Analise de dados- Historia Culturalo
Por: Evandro.2016 • 21/9/2018 • 1.750 Palavras (7 Páginas) • 384 Visualizações
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dependendo, entre outras coisas, do suporte, da época e da comunidade em que circula. Formou-se professor (especializado em história das práticas culturais e história da leitura) e historiador simultaneamente pela escola superior de Saint Cloud e pela Universidade de Sorbonne, começou a trabalhar ensinando no instituto Louis-le-Grand em Paris, em 1969. No ano seguinte ingressa como professor ajudante na Universidade de Paris e depois e nomeado diretor de pesquisa na Escola Superior de Estudos Avançados em Ciências Sociais até 2006 quando é nomeado para o prestigioso Collége de France, onde continua suas investigações sobre as relações entre cultura e escrita na história moderna. Também dirige o centro Alexandre Koyré e Leciona na Universidade da Pensilvania nos Estados Unidos.
Seu nome está ligado aos principais trabalhos sobre a história da leitura e do livro; vale citar, por exemplo, Les Usages de ¡’Imprimé, Practiques de la Lecture e Histoire de l’Êditio Française, cuja autoria dividiu com Henri-Jean Martin. Em 1987publicou Lecture et lecterns dans la France d’Ancien Régime e The Cultural Uses of a Print in Early Modern France. Roger Chartier exerce ainda a função de critico em revistas cientificas e jornais, como o Frances Le Monde.
1. JUSTINO MAGALHÃES: No Collège de France, bem como em conferências e na sua intervenção pública, é escutado, lido e referido por um público vasto e diversificado. Temos observado que é citado em textos de história, de história da educação e de pedagogia. Como é que se apresenta a si mesmo?
ROGER CHARTIER: A referência a identidades disciplinares é sempre problemática. Eu sou historiador. Aprendi o ofício com outros historiadores (Daniel Roche, Denis Richet). Fui formado pela leitura dos clássicos dos Annales: Febvre, Bloch, Braudel. E sempre situei o meu trabalho de investigação e as minhas reflexões metodológicas no contexto da disciplina histórica. Mas também sempre pensei que a história deve entrar em diálogo com as outras ciências sociais, a filosofia ou a crítica literária. Daí as leituras que propus de sociólogos como Bourdieu ou Elias, de filósofos tão diferentes como Foucault e Ricoeur, ou de autores difíceis de associar a uma disciplina específica, como Louis Marin ou Michel de Certeau. Daí também, nas minhas investigações mais recentes, o cruzamento entre a história da cultura escrita e a análise de obras maiores da literatura, a começar por D. Quixote ou pelas peças de Shakespeare. Por outro lado, estou convencido de que o trabalho dos historiadores pode ajudar a compreender melhor as mudanças do nosso presente, em particular a revolução digital3, cuja especificidade é melhor entendida quando comparada com outras revoluções na cultura escrita: o aparecimento do códex, a invenção da imprensa, as transformações das práticas de leitura, na Idade Média, no século XVIII ou nas sociedades do século XIX. São sem dúvida estas convicções, traduzidas em investigações ou reflexões, que explicam a diversidade dos meus leitores e ouvintes.
(MAGALHÃES, Justino. Cinco Questões a Roger Chartier. Cadernos de História da Educação – v. 13, n. 2 – pg. 419 - jul./dez. 2014)
HISTÓRICO DA RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA CULTURAL E A PSICOLOGIA
A Historiografia da Psicologia compreende dois domínios distintos: o da História da Psicologia Científica (que assume as modalidades de investigação sugeridas pela Historiografia das Ciências) e o da História das Ideias Psicológicas que, por sua vez, utiliza os métodos próprios da História Cultural e da História Social.
A partir dos anos 30, na França, a revolução historiográfica causou a emergência de novos objetos e métodos nesta área. Questões como atitudes humanas frente a vida e a morte, crenças e comportamentos religiosos, relações familiares e sociais em geral, se tornaram de interesse para o historiador. Embora tais questões já haviam sido desvendas pelas Ciências Humanas (Psicologia, Antropologia, etc), a Historiografia passou a utilizar de metodologias de investigação próprias a outras disciplinas próximas. A partir desta perspectiva interdisciplinar, foram definidas formas originais de colaboração entre a Psicologia e a História e criam-se abordagens específicas para a leitura e a interpretação dos documentos. A Historiografia das Ideias Psicológicas recebe contribuições da História Cultural, a Microhistória e a História das Mentalidades.
A História Cultural na Psicologia busca identificar “o modo como em diferentes lugares e momentos, uma determinada realidade social é construída, pensada e dada a ler” (Chartier, 1990). Ela propõe uma nova maneira de entender a “História das Ideias”, ou seja, ocupa-se dos aspectos específicos da “visão de mundo” de uma determinada cultura, que se relacionam a conceitos que podem ser genericamente entendidos como “psicológicos” atualmente.
Assim, a História das Ideias Psicológicas, parte da História Cultural, é uma reconstrução dos conhecimentos e das práticas psicológicas que são próprias de contextos específicos socioculturais do passado. Seus objetos são relativos ao meio sociocultural em que são construídos e são considerados na perspectiva da História Cultural.
A História Cultural conta com a contribuição da antropologia histórica (definida por Burguière como a “história dos hábitos físicos, gestuais, alimentares, afetivos e mentais), com a História do Imaginário (que estuda a influência das “imagens” na vida dos homens, englobando o universo das imagens mentais), e também com a colaboração de Michel Foucault, que considera as práticas sociais como a origem de novas formas de sujeito e de domínios de conhecimento, apontando para a historicidade de tais domínios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Burke Peter, O que é História Cultural? Trad. Sergio Goes de Paula 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 2008.
ArtCultura, Uberlândia, v. 9, n. 15, p. 235-239, jul.-dez. 2007
OLIVEIRA,
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