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O CORPO E O SINTOMA HISTÉRICO

Por:   •  20/12/2018  •  1.178 Palavras (5 Páginas)  •  293 Visualizações

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Freud coloca que o recalque é mecanismo fundamental tanto na histeria de conversão como na histeria de angústia. Em ambos, o primeiro momento é o mesmo: nele se separa a representação do afeto, e a representação se desaloja da consciência. Na histeria de conversão, o afeto transforma-se em expressão no corpo, e, na histeria de angustia, transforma-se em angústia.

Freud identifica como conversão quando na histeria, a representação incompatível é tornada inofensiva pela transformação de sua soma de excitação em alguma coisa somática. Acrescenta que

As considerações precedentes indicam que a hipocondria expressa uma falta de simbolização (falta a palavra para designar aquilo que, do corpo, escapa à língua) e uma falta de sexualização (o sofrimento hipocondríaco está ligado ao corpo real), demonstra com suas queixas que encontra em seu corpo um impossível de simbolizar e de sexualização, ao passo que a conversão histérica manifesta um excesso de simbolização e um excesso de sexualização (os órgãos ou partes do corpo anexados pelo sintoma são conduzidos a desempenhar um papel de zona erógena para o qual não foram destinados) (ANDRE, 1986).

Segundo Serge André (1986) o hipocondríaco se agarra firmemente à existência desse ponto do corpo não-simbolizável, ao passo que a histérica não cessa de fugir a ele entregando-se a uma simbolização desenfreada. A problemática hipocondríaca se deixa, pois, situar na intersecção dos registros do real e do simbólico, enquanto a conversão histérica se localiza entre o simbólico e o imaginário (na imagem corporal). O hipocondríaco se fixa naquilo que, ao nível do real do corpo, detém o poder simbólico; enquanto à histérica se empenha em negar que tal ponto de parada possa existir: ela não se fixa, mas se desloca, jogando com uma extrema plasticidade corporal. Disso resulta, em cada caso, uma relação no mínimo curiosa com o médico, e mais precisamente, com o saber médico.

Breuer e Freud (1893-95) expõem o seguinte questionamento: O que é que aqui se transforma em dor física? Uma resposta cautelosa seria: algo que talvez se tivesse transformado e que deveria ter-se transformado em dor mental. Se nos aventurarmos um pouco mais e tentarmos representar o mecanismo representativo numa espécie de quadro algébrico, poderemos atribuir certa carga de afeto ao complexo representativo dos sentimentos eróticos que permaneceram inconscientes e dizer que essa quantidade (a carga afetiva) é o que foi convertido

Breuer e Freud (1893-95) respondem que a dor somática não foi criada pela neurose, mas, apenas usada, aumentada e mantida por ela. A doença orgânica sempre esteve presente, no início, uma dor autêntica; assim, as dores humanas mais comuns e difundidas são escolhidas, com freqüência, para desempenhar o papel na histeria.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALONSO, Silvia Leonor, FUKS, Mario Pablo. (2005). Histeria. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2015.

ANDRÉ, Serge, tradução ESTRADA, Dulce Duque. (1986). O que quer uma mulher? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.

CAPÍTULO 2 da Edição Standart Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud – VOLUME II – Estudos sobre Histeria (1893-1895).

CAPÍTULO 5 da Edição Standart Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud – VOLUME III – Primeiras Publicações Psicanalíticas (1893-1899).

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