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TRABALHO DE IMPLANTODOTIA ENXERTOS ALÓGENOS

Por:   •  19/2/2018  •  3.101 Palavras (13 Páginas)  •  275 Visualizações

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Apesar de mais lento e sem a fase osteogênica, o processo de incorporação do enxerto alógeno é similar ao de um enxerto autógeno, o enxerto é colocado em um espaço morto, preenchido com coágulo sanguíneo. O espaço morto é hipóxico (PO2 de 5 a 10 mmHg) e acidótico (pH 4 a 6), contendo plaquetas, leucócitos, células vermelhas e fibrina em uma estrutura complexa. Externamente ao fechamento periosteal, o tecido é normóxico (PO2 de 45 a 55 mmHg) e apresenta pH fisiológico (pH de 7.42), contém uma população de células estruturais, células fundamentais no processo de cicatrização(embora em pequeno número) e capilares seccionados com coágulo e células endoteliais expostas ( Han B et l., 2003).

A liberação de fatores de crescimento (PDGF, TGF-b e IGF), a partir da degranulação de plaquetas exerce funções primordiais no processo regenerativo. Destacam-se a atividade angiogênica dos brotos capilares no interior do enxerto pela indução da mitose em células endoteliais, diferenciação e proliferação de fibroblastos e pré-osteoblastos em osteoblastos funcionais, secreção de matriz óssea pelos osteoblastos e matriz colágena pelos fibroblastos, dando suporte ao crescimento capilar ( Han B et l., 2003).

Os princípios fisiológicos da integração de qualquer transplante ósseo consideraram a reabsorção osteoclástica como bioestímulo à neoformação óssea. O remodelamento do enxerto repercute na sua proporção de mineralização, influenciando o prognóstico dos implantes instalados no enxerto (Marx RE et al., 1997). O processo de incorporação do enxerto com formação de osso primário imaturo inicialmente e sua maturação em osso secundário lamelar estão relacionados à vascularização do enxerto, que depende do próprio enxerto e do leito receptor. Estruturalmente, os enxertos são compostos de uma porção cortical e outra medular. A medular é muito mais facilmente vascularizada e incorporada e mais facilmente reabsorvida. A influência no processamento dos aloenxertos também deve ser considerada, uma vez que influenciará em seu potencial osteoregenerativo. O método de processamento dos aloenxertos deve garantir a esterilização, preservação das características biológicas e redução da antigenicidade (Lynch SE et al,. 1999)..

O osso utilizado por nós passou por processo de tratamento ácido com HCl estéril associado a uma solução de Ca à 5%, bombeamento em água por 12 horas, liofilização, e armazenado à -80°C, o que garante sua viabilidade por cinco anos. Tal processamento garante a esterilização do mesmo e a preservação das propriedades biológicas osteoindutivas e osteocondutivas. No entanto, a cuidadosa seleção do doador é fundamental na prevenção da transmissão de doenças infecto-contagiosas (Marx RE et a1981).

Uma preocupação recorrente em relação ao uso de osso alógeno é o risco de transmissão de doenças. Por isso, procedimentos que incluem a seleção cuidadosa de doadores e o processamento adequado dos tecidos são adotados nos bancos de ossos, visando aumentar a segurança e qualidade do material. Dessa forma, o risco de transmissão de doenças torna-se remoto (Delloye C et al., 2007).

A utilização de enxerto alógeno proveniente de banco de ossos é uma alternativa viável e que apresenta previsibilidade favorável quando utilizado em cirurgias de levantamento de seio maxilar. Além disso, apresenta vantagens em relação ao osso autógeno como quantidade ilimitada, baixo custo e eliminação da necessidade de uma segunda cirurgia para remoção óssea em uma área doadora ( Urist MR et al., 1984).

Classicamente, os materiais para enxerto ósseo podem ser classificados como osteogênicos, osteoindutores e osteocondutores. Os osteogênicos referem-se a materiais orgânicos capazes de estimular a formação de osso diretamente a partir de osteoblastos. Os osteoindutores são aqueles capazes de induzir a diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos ou condroblastos, aumentando a formação óssea no local ou mesmo estimular a formação de osso em um sítio heterotópico ( Urist MR et al., 1984).

Os materiais osteocondutores (geralmente inorgânicos) permitem a aposição de um novo tecido ósseo na sua superfície, requerendo a presença de tecido ósseo pré-existente como fonte de células osteoprogenitoras (Masters DH 1988)

O material de enxerto ideal deve obedecer os seguintes requisitos: 1) fornecimento ilimitado sem comprometer a área doadora; 2)promover a osteogênese; 3) não apresentar resposta imunológica do hospedeiro; 4) revascularizar rapidamente; 5) estimular a osteoindução; 6) promover a osteocondução; 7) ser substituído completamente por osso em quantidade e qualidade semelhante ao do hospedeiro (Artzi Z et al., 2005).

Não existe o material para enxertia dito ideal, mas o osso autógeno é consagrado na literatura mundial como o que consegue reunir características mais próximas do idealComo desvantagem, há necessidade de uma área doadora, potencial de reabsorção e dificuldade de adaptação na área receptora. As principais áreas doadoras extrabucais são os ossos ilíacos e a calvária. As regiões de corpo, mento, ramo e coronóide mandibular também podem ser utilizadas, embora forneçam menor quantidade óssea (Lin, KY et al., 1990).

Um material para enxertia óssea ideal deve ser biocompatível, não possuir resposta de rejeição, não representar qualquer risco de transmissão de doença, promover suporte para a regeneração óssea, e apresentar estabilidade inicial mecânica, sendo capaz de mantê-la durante todo o tempo de cicatrização ( Kao ST et al., 2007).

Perrot et al.4 acrescentam que um material ideal para reconstrução óssea deve facilitar a revascularização, osteogênese e osteoindução, não apresentar propriedadesantigênicas, ser ofertado ilimitadamente sem a necessidade de um local doador e fornecer estabilidade e apoio adequados (Chaushu G et al,. 2010).

Uma maior ênfase tem sido dada à preservação do rebordo alveolar, no intuito de garantir a instalação do implante numa posição ideal, resultando em uma boa restauração protética, o que exigiu o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e materiais que promovam um tratamento regenerativo previsível5. A crescente popularidade da cirurgia de implante dentário criou uma grande demanda para as reconstruções dentoalveolares. Esta nova tendência na implantodontia criou uma procura crescente por novos produtos para enxertos (Chaushu G et al,. 2010)

Inúmeros artigos de revisão de literatura e relatos de casos clínicos, citam o enxerto alógeno como viável para as reconstruções ósseas maxilo faciais,

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