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Prevalência de Desnutrição no Câncer pela Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente

Por:   •  11/11/2018  •  3.057 Palavras (13 Páginas)  •  280 Visualizações

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Keywords: Malnutrition. Cachexia. Nutritional status. nutritional therapy.

INTRODUÇÃO

O câncer é caracterizado por ser uma doença crônica não transmissível com crescimento desenfreado de células com anormalidades em seu material genético, tendo capacidade de invandir órgãos e sistemas, alterando suas funções (BRITO et al., 2012; BRASIL, 2015). O surgimento da doença é multifatorial, e relaciona-se a fatores ambientais e genéticos (SILVA, 2012).

Até 2030 teremos 27 milhões de novos casos de câncer, sendo que mais de 62% virão à óbito. Estima-se, que cerca de 75 milhões de indivíduos estejam sob tratamento oncológico (KABRE, 2014).

O crescimento do tumor pode causar uma série de alterações: síntese de hormônios pró-catabólicos, citocinas inflamatórias e fatores de crescimento, além de infeccções, sangramentos e alterações metabólicas. Taís alterações, quando associadas, ao tratamento oncológico podem levar à vômitos, disfagia, saciedade precoce e a demora do esvaziamento gástrico, o que por sua vez pode acarretar na perda ponderal e desnutrição (SALUSTIANO, 2013; LOTICI et al., 2014).

Podemos destacar como consequências relevantes da desnutrição, o elevado turnover de reservas energéticas associado ao hipermetabolismo e o catabolismo proteico-calórico, ou seja, o intenso consumo dos tecidos muscular e adiposo, com perda progressiva e involuntária de peso (PINHEIRO, 2014; FRUCHTENICHT, 2015).

A perda muscular, por sua vez, pode levar à anemia, fraqueza generalizada, o que afeta o funcionamento do organismo, e provoca o surgimento da caquexia. Indivíduos com câncer, necessitam de avaliação nutricional contínua para a suspeita ou evolução para a caquexia, que podem ser agravadas, dependendo de fatores como: estágio do câncer e o órgão afetado, o percentual de perda ponderal, diminuição na ingestão alimentar, a constância de inflamações generalizadas e a resposta negativa ao tratamento do câncer que pode ser quimioterapia, radioterapia ou cirurgia (ARAÚJO, 2012; LOTICI et al., 2014; SILVA; ALVES; PINHEIRO, 2014; FRUCHTENICHT, 2015).

A antropometria não consegue diagnosticar alterações mais recentes do estado nutricional e fica contra indicada na presença de edemas. Exames bioquímicos, sofrem limitações devido mecanismos pró-inflamatórios, derivados dos tumores (SANTOS e CHEIN, 2015).

Por isso, técnicas confiáveis e práticas de avaliação do estado nutricional devem ser empregadas em pacientes sob tratamento oncológico. Fato que a literatura vem alertando os profissionais, para o uso não apenas de um ou dois métodos de avaliação do estado nutricional desses pacientes, mas sim, o emprego de vários métodos em conjunto para um melhor diagnóstico (SANTOS e CHEIN, 2015; GONZALEZ et al., 2010).

Assim, a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASGPPP) vem diferenciar-se, por ser um método padrão-ouro de avaliação nutricional no paciente com câncer, contemplando parâmetros objetivos e subjetivos, podendo ser utilizada na aplicação clínica por qualquer profissional de saúde capacitado, incluindo tanto alterações da composição corporal, capacidade funcional, ocorrência de sintomas, alterações na ingestão alimentar (SBNPE e ABN, 2011b; CAMPOS e BRADO, 2012; SALUSTIANO, 2013; FRUCHTENICHT et al., 2015).

Desta forma, justifica-se o estudo, tendo em vista, a escassez de pesquisas padronizando a ASGPPP como método de referência no Maranhão, e comparando mais especificamente os domínios de tal instrumento.

Assim, o objetivo do estudo foi estimar a prevalência de desnutrição quanto a ASGPPP, e analisar os domínios do instrumento em pacientes com câncer, de um hospital em São Luís, Maranhão.

MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo transversal analítico, com coleta de dados secundária, realizada em fichas arquivadas entre os anos de 2015 e 2016, de pacientes com diagnóstico conclusivo de câncer, atendidos em um Hospital de referência em câncer em São Luis, Maranhão.

O estudo foi uma subpesquisa do ¨Projeto Impacto da internação de curta e longa duração em variáveis nutricionais de pacientes com câncer de um hospital de referência de São Luís, Maranhão¨, o qual foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade CEUMA, sob o número de protocolo nº 1.471.987

Foram avaliadas de forma não probabilística, 479 fichas de ASGPPP de pacientes com idade mínima de 20 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico positivo para câncer, com um mínimo de três dias de internação, aplicadas entre os anos de 2015 a 2016, completamente preenchidas.

Tendo o paciente duas internações, foi escolhida, aquela ficha de ASGPPP mais recente.

As variáveis socioeconômicas coletadas foram idade, sexo, procedência e escolaridade, juntamente com a localização tumoral, presença de metástase, tempo de aplicação da ASGPPP, diagnóstico nutricional, escore e os domínios da ASGPPP, sendo ela um instrumento devidamente validado para a população brasileira por Gonzalez et al. (2010), composta por sete domínios, onde os quatro primeiros domínios são preenchidos pelo próprio paciente ou algum familiar no caso de impossibilidade do mesmo.

O primeiro domínio refere-se ao peso e suas alterações, no segundo domínio menciona-se as alterações da ingestão alimentar nas últimas semanas, o terceiro domínio refere os problemas que afetam a alimentação do paciente nas últimas duas semanas, o domínio quatro avalia as alterações da capacidade física e funcional do paciente. Os outros três domínios são preenchidos por um profissional de saúde habilitado para tal, onde, no quinto domínio faz-se relação da doença e suas necessidades nutricionais, o sexto domínio fala do aumento da demanda metabólica e por último, o sétimo domínio menciona o exame físico (CAMPOS e PRADO, 2012).

Após aplicação da ASGPPP, foi feita a análise através do somatório de pontos da ASGPPP, sendo a classificação das pontuações: abaixo de 17 pontos (bem nutrido), de 17 a 22 pontos (moderadamente desnutrido) e acima de 22 pontos (desnutrição grave), conforme preconiza (GONZALEZ et al., 2010; SBNPE e ABN, 2011).

Os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel®, versão 2010, e a análise estatística dos resultados foi realizada no programa estatístico Stata 14.0 (2014). O teste de normalidade foi realizado através do Shapiro-Wilk, foram aplicados ainda o teste do Qui-Quadrado para relacionar

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