INTERVENÇÃO EM UM CAPS II: ALONGAMENTO, MASSAGEM E ATIVIDADE ESPORTIVA, MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA

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A partir deste contexto surge, em 1989, o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Prof. Luis da Rocha Cerqueira em São Paulo, a intervenção na Casa de Saúde Anchieta em Santos e criação de uma rede de serviços substitutivos ao manicômio. A partir da criação dos CAPS e NAPS, o Ministério da Saúde regulamenta a implantação e financiamento de novos serviços desse tipo, tomando-os como modelos para todo o país (Amarante, 2001).

Após vários movimentos e grandes contribuições, o governo federal sancionou a Lei Federal 10.216, que dispõe sobre os direitos das pessoas com transtornos mentais e privilegia o tratamento em serviços territoriais, de base comunitária. (Brasil, 2001). Esse processo impulsionou a reforma psiquiátrica, através de linhas de financiamentos para a atenção em saúde mental, multiplicando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil, criando o programa de volta para casa, com o objetivo de trazer de volta pacientes de longa internação, ao convívio familiar e para aqueles que não têm família os Serviços Residenciais Terapêuticos, (Brasil, 2005).

Os CAPS assumem papel de direcionar localmente as políticas e programas de saúde mental com projetos terapêuticos e comunitários, controle sobre a distribuição de medicamentos, encaminhamentos, auxílio aos agentes comunitários de saúde e equipes de saúde da família. A proposta do CAPS é atender a pacientes neuróticos e psicóticos graves, de forma mais humanizada, considerando suas particularidades e necessidades específicas, visando a não internação em hospitais psiquiátricos, como serviço substitutivo, além da integração na sociedade. Para isso os CAPS visam: prestar atendimento em regime de atenção diária, gerenciar projetos terapêuticos, oferecendo cuidados clínicos eficiente e personalizado; promover a inserção social dos usuários através de ações inter-setoriais que envolvem educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas (Brasil, 2004).

Os CAPS se classificam em, CAPS I, CAPS II, e CAPS III, de acordo com o número de habitantes de uma cidade, há também, outras duas classificações específicas; CAPS i: que atende crianças e adolescentes e CAPS ad: que atende usuários de álcool e drogas (Ministério da Saúde, 2004).

Buscando conhecer em parte os processos descritos e propostos pelo CAPS, realizou-se um estágio supervisionado em Psicologia Comunitária, dentro do CAPS II de Itatiba. O trabalho ocorreu entre os meses de Setembro a Novembro de 20, com visitas semanais na instituição em dias e horários determinados, com o consentimento do coordenador de saúde mental e da Secretaria de Saúde do município.

O presente trabalho teve como objetivo promover a qualidade de vida, o bem estar e a interação social entre os pacientes.

MÉTODO

Participaram da observação, pacientes que estão em tratamento por conta da dependência de substâncias psicoativas, em regime intensivo no CAPS AD, localizado no interior do Estado de São Paulo, sendo do gênero feminino e masculino, com idade variando entre 18 e 70 anos; equipe multidisciplinar, formada por três psicólogos, dois psiquiatras, uma enfermeira, uma educadora física e uma T.O, além dos funcionários, cozinheiras, recepcionista e voluntários.

O instrumento utilizado foi à Observação Participante, também foi utilizado um formulário elaborado para confecção do registro da observação, contendo identificação geral com o nome dos observadores estagiários, data e horário da observação, descrição da situação, relato sobre o ambiente físico, descrição dos pacientes observados, relato do ambiente social, registro dos comportamentos e situações ambientais, localização dos sujeitos, posição e postura dos pacientes e profissionais da saúde, eventos comportamentais e ambientais, ações/atuações dos pacientes e observação de outros múltiplos fatores que compõem o processo do fenômeno humano, o qual apresenta uma grande subjetividade.

A técnica da observação é uma das formas mais utilizadas pelas pessoas para conhecer e compreender os indivíduos, as situações e os acontecimentos, com isso, o ato de observar o fenômeno estudado que se adquire uma idéia real do que realmente acontece com o ser humano e ambiente que está inserido. Observar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto para obter um conhecimento claro e preciso (Barros, 1994).

A observação torna-se uma técnica científica a partir do momento em que passa por sistematização, planejamento e controle da objetividade. O pesquisador não está simplesmente olhando o que está acontecendo, mas observando com um olho treinado em busca de certos acontecimentos específicos. A observação ajuda muito o pesquisador e sua maior vantagem está relacionada com a possibilidade de se obter a informação na ocorrência espontânea do fato. Não se trata apenas de ver, mas de examinar. Não se trata somente de entender, mas de auscultar (Rudio, 1986).

Não se pode observar, no entanto, tudo ao mesmo tempo, nem mesmo podem ser observadas muitas coisas ao mesmo tempo. Por isso uma das condições fundamentais de se observar adequadamente é limitar e definir com precisão os objetivos que se deseja alcançar. Isto assume tal importância na ciência, que se torna uma das condições imprescindíveis para garantir a validade da observação (Mazzotti, 1998).

Durante a observação foram realizadas vinte e quatro horas de estágio que se deu ao longo de um semestre. Independente do dia da semana, os grupos eram compostos em sua maioria por homens, bastante diversificado em relação à idade, pois estavam presentes pacientes de 18 anos até senhores de aproximadamente 70 anos; atualmente sem ocupação, por conta da problemática da dependência química, porém muitos deles, com profissão estagnada em decorrência do uso abusivo de substâncias psicoativas e de suas consequências.

Diante dos relatos espontâneos dos pacientes, sua maioria eram usuários de álcool, predominando pacientes que nunca fizeram tratamentos anteriores, para deixar o uso abusivo do álcool e outras drogas.

Observamos ainda, que a família exerce grande influência para que o paciente procure tratamento, porém existe uma grande rotatividade, uma exacerbada resistência em aderir o tratamento a as propostas sugeridas.

RESULTADO

O CAPS ad funciona das 07h00 às 17h00, de segunda a sexta-feira, com equipe multidisciplinar. Durante o tratamento são desenvolvidas atividades