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Analise do texto A Inserção Institucional do Psicólogo em equipe interdisciplinar: calar ou deixar falar a especificidade?

Por:   •  3/5/2018  •  2.147 Palavras (9 Páginas)  •  417 Visualizações

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da estereotipia e burocratização; transversalmente dos quais o grupo mantém sua existência, mesmo que à custa de seus objetivos iniciais.

II – a) Conceitos que evidenciam a presença de Análise Institucional. Segundo L’Abbate, podemos dizer que a Análise Institucional tem por finalidade compreender a realidade social a partir das ações e discursos de seus sujeitos; ainda segundo Larrat, Baremblitt (98) na teoria de Lapassade cita que uma instituição é um sistema lógico de definições de uma realidade social e de comportamentos humanos nas quais classifica e divide, atribuindo valores e decisões algumas são prescritas e outras proscritas, assim podem ser formalizadas em leis ou normas, escritas ou ditas, assim transformadas em hábitos em leis ou normas implícitas formando lógicas implícitas ou explícitas se concretizando materialmente ou corporificando dando amplitude podendo ser organizações, estabelecimentos, agentes e práticas.

Neste trabalho, o conceito citado segundo Larrat é que “o processo de conscientização tem fundamentação nas bases teóricas das diferentes correntes que compõem o Movimento Institucionalista, incluindo a Análise Institucional de Lourau e Lapassade e a Esquizoanálise de Deleuze e Guattari”. Para Baremblitt (1998), estas diferentes escolas têm em comum o fato de se apoiarem em uma proposta de “deflagrar nas comunidades, nos coletivos, nos conjuntos de pessoas, processos de autoanálise e autogestão”. O que Larrat busca através deste trabalho é ressaltar apenas que a participação do psicólogo em equipe interdisciplinar pode colaborar para a deflagração de um processo analítico grupal.

A Análise feita por Larrat considerando os analisadores informais, a burocratização e os meios de defesa ao movimento instituinte que acabam por tomar como sentido principal do grupo a sua própria existência, ainda que se perca de vista seus objetivos fundadores; na fala estes analisadores informais (esvaziamento, presença burocrática e reclamações) pode ser considerada a “análise de papéis”; quando tomam a via da informalidade diante da repressão social expressam a falta de sentido que para eles, ou para todo o grupo, se os pensarmos pelo papel de porta vozes, que possa estar representando a existência da reunião onde estão presentes.

Partindo da desburocratização necessária, a presença exigida através de um meio burocrático não será ela também burocrática? Assim mesmo esta exigência não atingindo o efeito esperado e diante da possibilidade de dissolução, ainda que informal, do instituído, a chefia do serviço teve a sensibilidade de propor uma reunião, a “intervenção”, onde foi discutido que orientações, desta maneira o grupo (próprio grupo é um dispositivo) de discussão de caso seguiria a partir de então, proposto nesta reunião que não estava dando certo neste grupo foram feitas algumas propostas que poderiam reorientar esta prática de modo que os participantes não estivessem alienados em relação ao que produziam a medida encontrada mais plausível neste sentido foi a de que escolheram para discussão casos de pacientes que os integrantes (ou, pelo menos, um integrante) da equipe conhecessem ou acompanhassem, gerando assim a socioanálise.

Repensar a função (implicação) deste grupo teve sua importância (dimensão ética), embora não tenha resolvido definitivamente os problemas apresentados, não se esperava que esta solução definitiva ocorresse, o que implicaria em uma nova cristalização de papéis, procedimentos, em alienação e burocratização, porém é esse constante movimento dialético que permite a conservação e também a dissolução das instituições.

b) Análise Institucional: Instituído; Instituinte; Institucionalização.

Análise Institucional elaborado por Lourau, sem dúvida bastante útil para a melhor compreensão da Análise de Larrat, é o conceito de:

_ instituição que neste trabalho é uma equipe interdisciplinar de saúde que fornece atendimento clínico; Lourau afirma que para apreender o caráter contraditório das instituições, é necessário considerar que toda instituição é o resultado do movimento dialético de três momentos:

_ o instituído, ou o estabelecido, considerado o momento da universalidade, no trabalho é o conhecimento - as intervenções de inserção institucional, de modo a diferenciá-las entre o que seria próprio de uma intervenção formal, alienação e burocratização; a exigência burocrática da lista de presença.

_o instituinte, ou seja, o acontecimento que não cessa de alterar e até de negar o que está formalizado - uma intervenção formal (institucionalizada) e o que caracterizaria uma intervenção que encontra sua motivação inicial na especificidade de sua formação (das áreas humanas) em relação à equipe interdisciplinar de saúde, mas que não se apoia nesta especificidade para ocupar dentro da equipe o lugar do especialista.

“...jogo de forças entre instituído e instituinte será retirado de um grupo de discussão de casos atendidos no ambulatório multiprofissional do NAI (Núcleo de Atendimento ao Idoso). Nestas reuniões, juntam-se profissionais de diferentes áreas da saúde, inclusive da Psicologia, para a partir da leitura de um prontuário, discutir condutas que possam ser aplicadas naquele caso. Em um determinado período deste grupo instituído, observou-se um grande esvaziamento destas reuniões. Aqueles que ficavam não deixavam de expressar suas insatisfações, ora a partir de comentários do tipo: “que saco!”, ora pela ausência total de implicação que caracterizava suas participações burocráticas”.

__institucionalização, o terceiro momento, o da singularidade, resultado da articulação entre os momentos anteriores, que tenciona o cotidiano das práticas dos sujeitos, produzindo algo que não se constitui num caráter meramente reprodutor e repetitivo, mas, ao contrário, aponta para certa atualização, contínua transformação.

Resultado desta articulação entre instituído e instituinte, institucionalização, ou seja, o esperado era a tomada de conhecimento e participação efetiva dos membros diante das demandas para que se possam encontrar soluções, trazer à tona a necessidade de todos envolvidos, sua real importância para o grupo, porém o que relata Larrat é que não tenha resolvido definitivamente os problemas apresentados, não se esperava que esta solução definitiva ocorresse, o que implicaria em uma nova cristalização de papéis, procedimentos, em alienação e burocratização.

III – Avaliação sobre a intervenção do profissional:

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