muitos países.

Mas perante situações extremas, escolhas extremas sao necessarias, como foi o caso de um medico intensivista de Sao Paulo que recebera um paciente baleado e, devido a UTI estar sem espaço disponivel para mais pacientes, se sentiu no dever de diminuir o nivel do aparelho que mantinha um outro paciente em estado terminal vivo, sacrificando-o para atender o jovem baleado.

Questoes como as de Nicklinson e do caso acima nos fazem, muitas vezes, perguntar coisas como “o que devemos fazer quando nos deparamos com quadros assim ?”, “qual rigor se segue para as tomadas de decisao ?”, questoes estas que nao possuem resposta dada e muito menos um manual para saber, passo a passo, o que se deve fazer.

Algo proximo de uma resposta para tais indagaçoes seria o senso comum entre os medicos que acreditam que essas praticas servem para acabar com o sofrimento, nao apenas do paciente, mas também das pessoas envolvidas, como familiares e amigos, proporcionando um fim com maior conforto, sendo a eutanasia uma pratica indolor. Mas mesmo assim ela continua sendo um ponto de discussão infindavel no qual envolve fortemente o corpo estatal, medico e familiar.

Assim, se trouxermos as tranformações historico-sociais para dentro do contexto, podemos dizer que uma reformulação nos conceitos, regras e leis judiciais que regem a comunidade - uma vez que a ética esta sujeita a mudanças e adaptações de acordo com a época e sociedade em questao - é necessaria. Baseado-se novamente em Kant temos subsidio para dizer que, como o dever esta no centro da ética, é dever do estado fazer tais alterações, promovento o bem e a igualdade entre os homens.

Entao podemos fatalmente dizer que o conjunto penal dos países que nao adotam a eutanasia como pratica legal, desde que supervisionada por profissionais, é, de certa forma, problematica, pois inibe os cidadãos aparentemente livres de tomarem partido sobre suas proprias vidas. Porem ao mesmo tempo que isso se da dessa forma, podemos ainda dizer que com a legalidade da eutanasia o leque de crimes dentro da corporação medica aumentaria, sendo necessario um planejamento cada vez maior por parte do corpo governamental para administrar as causas da sociedade.

Enfim finalizamos dizendo que nem o medico, nem a familia, nem mesmo o paciente em questao podem ser tomados como parte de uma grande massa na qual as crenças e conceitos éticos individuais nao podem ser valorizadas. Mas, por outro lado, dar a cada um o direito de resolver suas situações de uma forma individualizada nao nos levaria à Anarquia ?

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Conclusão

Entao devemos concordar com Nicklinson quando diz que nao podemos deixar que a medicina seja regida por regras e praticas éticas de seculos passados, ou temos que, pelo bem da concervação cultural e fundamental da ética manter o status ilegal de tal pratica ?

O pedido do Tony deve ser abordado como um fato “isolado” pela justiça, ou seja, de forma que se analise apenas seu caso como sendo especial, ou então, deve-se aproveitar o momento para estudar todos os casos como o dele e realmente alterar as leis para que todos tenham direito de optar pela morte, quando se tratando de um caso desses?

Deve a justiça levar em consideração apenas o seu pedido ou também tem que ser relevante a opinião dos familiares e amigos, a final sua morte terá reflexo na vida de todos que são próximos e na sociedade como um todo?

Não cabe

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